terça-feira, 27 de abril de 2010

Mulher sofre

Adiei o compromisso o maximo que deu, até que não deu mais. Exigi que minhas velhas calcinhas brasileiras sobrevivessem além da conta, tamanho era o medo de entrar em uma loja de lingerie francesa. Acontece que a agua daqui tem calcario demais e lava daqui, lava de la, minhas calcinhas decretaram o fim de suas atividades mais cedo que o esperado. O Léo (que precisou lidar com as minhas lingeries surradinhas em plena lua-de-mel) me acompanhou rumo ao desconhecido. Não fosse ele, a vendedora não teria entendido que eu procurava uma calcinha não tão grande como as da minha avo, mas que também não ficasse entrando, bem, você sabe onde. Infelizmente, isso não existe por aqui.

Se por um lado ser mulher na França da um pouco de trabalho, por outro, tem la as suas vantagens. Desde 1975 o aborto é legalizado, além de gratuito - ja que o governo reembolsa o dinheiro gasto com a pratica nos hospitais. Qualquer mulher pode interromper a gravidez até os 3 meses de gestação, basta marcar um horario em um hospital publico ou privado. Lembrando que no Brasil, o aborto so é permitido em caso de estupro ou quando a gravidez coloca a vida da mãe em risco.

Sei la se sou a favor ou contra o aborto. Penso que nenhuma mulher precisa abortar, ja que todas temos opções para não engravidar, mas não da para negar que o aborto é praticado nos quatro cantos do mundo. Cerca de 8 milhões de mulheres sofrem com as complicações provocadas em clinicas clandestinas, sem falar nas 70 mil que morrem todo ano. Aqui, as mulheres não precisam se arriscar nas mãos de açogueiros nem tomar remédios perigosos para abortar. Disso eu gosto.

Vale deixar claro que o governo francês não é muito fã dos abortos, pelo contrario. Existem varios programas de incentivo à gravidez. O que eles mais querem por aqui é que cada mulher gere pelo menos uns 5 filhos! Por causa dass guerras, que modificaram completamente o modo de vida dos franceses (inclusive na constituição das familias), a taxa de natalidade foi diminuindo tanto que o governo decidiu agir ao perceber o caos que se instalava no pais - que tem uma população enorme de idosos (40%). Para estimular as mulheres a terem filhos, o governo adotou um pacote de medidas que realmente torna mais facil a vida daquelas que decidem ser mães. O objetivo é que essas crianças cresçam logo e se tornem uma população ativa para pagar as aposentadorias, que hoje consomem os recursos publicos da França.

As mamães com um unico filho recebem uma ajuda de 178€ por mês até a criança completar 3 anos. Mas a partir do segundo, existe até tabela para os subsidios, que são depositados direto na conta dos pais até as crianças completarem 20 anos: 2 filhos =120€ por mês, 3 filhos = 280€ por mês, 4 filhos =441€ por mês e + de 4 filhos = 158€ a mais para cada um. Isso vale para todos os casais (ou mamães solteiras), independente da situação financeira da familia. Tanto faz se é rico ou pobre, os subsidios são os mesmos. E as familias com renda maxima de 2.800€ ainda ganham um mimo de 890€ para preparar a chegada do bebê. Sem falar que na França, saude e educação são gratuitas, o que ajuda a aumentar a criatividade do Léo - que de uns tempos pra ca deu para imaginar pimpolhos dentro da minha barriga. Dai a minha preocupação em comprar calcinhas novas.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pois é... casamos!

Era para ser uma surpresa aos amigos e familiares que estão no Brasil. Mas o mundo da internet não permite segredos entre aqueles que se amam. Como o fato em si não vai mais surpreender quase ninguém, espero que as fotos cumpram essa função.



















 "Às vezes, quando tudo dá errado, acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo."




*Para ver todas as fotos, acesse o site do fotografo Dominique LIEVRE. Clique em Accés Client (no canto esquerdo) e escreva Mirelle no 'Prénom de la mariée' e Leonardo no 'Prénom du marié'.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cricri

Sei la se todo europeu leva jeito para acabar com a felicidade alheia, mas que francês é expert no assunto, isso é. La foi a pobre menina comemorar seus oito aninhos na Disney de Paris. Como toda garotinha que sonha com principes e castelos, Natasha pediu à mãe que costurasse um vestido para ela. Pomposo, como se vestem as princesas dos desenhos. Para passar um dia na terra encantada, a menina inglesa queria estar vestida a carater. Mas os homens maus acabaram com a festa, literalmente.

Disseram que mãe e filha estavam muito parecidas com as princesas da Disney e pediram para elas irem embora. Realmente, o figurino é idêntico! Eu, se estivesse la, correria para tirar fotos com elas. Principalmente com a mãe - reparem a semelhança impressionante com a Branca de Neve! Quem não se confundiria não é mesmo?


















Os responsaveis alegaram que "ninguém acima de 9 anos de idade pode entrar no parque usando uma fantasia que remeta aos personagens Disney". Ou seja, a culpa agora é da mãe! Velha tonta que decidiu agradar a filha pagando o mico de andar por ai com um vestido cheio de frufrus!

Me lembrou uma doida que conheço que se vestiu de noiva e saiu pela cidade fazendo fotos. Foi expulsa da frente do Museu do Louvre (vejam bem, da frente e não de dentro), da Catedral de Notre-Dame e foi convidada a se retirar do metrô. Isso porque Paris é uma cidade turistica e quase ninguém tira fotos nesses lugares né? Concluindo, os franceses nem são mal-humorados, eles so não gostam de vestidos de princesas.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Como irritar um francês

Vi no blog da Anita uma lista de como irritar um brasileiro, feita por uma americana que passou um tempo no Brasil. Inspirada, fui logo listando as maneiras classicas de tirar um francês do sério:

1- Dizer que você prefere os alpes suiços aos alpes franceses
2- Pedir ketchup em restaurante chique e colocar em cima da carne, aos olhos do garçom
3- Falar que os americanos fabricam champagnes deliciosos (para se chamar champagne, so pode ser fabricado na França)
4- Perguntar se francês toma banho todos os dias
5- Dizer que greve é um ato de rebelião desnecessario
6- Corrigir o inglês deles, principalmente quando eles pronunciam errado as palavras que começam com H (house se pronuncia rauze, mas francês fala auze)
7- Falar que francês trabalha pouco (são apenas 35h/semanais)
8- Afirmar que a gastrônomia francesa é otima, mas não como a inglesa
9- Criticar a cabeçada que o Zidane deu no Materazzi na final da Copa do Mundo de 2006
10- Dizer que os carros alemães (ou qualquer outra coisa alemã) são melhores que os franceses

Mais alguma maneira de cutucar as onças francesas com vara curta?

domingo, 18 de abril de 2010

Para dormir e comer muito bem em Paris

Nossa ultima passagem por Paris foi rapida, porém proveitosa. Ficamos no 8ème, um dos bairros mais elegantes da capital francesa e adoramos a região. Por isso, deixo duas dicas para quem esta programando uma viagem à Paris. A primeira é o Hotel Astor Saint-Honoré, proximo ao Museu do Louvre, à avenida Champs Elysées e lojas de departamento como a Galeries Lafayette. O luxuoso hotel 4 estrelas vale o quanto custa. Como a viagem tinha um motivo muito especial, nosso casamento, decidimos juntar os trocadinhos e investir no nosso conforto na lua-de-mel. As diaria variam entre 180€ e 1.550€, dependendo do quarto. Os funcionarios são super atenciosos e a decoração, uma mescla do estilo inglês e da elegância francesa, é um luxo so!




A duas quadras do hotel, encontramos um restaurante delicioso, Le Saint-Augustin. Entre 12h e 15h é impossivel achar uma mesa vazia. Mas os clientes, franceses engravatados que trabalham por ali, dispensam o habito de ficar horas à mesa, para voltar ao trabalho o mais rapido possivel. Isso faz o tempo de espera diminuir. No mesmo ritmo frenético trabalham os garçons. Nunca pensei que pudesse encontrar na França a agilidade dos paulistanos. Mas Paris é Paris né? Para esperar uma mesa, sugiro encostar ali pelo balcão mesmo e aproveitar os aperitivos, como os ovos cozidos que ficam à disposição dos clientes.


O 'prato do dia' custa em média 15€. Destaque para a combinação perfeita do prato abaixo, o mais gostoso que meu paladar degustou desde que cheguei na França:

Onglet à l'échalote avec pommes paillasson, haricots verts et salade
(carne com bolinho frito de batatas, vagem na manteiga e salada de alface)


114, boulevard Haussmann (em frente ao metrô Saint Augustin)
75008 Paris

tel : 01 43 87 40 55

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Das coisas que ninguém entende‏

"Começou no sudeste brasileiro, onde os dois nasceram em diferentes estados. Ela, em Minas, que não tem mar. Ele, no Rio, que não tem ouro. Foram se encontrar no sudeste mineiro que, apesar de não ter praia, tinha Ela. Da paquera da escola nasceu o namoro. E foi o primeiro para ambos. Juntos, também experimentaram a intimidade pela primeira vez e, ao se tocarem, Ela fez dele homem; Ele fez dela mulher. Maduros no corpo mas inexperientes no amor, os então adolescentes não souberam equilibrar os sentimentos. Assim, apenas alguns meses depois, estava terminado o que mal havia começado. Foi rápido, intenso e inesquecível. Sobretudo, vale dizer, foi apenas mais uma dessas coisas que ninguém no mundo entende.

Ele se mudou para a França. A nova casa, um país do tamanho do estado de Minas, tinha mar, assim como o tinha sua terra natal, o Rio. Mas, da mesma forma que o Rio e ao contrário de Minas, a França não tinha Ela.

Com o tempo, Minas também deixou de tê-La. Ela foi morar na vizinhança de Minas e Rio, em São Paulo. E lá ficou sem ouro, sem Ele, porém mais perto do mar. Como se o consolo fosse suficiente, Ela viveu feliz, com alegrias e sofrimentos intensos, mas nunca realmente completa. Era como se faltasse o sal do seu mar.

Separados de fato e no coração, se apagaram lentamente, mas nunca por completo, da memória um do outro. Não sabiam, no entanto, que o que tiveram antes fora apenas afeição. Após anos de silêncio, encontraram-se num mar digital. Ele sozinho, como a conheceu. Ela sem ninguém, como sempre se sentiu. As ondas da praia dela se agitaram. A luz do ouro dele brilhou como nunca. Decidida a unir novamente Minas e Rio, Ela atravessou o oceano para encontrá-lo no país de mesmo tamanho do estado em que nasceu. Deixou para trás sonhos e fantasias e foi vivê-los numa terra distante. Fez tudo por vontade própria, sem que o destino tivesse papel algum na conquista de tal felicidade. E isso foi mais uma das coisas que ninguém parece entender.

O reencontro em Paris trouxe de volta belas lembranças, além de uma nova e sólida paixão. Foi forte, inesperado e arrasador. Foi curto também. Semanas depois, de volta a sua casa em Sampa, Ela tinha ao redor toda a riqueza do mar e do ouro de Rio e Minas. Mas, sem tê-Lo por perto, percebeu que trouxera excesso em sua bagagem. Além da saudade e das memórias, trouxera amor. Cheia de coragem, decidiu largar de vez a mãe, que sempre foi o mar e o ouro de sua vida, para viver o meio de uma história que começou a ser contada muito tempo atrás. Como é de se esperar quando, sem aviso prévio, um coração muda o rumo de alguém, essa se tornou inevitavelmente uma daquelas coisas que ninguém é capaz de entender.

Finalmente juntos, eles aproveitaram a nova vida para desvendar o continente das mais antigas histórias. Namoraram diante das belezas do velho mundo em momentos inesquecíveis. De Veneza a Barcelona, de Genebra a Londres, encantaram-se de verdade com o brilho dos olhos um do outro, sem realmente se importar se havia mar ou ouro por perto. Alguns lugares, entretanto, conseguiram reunir todos os elementos. Atenas, a terra dos grandes pensadores, reservou um momento impensável para os dois. Perto de um dos mais belos mares que há, Ele a propôs em casamento. Não muito tempo depois, Roma, a cidade eterna dos imperadores, que tanto ouro já guardou, testemunhou um pequeno pedaço de metal ser colocado no dedo anular direito Dela. Estava oficializada a relação. Não que precisasse ser oficial, mas o gesto foi sem dúvidas especial. Esta, no entanto, é uma daquelas coisas que ninguém jamais entendeu.

Mesmo após tantos bons momentos em diferentes lugares, os dois sempre teriam um carinho especial pela cidade que marcou o reencontro deles, 13 anos depois. Assim, no dia 15 de abril de 2010, uma cidade se iluminou para celebrar a união que nem um oceano de distância foi capaz de separar. Mais uma vez de braços abertos, Paris os recebeu - à Menina de Minas, que não tem mar; e ao menino do Rio, que não tem ouro - e testemunhou o casamento perfeito de duas belas obras da natureza. Longe de Minas, do Rio e do passado, os dois começam a viver um futuro onde um basta ao outro para se completar. Mas isso, todo mundo sabe, é simplesmente a história de Mirelle e Leonardo. Ninguém mais precisa entender."

O texto lindo é um presente de casamento. Foi escrito por um amigo que além de irmão, escreve como ninguém. Ernani meu querido, você fez falta hoje!


Léo e Mi - 1996


As fotos do casamento estão aqui

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Minha honra nas mãos do Dunga

Ainda faltam 62 dias para a bola começar a rolar, mas ja tem gringo me fazendo subir pelas paredes! E olha que dessa vez não estou falando de francês. Esses, coitados, so passaram a gostar mesmo de Copa depois que derrotaram os melhores do mundo em 1998, mas não vem ao caso.

Pela primeira vez, uma pessoa não falou com carinho de Pelé e Ronaldo ao saber que sou brasileira. Pelo contrario, fez careta e ainda falou mal do Kaka. Disse que o pobre menino não joga bem e so chegou onde esta graças ao seu rostinho bonito. Da para discutir futebol com um cara desses, português ainda??? Ora pois, Cristiano Ronaldo seguiu o mesmo caminho.

Não conheço muitos portugueses para afimar que eles são todos tão azedos quanto o vendedor do mercadinho português de Lyon, mas sai de la com a impressão de que até o final da Copa, a cena (descrita abaixo) vai se repetir um bocado, especialmente no final do mês, quando eu e o Léo visitarmos minha mãe em Coimbra:

Mirelle, em português:
- Bom dia, esse bacalhau com nata é o que?
Portuga, em francês:
- Bacalhau, obviamente.
Mirelle, em português:
- Sim, mas "nata" quer dizer o que? Tipo um creme de leite?
Portuga, em francês:
- Vocês não tem isso no Brasil não? Nata ué! Tipo um creme.
Mirelle (sem entender porque diabos o baixinho bigodudo responde tudo em francês) pergunta, em francês:
- Desculpa, você é português ou francês?
- Os dois. (responde ele em português - vai entender!)
- Hummm, saquei de onde vem o mau-humor... (brincadeira! Pensei isso mas não tive coragem de falar).

Comprei o maldito bacalhau com nata, so porque me dispus aqui no blog a provar comidas estranhas. No caixa, o baixinho continuava a me tratar mal. Não entendia porque o cara fazia questão de ser tão desagradavel comigo, ao mesmo tempo em que sorria e brincava com os outros clientes françolas.

- Esse feijão em lata aqui é parecido com o do Brasil?
- Esse feijão é português, feito em Portugal. Aqui é uma loja portuguesa, você sabia?

Eu, ainda em choque com a sinceridade agressiva do tiozinho e segurando um pacote de pão de queijo Yoki, respondi:
- Uai, isso aqui é português? Produzido no Brasil! Lê aqui, São Bernardo do Campo viu? Pertinho da minha casa, que até onde eu sei, fica NO BRA-SIL! - assim mesmo, quase gritando.

Dois franceses chegaram na fila e comentaram entre eles (em francês, obvio):
- Engraçado ver eles conversando em português né? Mas ela tem um sotaque diferente do dele...
- È porque eu sou brasileira e o sotaque do Brasil é muito mais bonito que o de Portugal! -
respondi, na lingua de Molière.

O Portuga, ja quase me colocando para fora, fez uma piadinha rapida que não entendi. Depois, foi quando falou mal do Kaka. O sangue subiu à cabeça, então tive que perguntar:
- Você não gosta do Brasil?
- Não muito. Principalmente agora que vamos nos enfrentar na Copa do Mundo.

Bingo! Como é que eu não tinha pensado nisso antes? O confronto, marcado para o dia 25 de junho, sera muito mais que uma disputa entre duas boas equipes. Trara à tona a rivalidade entre colonizadores e colonizados, entre povos que se amam e se detestam de maneiras muito peculiares. Os portugueses claro, vão perder. Dai, a hostilidade do bigodudo malcriado. Quando a ficha caiu, meu sorisso apareceu forte, quase que sarcastico, ao mesmo tempo em que meu coração se compadeceu com a angustia do torcedor apaixonado. Enfrentar o Brasil logo na primeira fase não deve ser nada agradavel. Assim como não é, lidar com português em véspera de Mundial.

- Nos vemos dia 26 (disse eu, agendando nosso proximo embate para o dia seguinte ao jogo). Prometo comprar aqui as cervejas da minha comemoração. - E sai.

Agora é rezar para que a minha protetora, Nossa Senhora de Fatima (que é portuguesa, vejam so) faça brotar nos pés dos convocados de Dunga, a garra que faltou em 2006. Senão, vai faltar pão de queijo no café da manhã aqui em casa...


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Barcelona, Espanha

Fazia tempo que não pintava um post de viagem por aqui né? Bom, eu e o Léo decidimos passar um fim de semana em Barcelona. As passagens são tão baratas que podemos nos dar ao luxo de pensar exatamente dessa maneira, "Ah, vamos dar um pulinho em outro pais para ver o Barça jogar?", tipo ponte aérea Rio-São Paulo, so que mais em conta. Pagamos 29€ na ida e volta pela Easyjet.

















Nos hospedamos em um hotel 4 estrelas com preço de 3 e muito bom. O H10 Itaca fica super bem localizado, à 500m da estação de trem Sants Estacio e muito proximo ao metrô. Ao lado tem um pequeno supermercado com preços otimos, compramos varios tipos de biscoitos e doces espanhois para trazermos para a França. Acho que ja escrevi aqui no blog sobre essa minha mania de ir aos supermercados de todas as cidades que visito, é onde encontro produtos interessantes e tipicos para levar de presente, melhor que chaveiro e camiseta.

A cidade é propicia para longas caminhadas, principalmente por causa da arquitetura interessantissima de suas pontes, prédios e praças. Uma das construções mais clicadas pelos turistas talvez seja "La Pedrera", de Antoni Gaudí.

O predinho torto que ilustra varios cartões postais so não faz mais sucesso que "A sagrada familia", a construção mais famosa de Barcelona, que também contou com os dedinhos magicos do arquiteto mas que nunca chegou a ser concluida. Duvido que algum turista tenha foto da igreja sem os enormes guindastes de construção atras.

Alias, não é so a igreja gotica que vive em obras, a cidade toda é assim. Fiquei impressionada com a quantidade de caminhões de entulhos e de telas protegendo os predios que nunca ficam prontos, um pouco desagradavel. Também não posso deixar de dizer que em Barcelona sentimos medo, foi a primeira vez em uma cidade européia. Duas ou três situações estranhas fizeram a gente apertar o passo e aumentar o nivel de atenção que diminuiu naturalmente depois que deixamos o Brasil. Claro que existe perigo em todas as grandes metropoles do mundo, em Roma e Paris por exemplo, ficamos atentos mas não chegamos a sentir medo.

Ainda sobre Gaudí, suas obras fizeram do "Parque Güell" um dos mais autênticos da Europa. Passeio obrigatorio para observar o casamento certeiro entre o verde da natureza e as criações malucas do homem inspirado.

 
 
Para fugir dos flashes insistentes dos turistas, o "Parc de la Ciutadella" pode ser a solução. Não que la seja mais vazio, porém é um ponto de encontro dos nativos que aproveitam os dias de folga para um pique-nique ou para se jogar na grama sob os raios de sol. Fica bem no coração da cidade e tem um zoologico, que estava fechado e não conseguimos visitar.

Os casacos pesados na foto acima mostram que não viajamos em uma época muito quente. Portanto, nada de praia. Nosso encontro com as aguas se resumiu a um passeio pelas Ramblas. Não curti muito o Bairro Gotico, cheiro insuportavel de xixi + gente estranha + moradores insatisfeitos. Não sei porque os blogs de viagens insistem em aconselhar esse passeio. Da uma olhada em uma das faixas adoraveis que os catalães exibem por la:

A viagem de 3 dias não nos deixou tempo para visitar com calma o Museu do Picasso nem a Fundação Joan Miró, uma pena. Também vou ficar devendo indicações de restaurantes, não demos sorte nos lugares que comemos, nem mesmo com as famosas tapas. Temos o dom divino de nunca escolher bons restaurantes e dessa vez não foi diferente. Em compensação, descobrimos o melhor chocolate quente do mundo! Farggi é uma daquelas cafeterias/sorveterias deliciosas com diversos endereços em Barcelona. O chocolate quente é super cremoso, diferente do leite com chocolate em po que os franceses servem.

O melhor ficou para o final. Como eu disse la em cima, o motivo principal da viagem foi assistir ao jogo Bracelona x Getafe no Camp Nou, o maior estadio de futebol da Europa. Compramos com alguns meses de antecedência os ingressos (21€ cada) pelo site do proprio Barcelona FC. Parece sonho para essa brasileira apaixonada por futebol, comprar ingresso sem precisar dormir na fila nem levar cacetada de policial mal-formado, tudo muito distante da realidade dos nossos campeonatos no Brasil, uma pena. Messi estava logo ali, fazendo jogadas que meus olhos não acreditavam ver, surreal. Poucos pensam em aproveitar uma viagem para assistir a um jogo de futebol, mas ter um Messi dando sopa em pleno Camp Nou e não passar para conferir, é burrice.

Infelizmente, a cidade preferida da minha amiga Juliana não mexeu muito comigo. Achei Barcelona meio sem graça na verdade. Parece o Brasil em varios sentidos e acho que o fato de ja ter passado por cidades tão diferentes como Atenas, Roma e Marrakech contribuiu ainda mais para a minha avaliação mediana sobre a capital catalã. Não que ela não seja linda, é. Mas a maioria das pessoas exalta a noite maravilhosa que a cidade oferece, seus bares e boates com musica boa e gente bonita. Talvez a magia esteja justamente nos programas que eu não curto fazer e por isso, a velha aqui achou que Barcelona não passa de uma cidade comum.

 
 

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