segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Roma, Itália

Se você esta na Europa, no Brasil, em Marte - que seja, precisa conhecer Roma antes de morrer. O Léo não poderia ter escolhido cidade mais especial para me pedir em casamento. Ficamos 3 dias por la e montamos alguns roteiros, que deixo como sugestão. Lembrando que utilizar o transporte publico é facinho, tudo muito bem servido e conectado. O bilhete de metrô custa 1€, mas definitivamente não compensa para quem esta fazendo turismo. Compramos varios no primeiro dia e so no segundo escolhemos uma opção mais econômica: comprar o de 4€ que vale o dia todo e serve tambem para os ônibus. Vamos aos roteiros:

1)
Tente ir ao Vaticano (estação Ottaviano) no domingo. O Papa Bento XVI da a benção (que dura uns 15 min) todos os domingos ao meio-dia. Não importa se você é ou não catolico, o lugar tem uma energia que mexe com o mais cético dos humanos e me fez chorar muito durante todo o tempo em que estive la.

 
 
A Basilica de São Pedro é tão imponente que arrepia.


 
Depois de visita-la, você pode caminhar até o Museu do Vaticano, que infelizmente me decepcionou um pouco. Na teoria, o teto da Capela Sistina pintado por Michelangelo com técnicas ninjas da época, é bacana. Principalmente sobre "A criação de Adão", mas o que eu vi foi um Adãozinho bem escondido la em cima e uma capela, que apesar de muito bonita, era pequena demais para tanta gente. Sem falar nas dezenas de guardas mal-educados gritando o tempo todo com os turistas espremidos, que tentavam de todas as maneiras possiveis, fotografar o teto clandestinamente. Usando técnicas parecidas com as do Michelangelo, o Léo conseguiu tirar essa foto:


Passado o sufoco, vale a pena seguir pelas ruas de paralelepipedo da Via della Conciliazione até o Castelo de Santo Angelo. Construido em 139 (!) à margem do Rio Tibre, serviu como cenario para o desfecho do filme "Anjos e demônios". Mais à frente, fica a incrível Piazza del Tribunalli.
2) No segundo dia, desça na estação de metrô Flaminio, que fica em frente à lindissima Piazza del Popolo e siga andando pela Via del Corso, mas permita-se entrar em uma ruela ou outra para admirar a arquitetura das casas, prédios e as dezenas de igrejas que existem pelo caminho. Ao entrar na Via Borgognona, você chega nas escadarias da Trinità dei Monti. Continuando a caminhada, o lugar mais romantico de Roma e o mais especial da nossa viagem. A Fontana di Trevi carrega a lenda de que se você jogar uma moeda de costas, pode fazer um pedido e seu retorno à Roma é garantido.

No centro historico existem centenas de lugares para serem vistos, se o tempo for curto não deixe de dar uma volta pela Piazza Navona, conhecida como a praça barroca mais bonita da cidade. O Pantheon fica pertinho dali, dizem que a beleza externa é pequena perto do que existe dentro. Estavamos cansados e a fila enorme nos desencorajou, precisamos voltar!
3) Começar o dia no Coliseu não é nada mau. Fiquei sem fôlego quando sai do metrô (estação Colosseo) e dei de cara com ele! Enorme, exuberante! Me arrepiei, minhas pernas tremeram e eu sorri para o Léo, disfarçando a vontade de chorar. Emoção que tomou conta de mim durante todos os dias em que estive na cidade.


 
 Dica importantissima: Compramos pela internet e com antecedência, as entradas que evitam as filas gigantescas no Coliseu (16,50€) e no Museu do Vaticano (18€). No museu não tinha fila nenhuma, mas no Coliseu escapamos de no minimo, umas 3h em pé antes de entrar. Vale muuuuito a pena! Me arrependi de não ter pago um pouco mais para fazer a visita guiada. Por mais você leia antes, chegar la e ouvir alguém explicando cada detalhe, é outra coisa. Da até para se aproximar disfarçadamente de alguns grupos, fazer cara de paisagem e tentar ouvir o guia explicando. Mas a minha cara-de-pau durava apenas alguns segundos.
 
Com o ingresso do Coliseu você pode entrar no Palatino e andar pela região do Forum Romano, principal centro comercial da Roma Imperial. Nessa região tem tanta coisa bacana para ser vista, que ocupara boa parte do seu dia, então aproveite! Proximo dali, fica o imponente (tudo la é imponente!) Monumento a Vittorio Emanuele II, onde acontece também a troca da guarda.
Fora isso, tome muitos sorvetes! Os artesanais italianos são conhecidos como os melhores do mundo, 2€ em média para o cone pequeno. Prove o de cereja, meu preferido!
As pizzas são mesmo muito gostosas, mas desencane de gastar dinheiro para experimenta-las em lugares caros. Qualquer lojinha fast-food que faça aquelas pizzas quadradas vai satisfazer sua vontade por 3, 4 euros... Guarde dinheiro para os restaurantes, mas passe longe dos que ficam proximos aos pontos turisticos, estão sempre muito cheios, são bem mais caros e nem sempre servem comida de qualidade. Pegamos um desses perto do Vaticano, a comida parecia deliciosa, mas foi dinheiro mal gasto. Uma ultima dica: assista ao filme "Anjos e demônios", de Ron Howard, antes de viajar. Tom Hanks protagoniza cenas em varios pontos lindissimos do Vaticano e de Roma. Mas adianto: a beleza nas telas não faz nem cocegas comparado ao que você vai encontrar quando desembarcar por la.

Atualizando em 16/01/10:
Meu irmão de coração acabou de voltar de viagem e escreveu um texto sensacional sobre suas aventuras pela terra sagrada. Leia mais sobre Roma aqui.

sábado, 28 de novembro de 2009

Malandragem solidária

O fim do ano chegou e la fomos nos para as comprinhas de natal. O problema é que a data, celebrada por brasileiros, franceses e todo tipo de gente, torna insuportavel a procura por presentes. Lojas lotadas, filas enormes nos caixas, vendedores sem paciência, sacolas e mais sacolas ocupando os lugares onde gente mais velha ou chata como eu, deveria estar descansando os pés.

No meio da bagunça toda, uma ideia tão interessante que merece ser divulgada. Não sei se acontece por toda a Europa, mas a solidariedade dos lojistas franceses (acompanhada de uma pontinha de malandragem) deveria ser copiada imediatamente no Brasil. Olha so:

Você vai até a loja, faz suas compras e depois de pagar se dirige até uma bancadinha precariamente montada, para fazer seus embrulhos de presentes. Até ai nada de novo certo? Mas aqui o povo foi mais esperto. Ao invés de gastar dinheiro com a contratação de funcionarios temporarios para embrulhar os presentes, as lojas decidiram investir na solidariedade. Cada uma escolhe uma instituição para ser beneficiada e essa instituição envia voluntarios que vão passar o dia todo se ocupando de deixar os seus presentes mais bonitos. No final, o cliente deposita no vidrinho que fica em cima da mesa uma pequena doação. Não existe quantia minima, vai da bondade de cada um. A loja fornece o material e pronto, economiza uma grana preta na folha de pagamento e ainda sai bonita na foto como empresa solidaria!

Nossos trocadinhos de hoje vão ajudar a escolarizar crianças do Congo. Pelo menos era isso que dizia o cartaz...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Blábláblá...

O dia hoje foi tão chato, que favoreceu a publicação de mais um post sobre um assunto que insiste em se fazer presente neste blog. Como sou publicamente favoravel à existência dele, la vou eu de novo falar sobre mal-humor (não so dos franceses).

As aulas de francês chegaram ao fim, as viagens programadas também, a decoração da casa esta praticamente concluida. Fiz a unha, lavei a louça, li os jornais. Desanimada com o frio de 8° que faz la fora decidi passar a tarde toda na internet. Quando percebi, ja estava pra la de envolvida em um bate-boca virtual (e completamente desnecessario) na comunidade de brasileiros na França, do Orkut. Confesso que me divirto um bocado quando entro em qualquer tipo de discussão que me dê espaço para destrinchar sarcasmo, veneno e inteligência ao mesmo tempo, mas dai a ser o ponto alto do meu dia ja é demais né? Pior foi ter saido da discussão com o mesmo grau de (des)conhecimento que entrei. Isso é o que me incomoda de verdade! Se muitos encontram a felicidade convencendo o outro a pensar como eles, eu gosto mesmo é que façam isso comigo, mas raramente acontece.

No final do dia, a conclusão mais logica que pude chegar é que o mau-humor francês é contagioso e diretamente proporcional ao tempo de vida por aqui. Os brasileiros que chegaram agora, são menos azedos (da pra imaginar o quão insuportavel eu vou estar daqui uns 3 anos?). Para me proteger de eventuais mal-humorados falsificados (porque francês ainda vai, mas ser amigo de brasileiro azedo na França é o fim né?), vou querer saber antes mesmo do nome do sujeito, ha quanto tempo ele habita em solo francês. O prazo maximo é um ano. Mais que isso é carta fora do baralho! So para garantir o equilibrio no nivel de humor (e da falta de) da turma sabe?

"Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem
Então o que resta é chorar..."

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Os carrancudos franceses

Se tem uma coisa que me incomoda é gente com opinião formada sobre tudo. Coisa mais chata querer dominar todas as conversas. Esse negocio de internet contribui ainda mais para o aumento perturbador de tantos espertinhos pelo mundo. Bastam alguns cliques e pronto! Eles se sentem preparados para discorrer teses e argumentos copiados do Google na maior cara-de-pau!

Eu sou do time que bate o pé quando tem certeza de alguma coisa, mas falo numa boa que não tenho idéia sobre o que realmente eu não tenho idéia sobre. E morar fora do Brasil é um assunto que estou começando a entender melhor. Começando também, a me sentir mais a vontade para assumir que não acho o Brasil o melhor lugar do mundo, muito menos o mais bonito. O problema é que toda vez que converso sobre isso com amigos que ainda não tiveram a oportunidade de morar fora (morar mesmo e não so passear - o que muda tudo) me sinto como se fosse a filha mais ingrata da nossa patria mãe gentil.

Essa sensação foi amenizada hoje durante uma conversa entre duas mulheres apaixonadas e dispostas a mudar de vida (e de continente) para viver um grande amor. Uma amiga animada com o sucesso do meu romance com o Léo, esta tomando coragem para largar a boa vida profissional e financeira no Brasil a fim de segurar o espanhol que arrebatou seu coração ha alguns anos. A paixão por Barcelona também foi imediata: "Costumo dizer que a Espanha é o Brasil que deu certo".

Acontece que a alegria e a receptividade do povo espanhol que fez surgir nela o desejo de passar o resto dos seus dias em Barcelona, não existe na França. Francês vive de cara fechada, tem fama de antipatico, mal educado até, mas não é bem assim. Educação existe, o que não existe é simpatia gratuita com desconhecidos. Vai culpa-los?!?

Se com os animados espanhois ela esta entre "os seus", é assim que me sinto aqui na França. Eita sensação boa de inclusão ao andar no metrô e ver todo mundo carrancudo como eu. Poder viver sem me sentir exceção por não adorar praia e carnaval, por não achar o Rio de Janeiro a cidade mais bonita do mundo. Poder reclamar de tudo o tempo todo e achar isso normal, ja que francês é o povo mais reclamão que existe. Preocupante admitir, mas acho que estou começando a gostar de morar aqui.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mãozinha safada

O Léo resumiu seu sentimento, quando o juiz apitou o final da partida entre França x Irlanda, que disputavam uma das ultimas vagas para a Copa do Mundo de 2010, com a seguinte frase: "Uma vergonha ir para a Copa desse jeito". Pois é, na repescagem e com gol roubado, a França garantiu presença no mundial.

Para acompanhar a partida fomos à um tradicional pub irlandês certos de que matariamos dois coelhos com uma cajadada so. Ele beberia Guinness e eu poderia ver de perto como os françolas se comportam em jogos da seleção. Antes que a bola rolasse, os unicos brasileiros perdidos no Saint James (nos), discutiamos sobre o placar final. O Léo jurava de pés juntos que era contra a classificação da França por tê-los visto, de dentro do estadio de Frankfurt, despachar o Brasil em 2006. Eu era a favor, porque ainda não conheço muitos françolas para zoar e vê-los fora agora não teria a mesma graça. Mas foi so a bola rolar para constatar que ambos estavamos mentindo.

Entre os gritos acanhados dos franceses durante os inumeros ataques da Irlanda ,que dominava tranquilamente a partida, Robbie Keane abriu o placar para o time visitante. Gritei goool como se fosse o Ronaldo marcando na final do Paulistão! Não sei de onde saiu tanta felicidade! O Léo balançou a cabeça em sinal de desaprovação, foi quando notei que ele ja adquiriu amor pela França, por mais que negue de vez enquando. Pode até ser dificil torcer a favor do time que nos mandou para casa, mas querer que a seleção do pais que o abriga ha tantos anos perca, é praticamente impossivel. Como este sentimento ainda não habita em mim, pulei feito doida quando a câmera focalizou a expressão triste do Zidane na tribuna de honra. Conheci, por pouco tempo, o tal gostinho da vingança.

Pouco tempo mesmo, porque alegria de pobre... vocês ja sabem. De novo ele: Thierry Henry. O autor do gol contra o Brasil em 2006, deu uma mãozinha para o companheiro Gallas garantir a classificação dos Bleus. Mãozinha nada! O cara enfiou os 5 dedos na bola com uma categoria de deixar Maradona no chinelo! Graças à ele, a França estara na Africa do Sul. Contando com a astucia do meu querido (?) Dunga, espero que o troco finalmente chegue no proximo ano. Fico triste de ver uma seleção tão esforçada como a Irlanda ficar fora por malandragem alheia. E o pior: malandragem francesa! Que ca entre nos, não é tão astuta quanto a nossa...

Feio, muito feio!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Veneza, Itália

Li uma reportagem sobre o "Funeral de Veneza" (manifestação em protesto contra o êxodo de seus habitantes e as dificeis condiçoes de moradia na ilha) e vi que a coisa esta feia por la. Hoje, apenas 60 mil pessoas suportam viver na cidade que recebe 12 milhões de turistas por ano. Antes que os ratos, o lixo e os pombos devastem a cidade, inclua Veneza no seu roteiro de viagens.

Viajar pela Europa pagando bons preços nas passagens aéreas é possivel se você se organizar com antecedência. Pesquise na Easyjet e Ryanair, da para conseguir tarifas realmente baixas, por menos de 10 euros mesmo - principalmente pela Ryanair, que infelizmente não voa a partir de Lyon. Apenas fique atento aos volumes e pesos das bagagens, porque para conseguir esses preços, é preciso voar apenas com uma mala de mão e peso limitado.

Se hospedar em Veneza é muito caro e os hoteis são antigos. Decidimos ficar em Mestre, fora da ilha. O bilhete de ônibus do aeroporto Marco Polo até o nosso hotel custou 3€. Essa é uma otima ideia porque os trens para Veneza saem de Mestre a cada 10min e o bilhete custa apenas 1€. O dinheiro que você economizar em hospedagem sera gasto de qualquer maneira, pois tudo la é muito caro e fora os sorvetes artesanais que tomamos o tempo todo, não gostamos de nada que comemos na cidade. O unico restaurante que recomendamos é o de Mestre: Hostaria Vite Rossa (tel: 041 5314421). Comida deliciosa e uma galera descolada bebendo vinho e conversando na entrada, MPB entre a boa musica. Mas para conseguir uma mesa, é preciso marcar com antecedencia - seu hotel pode fazer isso por você.


Acorde bem cedo se quiser evitar andar pelas ruelas tropeçando em turistas. De manhã as ruas ficam mais vazias e da até para tirar fotos lindas sem aquele monte de japonês atras de você. Compramos um mapa para nos achar naquele labirinto, mas gastamos dinheiro a toa. Não da para entender muita coisa e percebemos que bom mesmo é ficar perdido, andando sem rumo pelos canais que me deixavam cada vez mais curiosa sobre a vida que os moradores levam ali. Poucas ruas, muita agua. Como eles carregam as compras para casa? Como fazem mudança? A vida la é tão diferente, que intriga mesmo.

O ponto turistico mais esperado é a praça San Marco, onde todos os pombos do universo se juntam com olhares de cachorro pidão, esperando os restinhos de comida dos turistas mais solidarios. O aglomerado de pessoas na praça me incomodou um bocado, então tirei as fotos que precisava tirar e logo sai dali. Importante: para visitar a Basilica de San Marco, considerada uma das catedrais mais exoticas da Europa, é preciso, além de muita paciência para enfrentar a fila gigantesca, estar decentemente vestido! Se viajar no verão, quando faz um calor insuportavel e fica dificil não usar roupas curtas, leve um lenço para se cobrir ,ou então eles barram mesmo. A visita é gratis.

Você não esteve em Veneza se não andou de gôndola. Vale a pena programar este gasto com antecedência. O passeio pode custar de 80 a 100€, depende do lugar. Como ja tinhamos recebido a dica de um casal de amigos que esteve la pouco antes de nos, pesquisamos muito e pechinchamos na cara dura com todos os gondoleiros que encontramos no primeiro dia. So no segundo fizemos o passeio, por 60€ - mas se eu oferecesse 50€ acho que ele aceitaria.


Se a grana estiver curta mesmo, existem outros meios para passear sobre as aguas, mas sem tanto romantismo. O traguetto é como a gôndola, mas custa apenas 0,50€. Tipo um lotação das aguas, que transporta varias pessoas de um lado para o outro. Se você estiver no clima, até que pode ser divertido. No ultimo dia tinhamos algumas horas antes de pegar o avião e decidimos andar de vaporetto (transporte publico mais confortavel e seguro) pelo Grande Canal. Apesar de achar que o melhor jeito de conhecer Veneza é caminhando, recomendo um desses passeios sobre as aguas. O bilhete pode ser usado por 1h e custa 6,50€. Passar embaixo da Ponto Rialto é um dos pontos altos do percurso.


As tradicionais mascaras estão por toda parte! Nas lojas especializadas e também nos camelôs. Aconselho a comprar depois do primeiro dia, quando ficamos mais habituados com a beleza das peças e evitamos gastar mais que o necessario. As nossas ficaram mais baratas depois do desconto chorado que o Léo conseguiu: 13€ a dele e 10€ a minha.


Mas existe uma variedade de preços e estilos enorme, desde as pequenas que custam 3€ até as de cristais Swarovski que podem passar dos 5 mil euros! As artesanais também são lindas de morrer.


Ficamos quase 4 dias na cidade e achamos um pouco cansativo, é tudo muito lindo mas 2 dias inteiros bem aproveitados são suficientes para ver tudo. Faltou so dar um pulo em Murano para ver os artesãos trabalhando nas peças lindas, tão caracteristicas de la.
 
 
 
 
 
 

domingo, 15 de novembro de 2009

Faça você mesmo

Ando numa fase de sentir saudades. Saudade de frentista, de manicure, de montador de moveis. Dos prestadores de serviço em geral. Na França eles não existem! Quando existem, são ruins ou caros. Nos postos de gasolina não tem frentista, o motorista precisa se virar. Enche o tanque, lava o carro, aspira o po, calibra os pneus, tudo sozinho. No metrô também é assim, ninguém para te vender, niguém para te cobrar na hora de passar na catraca. Tudo by yourself.

Para alugar um apartamento é preciso ligar na imobiliaria, o corretor passa o telefone da pessoa que esta morando no imovel e é você mesmo quem entra em contato com esse morador para marcar uma visita. E vai sozinho, sem o corretor. No começo eu achei estranhissimo ver aptos onde as pessoas ainda moram e também achei um porre ter que ficar recebendo os interessados no nosso. Temos que avisar a imobiliaria que vamos nos mudar com 3 meses de antecedência, dai eles ja colocam anuncio do imovel, por isso, todos os dias o telefone toca com algum infeliz interessado.

Mas essa trabalheira toda pode dar bons resultados. A bendita IKEA (Casas Bahia dos menos afortunados, como nos) tem preços e moveis bem interessantes, então decidimos comprar umas coisinhas novas para dar um up no visual da casa. O problema de comprar é ter que se virar para levar os moveis para casa e depois, monta-los. Até existe a opção de pagar para que façam isso para você, mas é tão mais caro que quase nunca compensa. Bom, depois do esforço de carregar tudo e subir um sofa pelo elevador (so Deus sabe como), me encantei ao descobrir que o homem da minha vida, de manual e ferramentas em mãos, se vira muito bem montando moveis.

Fiquei com inveja das aptidões manuais do Léo e também resolvi entrar na onda do "fazer sozinho". Peguei a antiga cortina de banho (aqui é comum o uso dessa coisa nada pratica nos banheiros) que foi para o lixo, dando lugar à uma mais colorida e decidi reaproveita-la. Caneta e papel na mão para o passo a passo:

1) Compre quadrinhos toscos e baratos, tipo porta-retrato. Serve de qualquer cor ou tamanho. Comprei 9 por 0,50€ cada.

2) Escolha como fundo uma estampa que combine (ou não) com as cores e estilo do ambiente que você quer decorar. Eu usei a velha cortina de plastico, mas pode ser papel colorido, retalhos de pano ou até recortes de gibis.

3) Usando a tampa do quadrinho, marque o tamanho a ser recortado.


4) Recorte.

5) Coloque os recortes nos quadrinhos como fazemos com as fotos nos porta-retratos.

6) Para prender, usei um tipo de cola adesiva porque não queria fazer varios furos na parede. Se não encontrar, apele para o prego e martelo mesmo.

7) Cole na parede deixando o mesmo espaço entre eles.

8) Para decorar, aproveite o que você tem em casa e voilà! Alguns centavos e um pouco de criatividade deixaram a parede mais bonita.

sábado, 14 de novembro de 2009

Mercados especializados: Portugual x China

Morar fora do pais faz a gente sentir uma falta danada das comidinhas de casa. E olha que estou na França - onde a culinaria, segundo dizem, é a melhor do mundo. Mas para mim, nada supera o nosso arroz com feijão. E justo eu, que nunca tinha fritado um ovo na vida, aprendi a cozinhar assim que cheguei. A ocasião faz o ladrão certo?

Se o problema de saber fazer ja foi resolvido, apareceu outro. Encontrar a comida que meu paladar tanto aprecia nas bandas de ca. Não tem feijão carioquinha, não tem arroz Tio João, não tem picanha... Então, quando bate aquela vontade das coisas genuinamente produzidas no Brasil, o jeito é procurar mercados especializados. Em Lyon infelizmente não existe um mercadinho brasileiro, mas tem o chinês e o português, que quebram um galho (galhinho na verdade). Agora me responda rapido: pela logica, onde seria mais facil encontrar Guarana Antartica, Skol, bolacha Bono, suco de caju ou a nossa tradicional paçoquinha? No china ou no portuga?

Errado! No portuga daqui não tem quase nada do Brasil. Tem la um genérico do guarana, mas não me arrisco, também tem uma goiabada, mas feita em Portugal. Mas da para comprar farofa e massa de pão de queijo pelo menos.

Hoje, no desespero de encontrar mostarda americana (na França eles comem uma tal mostarda Dijon, horriiiiiiivel!), visitamos o mercadinho americano e encontramos um pote pequeno que custava 4,60€, muito caro. Seguimos para o mercado chinês, logo adiante. O dono é um figuraça! Fazendo piadinhas e conversando em português, nos atendeu super bem. O problema é que a simpatia do chinesinho é diretamente proporcional aos preços dos produtos que ele vende. Encontrei goiabada (4,95€), bolacha de doce de leite Bono (2,50€), paçoquinha (4,00€), suco de caju (4,50€) e cachaça Ypioca por (pasmem) 24€!!! Meu novo amigo, acreditando no potencial comercial deste blog, fez questão de posar com a danada na mão.

Não deu para não comprar um Guarana Antartica, 3,95€ muito bem gastos e aproveitados no almoço que ainda teve arroz, feijão, couve e os tais bolinhos do portuga. Nunca pensei que teria coragem de pagar quase 12 reais em um guarana! O que me consola, é saber que posso comprar um bocado de cachaça por 3 conto no Brasil e vender aqui por 60. Assim fica facil abrir esse sorrisão né sr. Xing Lig?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Uma tarde em Pérouges

Minha primeira viagem dentro da França não foi exatamente uma viaaaaagem. Foi um passeio diferente, ja que a cidadezinha medieval de Pérouges fica a uns 30km de Lyon. A parte antiga é conservada de uma forma tão interessante que parece de mentira! No começo pensei que alguém tivesse construido aquilo para ser atração turistica. Não vi ruinas, pedaços de igreja ou paredes do que um dia ja foi um castelo... nada disso! Tudo de pé e conservado, ha séeeculos! E o mais engraçado é que a cidade ainda é habitada.
 

Claro que a energia elétrica ja chegou por la, mas da para ver que muitos costumes daquela época são mantidos ainda nos dias de hoje. Enquanto caminhavamos pelas ruas de pedras, vimos lamparinas penduradas dentro das casas, então comentei com o Léo que devia ser o maximo viver naquela época. Os cavalos andando por ali e fazendo aquele barulho dos filmes, as mocinhas na janela observando os homens bebendo nas tavernas... parece bobeira, mas os turistas acabam se transportando mesmo. Me senti personagem da novela "Que rei sou eu?". Alias, Pérouges ja foi cenario de varios filmes, entre eles "Os três mosqueteiros".

 
Quem vai a Pérouges, precisa experimentar a tradicional Galette de Pérouges (1€), uma massa com açucar por cima, cortada em forma de pizza. O chocolate quente custa em média 3,50€ e ajuda a esquentar os dias gelados. Tomamos o nosso no Ostellerie du Vieux Pérouges, onde as mulheres se vestem com roupas tradicionais de época.

 

Saindo de Lyon, a dica é pegar um trem na estação Part Dieu e ir para a cidadezinha de Meximieux (30 minutos de viagem). Os trens saem de hora em hora e os bilhetes custam menos de 15€, ida e volta. Chegando la, é so subir a ladeira para entrar em Pérouges, a distância da estação de trem de Meximieux para Pérouges é de 1km (uns 15 minutos andando). Outras informações sobre horarios e preços aqui. Não é um passeio caro, nem demorado. Duas ou três horas são suficientes para conhecer Pérouges. O site oficial da cidade esta aqui.

 

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