quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Atenas e Mykonos, Grécia

O sonho de conhecer a Grécia começou durante as aulas no curso de teatro. Um lugar que tem um deus pra tudo que é tipo de coisa, devia ser bem interessante, e é. Ja o sonho de viajar para uma ilha grega é mais antigo, da época da brincadeira de escrever em um pedaço de papel nomes de 3 pretendentes, com quantos anos iamos casar e onde desejavamos morar. Eu sempre escrevia Uberlândia (tonta!), França e ilhas gregas, ignorando que "ilhas gregas" não é um lugar especifico. Não importava, no alto dos meus 7 anos ja devia saber que as ilhas, o futuro marido e a França iam se cruzar de alguma maneira, graças à Uberlândia.

Atenas é mesmo linda e nos surpreendeu logo de cara. Uma capital agitada e moderna no lugar da cidade cheia de ruinas que pensei que fosse encontrar. Não vou ficar falando da historia nem de pontos turisticos porque isso é facil de achar na internet,vou dar dicas para você programar uma viagem ainda mais bacana.

Fuja da alta temporada (junho a agosto). Não so porque nessa época os preços são absurdamente mais altos e os lugares ficam lotados, mas também pela temperatura: os termômetros chegam a marcar 45°C! De setembro até o final de outubro, a temperatura cai e os preços também, mas durante o inverno (novembro a abril) algumas ilhas fecham completamente. Se quiser colocar uma no roteiro, descarte esse periodo.

Nos hospedamos no Hotel Presidente, a região é otima, com bares, restaurantes e metrô perto. Ao contrario da França, tudo fica aberto até de madrugada, inclusive bancas de jornal. Ao começar o tour pelos pontos turisticos, a dica é não ir diretamente para a Acropole. A entrada custa 12€, so para ela. Fomos primeiro no Olympeion e la pagamos os mesmos 12€ por um talão com tickets de 6 lugares diferentes, um deles era a Acropole. Cada entrada nos custou então, 2€. Mas esse cupom não é vendido na Acropole, jeitinho malandro de sacanear os turistas empolgados que vão direto ao ponto.

 
 
Além de muitos cachorros (eu nunca vi taaantos em um so lugar! são todos gorduchos e preguiçosos, vira e mexe encontravamos um mais engraçadinho que o outro espalhados pelas calçadas), o que mais tem em Atenas é brasileiro, ô peste! Foi o unico lugar que vi o preço do Real em destaque nas casas de câmbio. A maioria dos vendedores fala o dialeto tupiniquim e todos, sem exceção, têm alguma historia do Brasil para contar. Basta falar que é brasileiro que a gregaiada abre o maior sorrisão e arruma logo a melhor mesa do lugar para você almoçar. Ah! Foi a primeira vez que ouvi 'Zico' ao invés de 'Pelé' quando disse que era brasileira. Eh que o 'Galinho' treinou um dos maiores times da capital, o Olympiakos e vivia com a cara estampada nos jornais.

Achamos tudo tudo tudo absurdamente barato em Atenas. Da agua, aos sorvetes enormes de 1€. Da comida, aos preços das corridas de taxi. A dica é guardar espaço na mala para comprar roupas por la. Em Plaka, bairro tradicional das tavernas e arquitetura neoclassica, as lojas multinacionais estão entre as mais em conta da Europa. As etiquetas mostram os preços de cada pais e Grécia e Portugal são sempre os mais baixos. Segundo o Léo, varia de acordo com o poder aquisitivo do povo. Por isso, se a Grécia for mais um destino no seu roteiro de viagem, não compre nada em outro lugar, principalmente na França e UK.

Para saber mais sobre Atenas, visite o blog Mala ou Mochila. Um monte de informações praticas que não couberam aqui estão por la em detalhes!

 
Ir para a Grécia e ficar so em Atenas é burrice. Esticar a viagem até uma das maravilhosas ilhas acaba não custando tão mais caro. E ca entre nos, tem coisa mais chique que visitar uma ilha grega? Escolhemos Mykonos e seguindo os conselhos do blog da Juliana, ficamos no Hotel Kamari, a tarifa mais baixa que ja pagamos em hospedagem, graças a (baixa) temporada.

A ilha é maravilhosa! Com aquelas casinhas brancas tipicas e uma agua de cor inacreditavel! Vou deixar aqui as fotos lindas que tiramos do hotel, das praias e da cidade, as imagens falam por si. Mas recomendo outra passada pelo blog da Ju para saber das dicas praticas (como transporte) da ilha.

 
 
 

 
 
 
 
 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Büche de Noël

Ostras e figado gordo de ganso (foie gras) não rolou. A tradição natalina de comer essas iguarias ainda não foram permitidas pelo meu estômago. Mas ele aceitou muito bem a büche de Noël, sobremesa mais tradicional da ceia francesa.


A büche de hoje em dia nada tem a ver com a de um século atras. A que estava na nossa mesa ontem era um doce preparado a base de creme de manteiga e aromatizado com baunilha, tipo um rocambole, com formato de tronco de arvore (büche). No passado, a büche de Noël queimava na lareira na noite de natal. Como todos tinham que ficar acordados até mais tarde, aguardando a missa da meia-noite, reservava-se um tronco bem maior ja que o fogo deveria durar mais tempo que nas demais noites de inverno. Com a substituição do aquecimento à lenha pela calefação à gas, a verdadeira büche de Noël que era consumida nas lareiras desapareceu, dando lugar a outra büche. Menos util, mas bem mais gostosa!



Fonte: "Os franceses", de Ricardo Corrêa Coelho.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ainda dá tempo!

Acabei de montar a minha mesa para a ceia de natal, cheia de detalhes tematicos para deixar a decoração mais divertida. Os porta-guardanapos são enfeites de arvore improvisados, vi em um blog e corri para fazer igual. Adorei!



























Feliz natal!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

As árveres somo nozes

Esses franceses continuam me surpreendendo com a malandragem natalina. Dessa vez a coisa ficou ainda mais interessante para o lado que realmente importa: o meu. Ainda que eu tenha voltado para Lyon aos 45' do segundo tempo, fiz questão de enfeitar a casa para o natal. Fiz questão também da arvore, claro. A parceria que o IKEA oferece aos ecologicamente corretos é sensacional. Compramos um pinheiro (de verdade!) por 20€. A vantagem de ter na sala uma arvore linda, com cheiro de planta mesmo, vai além de não precisar usar aquelas de plastico tão sem graça.

Temos do dia 2 ao 16 de janeiro para devolvê-la na loja e recebermos um vale-compras de 19€. Ou seja, a arvore mais linda que eu ja tive na vida vai nos custar apenas 1€. È que eles reaproveitam as arvores devolvidas transformando-as em um composto reciclado para adubo. Além disso, 1€ de cada uma é doado ao Serviço Nacional das Florestas para projetos de valorização de sitios naturais preservados e o IKEA acrescenta mais 90.000€. No ultimo inverno, 200.000€ entraram nos cofrinhos da organização que preserva o verde por aqui.

Sempre fico com uma pulga atras da orelha quando grandes empresas parecem boazinhas demais, até mesmo aqui na Europa, onde a consciência de organizações e das pessoas é bem maior que no Brasil. Mas como é natal, vou fingir que acredito na pureza da idéia. Com certeza ela estara presente em todos os nossos natais gelados que ainda estão por vir na terra de Napoleão.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os banheiros

Uma coisa que bagunçou um pouco as minhas idéias quando cheguei na França foi essa mania que europeu tem de não jogar lixo no lixo, pelo menos no banheiro. Mas agora não imagino falta de higiene maior do que o trato que nós brasileiros damos ao nosso papel com cocô. Coisa mais estúpida limpar a bunda e jogar o papel no lixo né? Aquilo fica dias por ali. Fedendo, contaminando... eca eca! Joga na privada e pronto, foi-se embora!

Aliás, o banheiro na França contradiz um pouco a fama de fedidos que eles tem. Os espertinhos usam um sistema infalível de organização para o toilette. Um lugarzinho só para a privada e outro para o chuveiro e a pia, cada macaco no seu galho. O único problema é que não dá para eliminar a feijoada e disfarçar o cheiro com o vapor do banho. Fora isso, é uma ótima idéia. Estranhei no começo, mas quando fui visitar minha mãe no Brasil estava tão desacostumada a fazer tudo no mesmo lugar, que saia do banheiro procurando a pia para lavar as mãos e cadê?

O que eu realmente não gosto por aqui são as cortinas de banho no lugar dos boxes de vidro. Parece casa de vó, antiiiiigo. E o pior é que todo mundo usa e ainda acha bonito! Tá, concordo que pode dar um charme ou até divertir o ambiente, mas elas não são nada práticas e me cansa ter que ficar trocando de tempos em tempos para não feder. Tirando a minha avó, nunca vi no Brasil quem preferisse as cortinas aos boxes. Sem falar que ter chuveiro na França é super raro. Eles usam uma torneira com uma espécie de cabo que da uma trabalheira enorme para segurar durante o banho. Junte isso às cortinas que vira lambança na certa. O Léo fez uma gambiarra para pendurar a nossa na parede, imitando os chuveiros do Brasil.

Para compensar, existem banheiras na maioria das casas, se é que você gosta delas. Encontrar um apto com box e chão no lugar das banheiras é tarefa dificílima! Quase tão difícil quanto se equilibrar dentro delas para tomar banho. O pior é que eu e o Léo quase nunca enchemos a nossa... É aquela velha história de não ter piscina e querer nadar todo dia na casa do vizinho.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Uma vez Flamengo...



Que delícia poder estar em solo tupiniquim para assistir ao show dos garotos (e veteranos como Petkovic - 37 anos) na última rodada do Campeonato Brasileiro. Meu controle-remoto nunca zapeou tanto em dia de decisão! Que delícia poder acompanhar com olhos de jornalista e de corintiana fanática, o maior templo do futebol lotado com 80 mil rubro-negros gritando Mengoooo, Mengoooo.
Sim, corintiana feliz com a festa flamenguista, já que Ronaldo e compania decidiram adiar a conquista do título para 2010, ano do centenário. Vou torcer pra quem? Palmeiras? São Paulo? O bom senso não permitiria e um time que tem Adriano como artilheiro merece toda a minha simpatia. Sem falar que Dona Mirlene (minha mãe) e Léo são flamenguistas roxos! Sem falar na semelhança entre os frequentadores da geral do Maracanã e do tobogã do Pacaembu que é incrível! Nunca vi tanta gente feia por m2. Enquanto as câmeras no Morumbi flagravam as são-paulinas de salto alto, no Maraca só dava tiozinho sem dente, torrado pelo sol forte das praias cariocas, com chapéus e óculos engraçadíssimos no mais alto estilo "Galvão, firma nóis"!
Que belezinha!!!
Não nego que a organização do futebol europeu me mata de inveja e que ela vai demorar um bocado até chegar por aqui. Mas afirmo com tranquilidade que nenhuma arquibancada é tão divertida quanto a nossa. Na Europa, a seriedade dos casacos pretos não fica só na roupa. Francês é contido até na hora de empurrar o time. Em Lyon, o mais bem bolado grito de torcida fica por conta de "Quem não pular não é lionês", tosco né? Claro que existem craques, mas futebol malandro como o nosso, cheio de dribles, jogadas trabalhadas e comemorações criativas nos gols não existe em canto algum da Europa. Talvez por isso, torcedores como o nosso também não!
O que dizer então de exemplos como Ronaldo Angelim? O mais novo herói rubro-negro, responsável pelo gol do título. O guerreiro que quase perdeu as pernas este ano... Difícil encontrar histórias como esta lá fora, que vira e mexe, ilustram o futebol brasileiro. Taí o Adriano (desacreditado até pouco tempo e que agora volta a despertar o interesse de clubes como Milan e Roma) e Ronaldo (gordinho, lesionado e principal estrela para a Libertadores do ano que vem) que não me deixam mentir.
Um viva para o mais disputado Brasileirão de pontos corridos da história. Um viva para o Flamengo seis vezes campeão. Um viva para o Andrade, primeiro técnico negro a conquistar o título (vai entender). Um viva para Leonardos, Mirlenes, Adrianos, Joãos e para todos os outros 40 milhões de rubro-negros que viram Papai Noel chegar mais cedo neste natal.
O último Brasileirão que pude acompanhar de perto foi bonito, disputado e vai fazer falta na terra onde Juninho Pernambucano é rei. A corintiana agradece o espetáculo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cansaram da Geysi

Coloco os pés no Brasil e depois de 2h de trânsito para chegar em casa (antes mesmo das 6h da manhã!) ligo a TV e descubro mais um escândalo envolvendo pagamento de propina em Brasília!

Ufa! Estou em casa!

Enquanto o circo pega fogo na capital do "país do futuro" (neste comp. tem acentos), a imprensa brasileira dedica mais tempo dos seus telejornais para criticar a piada (divertida) que o ator Robin Willians fez sobre a escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016.



Ora pois, pensei que rabugentos fossem os franceses! Aonde foi parar a alegria do meu povo que estava aqui quando deixei o Brasil? Não é preciso muita inteligência para saber que a base do stand-up comedy é tirar sarro das coisas/pessoas que dão motivo para virarem piada.

E dizer que o Rio de Janeiro está pronto para sediar a maior disputa esportiva do mundo é material de sobra para todo tipo de gracinha que aparecer. Os recentes apagões, a disputa de poder (desde quando mesmo?) com o tráfico, os arrastões nas praias, a precariedade do transporte público e o trânsito caótico são exemplos claros da falta de infra-estrutura da cidade mais linda do país (mas não do mundo!). Sem falar nos milhões desviados durante o Pan de 2007 (com direito a investigação do Tribunal de Contas da União), que em tempos de Olimpíada podem virar bilhões... Citando Paulo Vinícius Coelho, um dos melhores jornalistas esportivos com quem tive o prazer de trabalhar na ESPN Brasil: "É do seu, do meu, do nosso imposto pago religiosamente em dia que nascerá a Olimpíada do Rio. E, enquanto isso, você continuará correndo o risco de ser assaltado num sinal, porque o menino que não foi pra escola virou bandido e não atleta."

Mas que besteira discutir desvio de dinheiro público ou pagamento de mensalões! Vamos nos ocupar de falar mal de um dos melhores comediantes do nosso tempo, que associou (inteligentemente) a comitiva exagerada que o presidente Lula levou para Copenhague com as prostitutas que ganham a vida na orla de Copacabana. Que diabos a gente vai ganhar se quiser apurar e discutir o que realmente vale a pena não é mesmo? Se fosse assim, seriamos europeus e não brasileiros. E a Geysi não teria conseguido o privilégio (?) de ser rainha de bateria da Porto da Pedra.

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