quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Atenas e Mykonos, Grécia

O sonho de conhecer a Grécia começou durante as aulas no curso de teatro. Um lugar que tem um deus pra tudo que é tipo de coisa, devia ser bem interessante, e é. Ja o sonho de viajar para uma ilha grega é mais antigo, da época da brincadeira de escrever em um pedaço de papel nomes de 3 pretendentes, com quantos anos iamos casar e onde desejavamos morar. Eu sempre escrevia Uberlândia (tonta!), França e ilhas gregas, ignorando que "ilhas gregas" não é um lugar especifico. Não importava, no alto dos meus 7 anos ja devia saber que as ilhas, o futuro marido e a França iam se cruzar de alguma maneira, graças à Uberlândia.

Atenas é mesmo linda e nos surpreendeu logo de cara. Uma capital agitada e moderna no lugar da cidade cheia de ruinas que pensei que fosse encontrar. Não vou ficar falando da historia nem de pontos turisticos porque isso é facil de achar na internet,vou dar dicas para você programar uma viagem ainda mais bacana.

Fuja da alta temporada (junho a agosto). Não so porque nessa época os preços são absurdamente mais altos e os lugares ficam lotados, mas também pela temperatura: os termômetros chegam a marcar 45°C! De setembro até o final de outubro, a temperatura cai e os preços também, mas durante o inverno (novembro a abril) algumas ilhas fecham completamente. Se quiser colocar uma no roteiro, descarte esse periodo.

Nos hospedamos no Hotel Presidente, a região é otima, com bares, restaurantes e metrô perto. Ao contrario da França, tudo fica aberto até de madrugada, inclusive bancas de jornal. Ao começar o tour pelos pontos turisticos, a dica é não ir diretamente para a Acropole. A entrada custa 12€, so para ela. Fomos primeiro no Olympeion e la pagamos os mesmos 12€ por um talão com tickets de 6 lugares diferentes, um deles era a Acropole. Cada entrada nos custou então, 2€. Mas esse cupom não é vendido na Acropole, jeitinho malandro de sacanear os turistas empolgados que vão direto ao ponto.

 
 
Além de muitos cachorros (eu nunca vi taaantos em um so lugar! são todos gorduchos e preguiçosos, vira e mexe encontravamos um mais engraçadinho que o outro espalhados pelas calçadas), o que mais tem em Atenas é brasileiro, ô peste! Foi o unico lugar que vi o preço do Real em destaque nas casas de câmbio. A maioria dos vendedores fala o dialeto tupiniquim e todos, sem exceção, têm alguma historia do Brasil para contar. Basta falar que é brasileiro que a gregaiada abre o maior sorrisão e arruma logo a melhor mesa do lugar para você almoçar. Ah! Foi a primeira vez que ouvi 'Zico' ao invés de 'Pelé' quando disse que era brasileira. Eh que o 'Galinho' treinou um dos maiores times da capital, o Olympiakos e vivia com a cara estampada nos jornais.

Achamos tudo tudo tudo absurdamente barato em Atenas. Da agua, aos sorvetes enormes de 1€. Da comida, aos preços das corridas de taxi. A dica é guardar espaço na mala para comprar roupas por la. Em Plaka, bairro tradicional das tavernas e arquitetura neoclassica, as lojas multinacionais estão entre as mais em conta da Europa. As etiquetas mostram os preços de cada pais e Grécia e Portugal são sempre os mais baixos. Segundo o Léo, varia de acordo com o poder aquisitivo do povo. Por isso, se a Grécia for mais um destino no seu roteiro de viagem, não compre nada em outro lugar, principalmente na França e UK.

Para saber mais sobre Atenas, visite o blog Mala ou Mochila. Um monte de informações praticas que não couberam aqui estão por la em detalhes!

 
Ir para a Grécia e ficar so em Atenas é burrice. Esticar a viagem até uma das maravilhosas ilhas acaba não custando tão mais caro. E ca entre nos, tem coisa mais chique que visitar uma ilha grega? Escolhemos Mykonos e seguindo os conselhos do blog da Juliana, ficamos no Hotel Kamari, a tarifa mais baixa que ja pagamos em hospedagem, graças a (baixa) temporada.

A ilha é maravilhosa! Com aquelas casinhas brancas tipicas e uma agua de cor inacreditavel! Vou deixar aqui as fotos lindas que tiramos do hotel, das praias e da cidade, as imagens falam por si. Mas recomendo outra passada pelo blog da Ju para saber das dicas praticas (como transporte) da ilha.

 
 
 

 
 
 
 
 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Büche de Noël

Ostras e figado gordo de ganso (foie gras) não rolou. A tradição natalina de comer essas iguarias ainda não foram permitidas pelo meu estômago. Mas ele aceitou muito bem a büche de Noël, sobremesa mais tradicional da ceia francesa.


A büche de hoje em dia nada tem a ver com a de um século atras. A que estava na nossa mesa ontem era um doce preparado a base de creme de manteiga e aromatizado com baunilha, tipo um rocambole, com formato de tronco de arvore (büche). No passado, a büche de Noël queimava na lareira na noite de natal. Como todos tinham que ficar acordados até mais tarde, aguardando a missa da meia-noite, reservava-se um tronco bem maior ja que o fogo deveria durar mais tempo que nas demais noites de inverno. Com a substituição do aquecimento à lenha pela calefação à gas, a verdadeira büche de Noël que era consumida nas lareiras desapareceu, dando lugar a outra büche. Menos util, mas bem mais gostosa!



Fonte: "Os franceses", de Ricardo Corrêa Coelho.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ainda dá tempo!

Acabei de montar a minha mesa para a ceia de natal, cheia de detalhes tematicos para deixar a decoração mais divertida. Os porta-guardanapos são enfeites de arvore improvisados, vi em um blog e corri para fazer igual. Adorei!



























Feliz natal!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

As árveres somo nozes

Esses franceses continuam me surpreendendo com a malandragem natalina. Dessa vez a coisa ficou ainda mais interessante para o lado que realmente importa: o meu. Ainda que eu tenha voltado para Lyon aos 45' do segundo tempo, fiz questão de enfeitar a casa para o natal. Fiz questão também da arvore, claro. A parceria que o IKEA oferece aos ecologicamente corretos é sensacional. Compramos um pinheiro (de verdade!) por 20€. A vantagem de ter na sala uma arvore linda, com cheiro de planta mesmo, vai além de não precisar usar aquelas de plastico tão sem graça.

Temos do dia 2 ao 16 de janeiro para devolvê-la na loja e recebermos um vale-compras de 19€. Ou seja, a arvore mais linda que eu ja tive na vida vai nos custar apenas 1€. È que eles reaproveitam as arvores devolvidas transformando-as em um composto reciclado para adubo. Além disso, 1€ de cada uma é doado ao Serviço Nacional das Florestas para projetos de valorização de sitios naturais preservados e o IKEA acrescenta mais 90.000€. No ultimo inverno, 200.000€ entraram nos cofrinhos da organização que preserva o verde por aqui.

Sempre fico com uma pulga atras da orelha quando grandes empresas parecem boazinhas demais, até mesmo aqui na Europa, onde a consciência de organizações e das pessoas é bem maior que no Brasil. Mas como é natal, vou fingir que acredito na pureza da idéia. Com certeza ela estara presente em todos os nossos natais gelados que ainda estão por vir na terra de Napoleão.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os banheiros

Uma coisa que bagunçou um pouco as minhas idéias quando cheguei na França foi essa mania que europeu tem de não jogar lixo no lixo, pelo menos no banheiro. Mas agora não imagino falta de higiene maior do que o trato que nós brasileiros damos ao nosso papel com cocô. Coisa mais estúpida limpar a bunda e jogar o papel no lixo né? Aquilo fica dias por ali. Fedendo, contaminando... eca eca! Joga na privada e pronto, foi-se embora!

Aliás, o banheiro na França contradiz um pouco a fama de fedidos que eles tem. Os espertinhos usam um sistema infalível de organização para o toilette. Um lugarzinho só para a privada e outro para o chuveiro e a pia, cada macaco no seu galho. O único problema é que não dá para eliminar a feijoada e disfarçar o cheiro com o vapor do banho. Fora isso, é uma ótima idéia. Estranhei no começo, mas quando fui visitar minha mãe no Brasil estava tão desacostumada a fazer tudo no mesmo lugar, que saia do banheiro procurando a pia para lavar as mãos e cadê?

O que eu realmente não gosto por aqui são as cortinas de banho no lugar dos boxes de vidro. Parece casa de vó, antiiiiigo. E o pior é que todo mundo usa e ainda acha bonito! Tá, concordo que pode dar um charme ou até divertir o ambiente, mas elas não são nada práticas e me cansa ter que ficar trocando de tempos em tempos para não feder. Tirando a minha avó, nunca vi no Brasil quem preferisse as cortinas aos boxes. Sem falar que ter chuveiro na França é super raro. Eles usam uma torneira com uma espécie de cabo que da uma trabalheira enorme para segurar durante o banho. Junte isso às cortinas que vira lambança na certa. O Léo fez uma gambiarra para pendurar a nossa na parede, imitando os chuveiros do Brasil.

Para compensar, existem banheiras na maioria das casas, se é que você gosta delas. Encontrar um apto com box e chão no lugar das banheiras é tarefa dificílima! Quase tão difícil quanto se equilibrar dentro delas para tomar banho. O pior é que eu e o Léo quase nunca enchemos a nossa... É aquela velha história de não ter piscina e querer nadar todo dia na casa do vizinho.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Uma vez Flamengo...



Que delícia poder estar em solo tupiniquim para assistir ao show dos garotos (e veteranos como Petkovic - 37 anos) na última rodada do Campeonato Brasileiro. Meu controle-remoto nunca zapeou tanto em dia de decisão! Que delícia poder acompanhar com olhos de jornalista e de corintiana fanática, o maior templo do futebol lotado com 80 mil rubro-negros gritando Mengoooo, Mengoooo.
Sim, corintiana feliz com a festa flamenguista, já que Ronaldo e compania decidiram adiar a conquista do título para 2010, ano do centenário. Vou torcer pra quem? Palmeiras? São Paulo? O bom senso não permitiria e um time que tem Adriano como artilheiro merece toda a minha simpatia. Sem falar que Dona Mirlene (minha mãe) e Léo são flamenguistas roxos! Sem falar na semelhança entre os frequentadores da geral do Maracanã e do tobogã do Pacaembu que é incrível! Nunca vi tanta gente feia por m2. Enquanto as câmeras no Morumbi flagravam as são-paulinas de salto alto, no Maraca só dava tiozinho sem dente, torrado pelo sol forte das praias cariocas, com chapéus e óculos engraçadíssimos no mais alto estilo "Galvão, firma nóis"!
Que belezinha!!!
Não nego que a organização do futebol europeu me mata de inveja e que ela vai demorar um bocado até chegar por aqui. Mas afirmo com tranquilidade que nenhuma arquibancada é tão divertida quanto a nossa. Na Europa, a seriedade dos casacos pretos não fica só na roupa. Francês é contido até na hora de empurrar o time. Em Lyon, o mais bem bolado grito de torcida fica por conta de "Quem não pular não é lionês", tosco né? Claro que existem craques, mas futebol malandro como o nosso, cheio de dribles, jogadas trabalhadas e comemorações criativas nos gols não existe em canto algum da Europa. Talvez por isso, torcedores como o nosso também não!
O que dizer então de exemplos como Ronaldo Angelim? O mais novo herói rubro-negro, responsável pelo gol do título. O guerreiro que quase perdeu as pernas este ano... Difícil encontrar histórias como esta lá fora, que vira e mexe, ilustram o futebol brasileiro. Taí o Adriano (desacreditado até pouco tempo e que agora volta a despertar o interesse de clubes como Milan e Roma) e Ronaldo (gordinho, lesionado e principal estrela para a Libertadores do ano que vem) que não me deixam mentir.
Um viva para o mais disputado Brasileirão de pontos corridos da história. Um viva para o Flamengo seis vezes campeão. Um viva para o Andrade, primeiro técnico negro a conquistar o título (vai entender). Um viva para Leonardos, Mirlenes, Adrianos, Joãos e para todos os outros 40 milhões de rubro-negros que viram Papai Noel chegar mais cedo neste natal.
O último Brasileirão que pude acompanhar de perto foi bonito, disputado e vai fazer falta na terra onde Juninho Pernambucano é rei. A corintiana agradece o espetáculo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cansaram da Geysi

Coloco os pés no Brasil e depois de 2h de trânsito para chegar em casa (antes mesmo das 6h da manhã!) ligo a TV e descubro mais um escândalo envolvendo pagamento de propina em Brasília!

Ufa! Estou em casa!

Enquanto o circo pega fogo na capital do "país do futuro" (neste comp. tem acentos), a imprensa brasileira dedica mais tempo dos seus telejornais para criticar a piada (divertida) que o ator Robin Willians fez sobre a escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016.



Ora pois, pensei que rabugentos fossem os franceses! Aonde foi parar a alegria do meu povo que estava aqui quando deixei o Brasil? Não é preciso muita inteligência para saber que a base do stand-up comedy é tirar sarro das coisas/pessoas que dão motivo para virarem piada.

E dizer que o Rio de Janeiro está pronto para sediar a maior disputa esportiva do mundo é material de sobra para todo tipo de gracinha que aparecer. Os recentes apagões, a disputa de poder (desde quando mesmo?) com o tráfico, os arrastões nas praias, a precariedade do transporte público e o trânsito caótico são exemplos claros da falta de infra-estrutura da cidade mais linda do país (mas não do mundo!). Sem falar nos milhões desviados durante o Pan de 2007 (com direito a investigação do Tribunal de Contas da União), que em tempos de Olimpíada podem virar bilhões... Citando Paulo Vinícius Coelho, um dos melhores jornalistas esportivos com quem tive o prazer de trabalhar na ESPN Brasil: "É do seu, do meu, do nosso imposto pago religiosamente em dia que nascerá a Olimpíada do Rio. E, enquanto isso, você continuará correndo o risco de ser assaltado num sinal, porque o menino que não foi pra escola virou bandido e não atleta."

Mas que besteira discutir desvio de dinheiro público ou pagamento de mensalões! Vamos nos ocupar de falar mal de um dos melhores comediantes do nosso tempo, que associou (inteligentemente) a comitiva exagerada que o presidente Lula levou para Copenhague com as prostitutas que ganham a vida na orla de Copacabana. Que diabos a gente vai ganhar se quiser apurar e discutir o que realmente vale a pena não é mesmo? Se fosse assim, seriamos europeus e não brasileiros. E a Geysi não teria conseguido o privilégio (?) de ser rainha de bateria da Porto da Pedra.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Roma, Itália

Se você esta na Europa, no Brasil, em Marte - que seja, precisa conhecer Roma antes de morrer. O Léo não poderia ter escolhido cidade mais especial para me pedir em casamento. Ficamos 3 dias por la e montamos alguns roteiros, que deixo como sugestão. Lembrando que utilizar o transporte publico é facinho, tudo muito bem servido e conectado. O bilhete de metrô custa 1€, mas definitivamente não compensa para quem esta fazendo turismo. Compramos varios no primeiro dia e so no segundo escolhemos uma opção mais econômica: comprar o de 4€ que vale o dia todo e serve tambem para os ônibus. Vamos aos roteiros:

1)
Tente ir ao Vaticano (estação Ottaviano) no domingo. O Papa Bento XVI da a benção (que dura uns 15 min) todos os domingos ao meio-dia. Não importa se você é ou não catolico, o lugar tem uma energia que mexe com o mais cético dos humanos e me fez chorar muito durante todo o tempo em que estive la.

 
 
A Basilica de São Pedro é tão imponente que arrepia.


 
Depois de visita-la, você pode caminhar até o Museu do Vaticano, que infelizmente me decepcionou um pouco. Na teoria, o teto da Capela Sistina pintado por Michelangelo com técnicas ninjas da época, é bacana. Principalmente sobre "A criação de Adão", mas o que eu vi foi um Adãozinho bem escondido la em cima e uma capela, que apesar de muito bonita, era pequena demais para tanta gente. Sem falar nas dezenas de guardas mal-educados gritando o tempo todo com os turistas espremidos, que tentavam de todas as maneiras possiveis, fotografar o teto clandestinamente. Usando técnicas parecidas com as do Michelangelo, o Léo conseguiu tirar essa foto:


Passado o sufoco, vale a pena seguir pelas ruas de paralelepipedo da Via della Conciliazione até o Castelo de Santo Angelo. Construido em 139 (!) à margem do Rio Tibre, serviu como cenario para o desfecho do filme "Anjos e demônios". Mais à frente, fica a incrível Piazza del Tribunalli.
2) No segundo dia, desça na estação de metrô Flaminio, que fica em frente à lindissima Piazza del Popolo e siga andando pela Via del Corso, mas permita-se entrar em uma ruela ou outra para admirar a arquitetura das casas, prédios e as dezenas de igrejas que existem pelo caminho. Ao entrar na Via Borgognona, você chega nas escadarias da Trinità dei Monti. Continuando a caminhada, o lugar mais romantico de Roma e o mais especial da nossa viagem. A Fontana di Trevi carrega a lenda de que se você jogar uma moeda de costas, pode fazer um pedido e seu retorno à Roma é garantido.

No centro historico existem centenas de lugares para serem vistos, se o tempo for curto não deixe de dar uma volta pela Piazza Navona, conhecida como a praça barroca mais bonita da cidade. O Pantheon fica pertinho dali, dizem que a beleza externa é pequena perto do que existe dentro. Estavamos cansados e a fila enorme nos desencorajou, precisamos voltar!
3) Começar o dia no Coliseu não é nada mau. Fiquei sem fôlego quando sai do metrô (estação Colosseo) e dei de cara com ele! Enorme, exuberante! Me arrepiei, minhas pernas tremeram e eu sorri para o Léo, disfarçando a vontade de chorar. Emoção que tomou conta de mim durante todos os dias em que estive na cidade.


 
 Dica importantissima: Compramos pela internet e com antecedência, as entradas que evitam as filas gigantescas no Coliseu (16,50€) e no Museu do Vaticano (18€). No museu não tinha fila nenhuma, mas no Coliseu escapamos de no minimo, umas 3h em pé antes de entrar. Vale muuuuito a pena! Me arrependi de não ter pago um pouco mais para fazer a visita guiada. Por mais você leia antes, chegar la e ouvir alguém explicando cada detalhe, é outra coisa. Da até para se aproximar disfarçadamente de alguns grupos, fazer cara de paisagem e tentar ouvir o guia explicando. Mas a minha cara-de-pau durava apenas alguns segundos.
 
Com o ingresso do Coliseu você pode entrar no Palatino e andar pela região do Forum Romano, principal centro comercial da Roma Imperial. Nessa região tem tanta coisa bacana para ser vista, que ocupara boa parte do seu dia, então aproveite! Proximo dali, fica o imponente (tudo la é imponente!) Monumento a Vittorio Emanuele II, onde acontece também a troca da guarda.
Fora isso, tome muitos sorvetes! Os artesanais italianos são conhecidos como os melhores do mundo, 2€ em média para o cone pequeno. Prove o de cereja, meu preferido!
As pizzas são mesmo muito gostosas, mas desencane de gastar dinheiro para experimenta-las em lugares caros. Qualquer lojinha fast-food que faça aquelas pizzas quadradas vai satisfazer sua vontade por 3, 4 euros... Guarde dinheiro para os restaurantes, mas passe longe dos que ficam proximos aos pontos turisticos, estão sempre muito cheios, são bem mais caros e nem sempre servem comida de qualidade. Pegamos um desses perto do Vaticano, a comida parecia deliciosa, mas foi dinheiro mal gasto. Uma ultima dica: assista ao filme "Anjos e demônios", de Ron Howard, antes de viajar. Tom Hanks protagoniza cenas em varios pontos lindissimos do Vaticano e de Roma. Mas adianto: a beleza nas telas não faz nem cocegas comparado ao que você vai encontrar quando desembarcar por la.

Atualizando em 16/01/10:
Meu irmão de coração acabou de voltar de viagem e escreveu um texto sensacional sobre suas aventuras pela terra sagrada. Leia mais sobre Roma aqui.

sábado, 28 de novembro de 2009

Malandragem solidária

O fim do ano chegou e la fomos nos para as comprinhas de natal. O problema é que a data, celebrada por brasileiros, franceses e todo tipo de gente, torna insuportavel a procura por presentes. Lojas lotadas, filas enormes nos caixas, vendedores sem paciência, sacolas e mais sacolas ocupando os lugares onde gente mais velha ou chata como eu, deveria estar descansando os pés.

No meio da bagunça toda, uma ideia tão interessante que merece ser divulgada. Não sei se acontece por toda a Europa, mas a solidariedade dos lojistas franceses (acompanhada de uma pontinha de malandragem) deveria ser copiada imediatamente no Brasil. Olha so:

Você vai até a loja, faz suas compras e depois de pagar se dirige até uma bancadinha precariamente montada, para fazer seus embrulhos de presentes. Até ai nada de novo certo? Mas aqui o povo foi mais esperto. Ao invés de gastar dinheiro com a contratação de funcionarios temporarios para embrulhar os presentes, as lojas decidiram investir na solidariedade. Cada uma escolhe uma instituição para ser beneficiada e essa instituição envia voluntarios que vão passar o dia todo se ocupando de deixar os seus presentes mais bonitos. No final, o cliente deposita no vidrinho que fica em cima da mesa uma pequena doação. Não existe quantia minima, vai da bondade de cada um. A loja fornece o material e pronto, economiza uma grana preta na folha de pagamento e ainda sai bonita na foto como empresa solidaria!

Nossos trocadinhos de hoje vão ajudar a escolarizar crianças do Congo. Pelo menos era isso que dizia o cartaz...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Blábláblá...

O dia hoje foi tão chato, que favoreceu a publicação de mais um post sobre um assunto que insiste em se fazer presente neste blog. Como sou publicamente favoravel à existência dele, la vou eu de novo falar sobre mal-humor (não so dos franceses).

As aulas de francês chegaram ao fim, as viagens programadas também, a decoração da casa esta praticamente concluida. Fiz a unha, lavei a louça, li os jornais. Desanimada com o frio de 8° que faz la fora decidi passar a tarde toda na internet. Quando percebi, ja estava pra la de envolvida em um bate-boca virtual (e completamente desnecessario) na comunidade de brasileiros na França, do Orkut. Confesso que me divirto um bocado quando entro em qualquer tipo de discussão que me dê espaço para destrinchar sarcasmo, veneno e inteligência ao mesmo tempo, mas dai a ser o ponto alto do meu dia ja é demais né? Pior foi ter saido da discussão com o mesmo grau de (des)conhecimento que entrei. Isso é o que me incomoda de verdade! Se muitos encontram a felicidade convencendo o outro a pensar como eles, eu gosto mesmo é que façam isso comigo, mas raramente acontece.

No final do dia, a conclusão mais logica que pude chegar é que o mau-humor francês é contagioso e diretamente proporcional ao tempo de vida por aqui. Os brasileiros que chegaram agora, são menos azedos (da pra imaginar o quão insuportavel eu vou estar daqui uns 3 anos?). Para me proteger de eventuais mal-humorados falsificados (porque francês ainda vai, mas ser amigo de brasileiro azedo na França é o fim né?), vou querer saber antes mesmo do nome do sujeito, ha quanto tempo ele habita em solo francês. O prazo maximo é um ano. Mais que isso é carta fora do baralho! So para garantir o equilibrio no nivel de humor (e da falta de) da turma sabe?

"Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem
Então o que resta é chorar..."

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Os carrancudos franceses

Se tem uma coisa que me incomoda é gente com opinião formada sobre tudo. Coisa mais chata querer dominar todas as conversas. Esse negocio de internet contribui ainda mais para o aumento perturbador de tantos espertinhos pelo mundo. Bastam alguns cliques e pronto! Eles se sentem preparados para discorrer teses e argumentos copiados do Google na maior cara-de-pau!

Eu sou do time que bate o pé quando tem certeza de alguma coisa, mas falo numa boa que não tenho idéia sobre o que realmente eu não tenho idéia sobre. E morar fora do Brasil é um assunto que estou começando a entender melhor. Começando também, a me sentir mais a vontade para assumir que não acho o Brasil o melhor lugar do mundo, muito menos o mais bonito. O problema é que toda vez que converso sobre isso com amigos que ainda não tiveram a oportunidade de morar fora (morar mesmo e não so passear - o que muda tudo) me sinto como se fosse a filha mais ingrata da nossa patria mãe gentil.

Essa sensação foi amenizada hoje durante uma conversa entre duas mulheres apaixonadas e dispostas a mudar de vida (e de continente) para viver um grande amor. Uma amiga animada com o sucesso do meu romance com o Léo, esta tomando coragem para largar a boa vida profissional e financeira no Brasil a fim de segurar o espanhol que arrebatou seu coração ha alguns anos. A paixão por Barcelona também foi imediata: "Costumo dizer que a Espanha é o Brasil que deu certo".

Acontece que a alegria e a receptividade do povo espanhol que fez surgir nela o desejo de passar o resto dos seus dias em Barcelona, não existe na França. Francês vive de cara fechada, tem fama de antipatico, mal educado até, mas não é bem assim. Educação existe, o que não existe é simpatia gratuita com desconhecidos. Vai culpa-los?!?

Se com os animados espanhois ela esta entre "os seus", é assim que me sinto aqui na França. Eita sensação boa de inclusão ao andar no metrô e ver todo mundo carrancudo como eu. Poder viver sem me sentir exceção por não adorar praia e carnaval, por não achar o Rio de Janeiro a cidade mais bonita do mundo. Poder reclamar de tudo o tempo todo e achar isso normal, ja que francês é o povo mais reclamão que existe. Preocupante admitir, mas acho que estou começando a gostar de morar aqui.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mãozinha safada

O Léo resumiu seu sentimento, quando o juiz apitou o final da partida entre França x Irlanda, que disputavam uma das ultimas vagas para a Copa do Mundo de 2010, com a seguinte frase: "Uma vergonha ir para a Copa desse jeito". Pois é, na repescagem e com gol roubado, a França garantiu presença no mundial.

Para acompanhar a partida fomos à um tradicional pub irlandês certos de que matariamos dois coelhos com uma cajadada so. Ele beberia Guinness e eu poderia ver de perto como os françolas se comportam em jogos da seleção. Antes que a bola rolasse, os unicos brasileiros perdidos no Saint James (nos), discutiamos sobre o placar final. O Léo jurava de pés juntos que era contra a classificação da França por tê-los visto, de dentro do estadio de Frankfurt, despachar o Brasil em 2006. Eu era a favor, porque ainda não conheço muitos françolas para zoar e vê-los fora agora não teria a mesma graça. Mas foi so a bola rolar para constatar que ambos estavamos mentindo.

Entre os gritos acanhados dos franceses durante os inumeros ataques da Irlanda ,que dominava tranquilamente a partida, Robbie Keane abriu o placar para o time visitante. Gritei goool como se fosse o Ronaldo marcando na final do Paulistão! Não sei de onde saiu tanta felicidade! O Léo balançou a cabeça em sinal de desaprovação, foi quando notei que ele ja adquiriu amor pela França, por mais que negue de vez enquando. Pode até ser dificil torcer a favor do time que nos mandou para casa, mas querer que a seleção do pais que o abriga ha tantos anos perca, é praticamente impossivel. Como este sentimento ainda não habita em mim, pulei feito doida quando a câmera focalizou a expressão triste do Zidane na tribuna de honra. Conheci, por pouco tempo, o tal gostinho da vingança.

Pouco tempo mesmo, porque alegria de pobre... vocês ja sabem. De novo ele: Thierry Henry. O autor do gol contra o Brasil em 2006, deu uma mãozinha para o companheiro Gallas garantir a classificação dos Bleus. Mãozinha nada! O cara enfiou os 5 dedos na bola com uma categoria de deixar Maradona no chinelo! Graças à ele, a França estara na Africa do Sul. Contando com a astucia do meu querido (?) Dunga, espero que o troco finalmente chegue no proximo ano. Fico triste de ver uma seleção tão esforçada como a Irlanda ficar fora por malandragem alheia. E o pior: malandragem francesa! Que ca entre nos, não é tão astuta quanto a nossa...

Feio, muito feio!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Veneza, Itália

Li uma reportagem sobre o "Funeral de Veneza" (manifestação em protesto contra o êxodo de seus habitantes e as dificeis condiçoes de moradia na ilha) e vi que a coisa esta feia por la. Hoje, apenas 60 mil pessoas suportam viver na cidade que recebe 12 milhões de turistas por ano. Antes que os ratos, o lixo e os pombos devastem a cidade, inclua Veneza no seu roteiro de viagens.

Viajar pela Europa pagando bons preços nas passagens aéreas é possivel se você se organizar com antecedência. Pesquise na Easyjet e Ryanair, da para conseguir tarifas realmente baixas, por menos de 10 euros mesmo - principalmente pela Ryanair, que infelizmente não voa a partir de Lyon. Apenas fique atento aos volumes e pesos das bagagens, porque para conseguir esses preços, é preciso voar apenas com uma mala de mão e peso limitado.

Se hospedar em Veneza é muito caro e os hoteis são antigos. Decidimos ficar em Mestre, fora da ilha. O bilhete de ônibus do aeroporto Marco Polo até o nosso hotel custou 3€. Essa é uma otima ideia porque os trens para Veneza saem de Mestre a cada 10min e o bilhete custa apenas 1€. O dinheiro que você economizar em hospedagem sera gasto de qualquer maneira, pois tudo la é muito caro e fora os sorvetes artesanais que tomamos o tempo todo, não gostamos de nada que comemos na cidade. O unico restaurante que recomendamos é o de Mestre: Hostaria Vite Rossa (tel: 041 5314421). Comida deliciosa e uma galera descolada bebendo vinho e conversando na entrada, MPB entre a boa musica. Mas para conseguir uma mesa, é preciso marcar com antecedencia - seu hotel pode fazer isso por você.


Acorde bem cedo se quiser evitar andar pelas ruelas tropeçando em turistas. De manhã as ruas ficam mais vazias e da até para tirar fotos lindas sem aquele monte de japonês atras de você. Compramos um mapa para nos achar naquele labirinto, mas gastamos dinheiro a toa. Não da para entender muita coisa e percebemos que bom mesmo é ficar perdido, andando sem rumo pelos canais que me deixavam cada vez mais curiosa sobre a vida que os moradores levam ali. Poucas ruas, muita agua. Como eles carregam as compras para casa? Como fazem mudança? A vida la é tão diferente, que intriga mesmo.

O ponto turistico mais esperado é a praça San Marco, onde todos os pombos do universo se juntam com olhares de cachorro pidão, esperando os restinhos de comida dos turistas mais solidarios. O aglomerado de pessoas na praça me incomodou um bocado, então tirei as fotos que precisava tirar e logo sai dali. Importante: para visitar a Basilica de San Marco, considerada uma das catedrais mais exoticas da Europa, é preciso, além de muita paciência para enfrentar a fila gigantesca, estar decentemente vestido! Se viajar no verão, quando faz um calor insuportavel e fica dificil não usar roupas curtas, leve um lenço para se cobrir ,ou então eles barram mesmo. A visita é gratis.

Você não esteve em Veneza se não andou de gôndola. Vale a pena programar este gasto com antecedência. O passeio pode custar de 80 a 100€, depende do lugar. Como ja tinhamos recebido a dica de um casal de amigos que esteve la pouco antes de nos, pesquisamos muito e pechinchamos na cara dura com todos os gondoleiros que encontramos no primeiro dia. So no segundo fizemos o passeio, por 60€ - mas se eu oferecesse 50€ acho que ele aceitaria.


Se a grana estiver curta mesmo, existem outros meios para passear sobre as aguas, mas sem tanto romantismo. O traguetto é como a gôndola, mas custa apenas 0,50€. Tipo um lotação das aguas, que transporta varias pessoas de um lado para o outro. Se você estiver no clima, até que pode ser divertido. No ultimo dia tinhamos algumas horas antes de pegar o avião e decidimos andar de vaporetto (transporte publico mais confortavel e seguro) pelo Grande Canal. Apesar de achar que o melhor jeito de conhecer Veneza é caminhando, recomendo um desses passeios sobre as aguas. O bilhete pode ser usado por 1h e custa 6,50€. Passar embaixo da Ponto Rialto é um dos pontos altos do percurso.


As tradicionais mascaras estão por toda parte! Nas lojas especializadas e também nos camelôs. Aconselho a comprar depois do primeiro dia, quando ficamos mais habituados com a beleza das peças e evitamos gastar mais que o necessario. As nossas ficaram mais baratas depois do desconto chorado que o Léo conseguiu: 13€ a dele e 10€ a minha.


Mas existe uma variedade de preços e estilos enorme, desde as pequenas que custam 3€ até as de cristais Swarovski que podem passar dos 5 mil euros! As artesanais também são lindas de morrer.


Ficamos quase 4 dias na cidade e achamos um pouco cansativo, é tudo muito lindo mas 2 dias inteiros bem aproveitados são suficientes para ver tudo. Faltou so dar um pulo em Murano para ver os artesãos trabalhando nas peças lindas, tão caracteristicas de la.
 
 
 
 
 
 

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