Quem me acompanha no Twitter (segue ai!
@13anosdepois) ja esta por dentro da minha irritação com a falta de praticidade dos franceses. Dia desses tentamos comprar um fogão que estava em uma promoção interessante, não conseguimos porque o produto não estava disponivel no estoque e o prazo para entrega seria de três semanas. Até la, a promoção teria acabado e mesmo efetuando a compra no periodo vigente da promoção, perderiamos as vantagens. Saimos da loja sem entender o raciocinio deles. Juro, tô boiando até agora. Coisas assim, sem sentido algum, são comuns por aqui.

Raro é encontrar alguma empresa que pague hora extra ou comissão aos seus funcionarios. Isso faz com que o atendimento em lojas, supermercados e restaurantes seja completamente diferente do que estamos acostumados a receber no Brasil. Vendedor francês dificilmente é simpatico e solicito, ja que não ganha comissão em cima das vendas que pratica. Se o camarada não ganha um centavo a mais pelas suas vendas, ele não vai perder tempo sorrindo para você. Para ele, tanto faz se você comprar a loja inteira ou sair de mãos abanando. Portanto, quem adora aquela paparicação brasileira quando sai para gastar, pode desistir de fazer compras na França.
Foi comprando as nossas alianças em uma joalheria daqui que notei como são grandes as diferenças em relação ao Brasil. A vendedora mal nos olhava, parecia que eu estava mendigando um pedaço de pão, quando na verdade estava comprando ouro. Ela tirou uma aliança da vitrine e fez cara feia quando pedi para olhar a segunda. Poxa, minha aliança de casamento tem que ficar bem no meu dedo, não da para escolher so olhando pela vitrine! Ela foi tão antipatica, mas tão antipatica que acabamos comprando em outra loja, atendidos por uma moça menos esnobe. De la pra ca, venho colecionando historias parecidas para contar. Sera que se não existisse comissão no Brasil, os vendedores também seriam assim, tão desinteressados?
O caso mais recente aconteceu ontem a noite quando saimos para jantar. Experimentamos um restaurante novo, mas eu queria a sobremesa do italiano que frequentamos quase todas as semanas. Como eram proximos, jantamos em um e caminhamos até o outro para saborear o
tiramisu. Chegando la, o garçom se recusou a aceitar o nosso pedido. O lugar estava vazio, sobravam mesas e nem assim ele topou servir a sobremesa ao casal que come sempre ali. Se não for entrada + prato + sobremesa, nada feito! Deixou de ganhar alguns euros + gorgeta para se manter fiel ao sistema. Faz sentido?

Também estou me adaptando à questão dos horarios de fechamento. Se uma loja ou supermercado diz que fecha às 20h, significa que às 20h as luzes ja estarão apagadas, os caixas fechados e os funcionarios do lado de fora, e não que você pode chegar até às 19h55 para ser atendido, como acontece na terrinha. As 19h40 os seguranças passam encaminhando os clientes para o caixa (com aquela gentileza tipica daqui) e ninguém mais consegue entrar. Quem estiver vindo para a França tem que saber que se precisar de um absorvente às 20 para as oito da noite, não adianta correr até a farmacia mais proxima achando que vai dar tempo, não vai. A minha academia por exemplo, fecha às 21h, mas às 20h30 eles desligam o ar-condicionado, o radio e apagam metade das luzes.

Existem varios outros exemplos para ilustrar a falta de praticidade por aqui: nos bancos não se pode por exemplo, pagar contas pela internet - so indo na agência ou enviando um cheque pelo correio (isso mesmo, enviar cheques pelo correio é um habito comum entre os franceses). O voto eletrônico esta em fase de testes, enquanto no Brasil, ja usamos a urna eletrônica desde 1996. Em varios orgãos publicos, os funcionarios ainda usam aqueles livros enormes e antigos para anotar os dados, depois sofrem para encontrar o numero de um protocolo escrito à mão. Além de praticidade, falta raciocinio logico na vida desse povo, que muitas vezes, parece ter parado no tempo.
41 comentários:
A França é tão pratica para algumas coisas mas é mesmo retrógrado nos serviços essenciais e públicos, isso é verdade. Pena que ficou sem o seu forno.
Só discordo de que a loja que fecha as 9:00 no Brasil só feche para quem está entrando seja uma coisa boa.
Pensemos em quem trabalha lá né? Ter hora pra entrar e não pra sair deve ser um saco! Porque às vezes a comissão e a hora extra não compensa poder chegar em casa mais cedo.
Se o meu patrão (sou funcionária pública) quisesse me pagar hora extra pra eu ficar mais tempo numa sexta à noite ou trabalhar fim de semana, eu não ia aceitar. Dinheiro não é tudo.
Então concordo com essa coisa na Europa(na Espanha tb é assim). Fecha às 20, é hora dos trabalhadores irem pra casa!
é, daniela, é uma pena que nem todo mundo pense dessa maneira. "esnobe" nao é aquela pessoa que se sente no direito de explorar o tempo daquele que nao recebe a mais pela hora extra de trabalho. "esnobe" é o trabalhador que, ao contrario do brasileiro, nao se deixa pisar pra agradar a madame que quer comprar OURO! queria perguntar a madame, caso ela fosse funcionaria de alguma loja, que atitude ela teria diante do consumidor que nao se importa com a hora de trabalho dela. sera que ela seria assim, toda sorridente, independente do quanto achasse aquilo injusto? ou ela apenas exige dos outros aquilo que nao eh capaz de oferecer? (é uma pergunta retorica, eu ja sei a resposta).
quando o mundo aprender a deixar de olhar somente pro seu umbigo e começar a se colocar no lugar dos outros, ele vai melhorar.
Oi Mirelle, entendi seu ponto de vista. Concordo que demoramos a nos acostumar com as diferenças!
Achei legal que você mostrasse que primeiro mundo não é sempre melhor do que o Brasil. A gente tem gentileza, generosidade (às vezes não, como quando alguém entra no blog alheio e faz comentários desagradáveis), mas isso é exceção à regra. E sempre pode ser deletado!
O principal é que você mostrou a diferença. Eu concordo com a Daniela que para o funcionário é melhor ter hora para sair. E que uma vendedora que vende alianças de casamento, que mais do que ouro, é pura emoção, deveria ter mais tato e sensibilidade. Tenho certeza que se ganhassem comissão seriam mais atenciosos. Isso é perceptível aqui no Brasil. No Saara - Centro do Rio, os vendedores não ganham comissão. Poucos são atenciosos no atendimento... É fato!
Beijos.
Interessantíssimo!!!Aqui, essa história d ehorários tb é rigorosa, mas tem nem perigo d eum americano fechar a porta pro cliente não entrar. Ontem mesmo, o shopping fecha às 9:00 e nós entramos numa das lojas às 8:50. Meu marido ainda experimentou a blusa. As luzes estavam todas acessas e a moça abriu a porta pra gente sair depois na maior. Eu já sabia da fama da má educação dos franceses, mas não sabia que chegava a tanto.
Vixie Maria Mi...aqui em Cancun tambem sofro um pouco com isso.
A diferença é que sao muito simpaticos e precisam do trabalho.
Quando morava na California era uma maravilh.Lá o cliente sempre tem razao, tratamento VIP!
Sinto muita falta dessa delicadeza, ainda mais porque trabalhei muito tempo com publico em lojas, restaurantes..etc. Entao nao passa na minha humilde mente a coragem de tratar arrogantemente um cliente..NUUUNCA!!
Nem se eu nao ganhasse comissão!!!
E lembra que eu sou francesa..rsrsr...nao ta no meu sangue Mi!!!!
Bisous,bisous!!
Menina, aqui na Alemanha é quase o mesmo esquema! E depois o povo ainda acha que isso aqui é primeiro mundo!
Oi Mirelle! Adorei o post (como sempre) e cada vez que leio o seu blog, mais medo tenho de morar na França! Hahaha... Nossa, deve ser horrível morar aí!
Olha, aqui na Espanha tem de tudo, em lojas pequenas geralmente o atendimento é ruim porque o vendedor não tem comissão, mas se vc vai ao Corte Ingles, por exemplo, ali os vendedores são obrigados a ser gentis porque é política da empresa, já que o Corte é muito antigo, é como o Mappin, e eles tem uma tradição, mas se vc for no Media Markt por ex, esquece, vc tem que pedir por favor pra ser atendido. Não sei esse lance de horário, nunca fui a uma loja a ponto de fechar, mas qdo comprei minha aliança fui atendida por um senhor muito atencioso. Tem de tudo. Mas eu acho que o atendimento ao cliente no Brasil é melhor, aqui é comum que o prestador de serviço seja grosso. Eu já trabalhei com isso aqui e meus colegas me diziam que eu era boazinha demais e deveria responder pros clientes. Tem uns lances culturais muito curiosos mesmo.
Nada disso me incomoda pois vejo logica em cada ponto mas é verdade que ja perdi as contas de quantas vezes no primeiro ano aqui eu dei de cara com o mercado da cidade que fechava entre meio dia e duas e meia.........e o rodizio de padarias? Ate eu aprender que dia cada uma delas tirava folga eu bati muito a cara na porta......ja com delicadeza de vendedoras, eu como sou grossa, acostumada estou huahauhahauhahahuahuaa! bjao Mi!
Entendi seu ponto de vista.
Aqui na Irlanda porque os funcionários não ganham comissão o serviço é péssimo, quanto ao horário, já me adaptei...
Oi Daniela, concordo com você!
Não acho que o funcionario tem que trabalhar além do que ganha nem ser explorado, não acho que ele esta errado de sair na hora exata em que deve sair. Se ganha para estar ali até as 20h, as 20h em ponto tem mais é que ir embora mesmo, obvio. Mas tb não acho que seja certo o consumidor ser enganado. Sim, pq isso que eles fazem aqui na França é propaganda enganosa! Se eu leio que um super fica aberto até as 20h, espero que ele me atenda até esse horario, então é injusto que a partir das 19h30 eles não me deixem entrar, certo?
A solução para isso teria que vir dos patrões. Se quer pagar o funcionario so até as 20h, entao feche a loja as 19h30, nos outros 30 min o funcionario podera fechar o caixa e terminar o seu trabalho normalmente. E o consumidor não estaria sendo enganado achando que pode usufruir de um serviço que na verdade, se encerra antes do anunciado.
Beijocas!
E mais: eu não tenho peninha de quem trabalha em loja não, simplesmente pq ela não esta doente! Esta trabalhando em uma função digna como outra qualquer! As vezes, recebendo até mais que eu! So espero de uma pessoa que esteja recebendo o meu dinheiro, que ela me trate bem e seja gentil, como eu sou com todos os garçons e vendedores que me atendem. Existem mil lojas, mil restaurantes. Se eu escolho gastar o meu suado dinheirinho ali, então espero sim simpatia e educação da parte de quem me atende. Gosto de ser bem tratada não porque sou madame, mas porque trato bem todos que vem à minha casa ou que precisam dos meus serviços.
E Luci, Pena eu tenho de alguém que além de não saber escrever, também não saber ler. Tsc tsc
Marilene Vieira
Mirelle,
Concordo plenamento com você. Quando estive na Europa senti muito essa falta de educação e paciência no comércio em geral. Em Roma, numa loja da Zara, estava no provador e a loja ainda estava aberta, quando veio uma vendedora e simplesmente me expulsou de lá, como sou bobinha, sai da loja quase chorando, não sabia que as coisas aqui eram assim. Contudo, em Paris, tive a sorte de uma encontrar uma lojinha que um senhor me tratou muito bem e sai de lá com ótimas compras. Na verdade, creio que os homens franceses são muto galanteadores (mesmo estando acompanhada pelo meu marido, eles não disfarçam!). Estava há poucos dias em Buenos Aires, e num restaurante tinha um francês não parava de me encarar, quase morri de vergonha.
Beijos,
Marilene
Uai, eu tinha comentado o post anterior logo no dia 30 mesmo, depois da Aline, mas sei lá porque não ficou o registro. No comentário ao post anterior eu gritava Vive La France! e afirmava que, por aqueles bons hábitos, a França parecia o paraíso.
Mas agora, depois de ler este post mais recente, começo a concordar com a sua já clássica implicância.
O do restaurante recusar a servir a sobremesa é uma cabeça tacanha demais, zero de flexibilidade. Bah!
Mi e queridos fãs incondicionais deste blog que aqui comentaram,
Já não é a primeira vez que vejo histórias como essa sua Mirelle... muitos amigos que moram fora como você comentam essa “falta de educação” com relação aos clientes. ((e o nome é FALTA DE EDUCAÇÃO mesmo, não é “costume”. Pouco banho, comer coisas que não comemos, enfim... isso são costumes. Tratar o próximo com falta de delicadeza e gentileza, é falta de educação)). Alguém aqui vai querer dizer que não existe falta de educação na Europa agora?
Diga-se de passagem, os clientes pagam os salários dos vendedores, sendo comissão ou não. Se o cliente não compra não há emprego. “Explorar” um vendedor não é fazê-lo trabalhar 10 minutos a mais, (até porque se a loja fecha as 19 e você chega as 18:50 não vai faze-lo trabalhar a mais).
Deve ser por isso que ta cheio de europeu que vem para o Brasil e não quer voltar, é tanta felicidade em receber bem as pessoas dentro ou fora do horário que todo mundo se sente bem. Hehe Agradar alguém é sempre gostoso (para os de bem com a vida, claro!), pode até ser uma madame comprando ouro ou uma garotinha mau humorada comprando seu cigarro.
Sou designer e vendedora de uma loja de luxo em São Paulo, e faço questão de atender meus clientes até o último minuto, pois é só por ele que a loja existe.
Beijo a todos!
É isso ai Ana Paula!!!!! Falou e disse...ADOREEIII!!!!!!!
Eu tb nao gosto de chegar em uma loja e ter que ficar procurando vendedor pra me ajudar e tals... mas pergunte a um frances se ele gosta que o vendedor pergunte se ele precisa de ajuda ou coisa assim.... é motivo pra eles irem embora... um amigo meu ficou bem irritado no Brasil, pois todo mundo "te agarra" assim que vc passa perto de uma loja hehehehehe...
mas pra mim, um dos piores serviços aqui, é o de secretaria.... ainda mais na faculdade... qualquer demanda, significa trabalho, e elas ficabam bravas quando trabalham (?!) hehehehehe
ahh, o casino aqui perto de casa, fecha as 20h30, e se você chegar as 20h27 eles ainda te atendem... e algumas lojas falam "entrada do ultimo cliente as Xh" é so ver se ta escrito por ai
CH
Claro que francês acha ruim se é paparicado! Gente grossa e sem educação, quando chega em um pais aonde as pessoas são simpaticas, estranham mesmo, vão logo embora reclamando do excesso de simpatia ( fala serio gente! uma pessoa p reclamar de simpatica tem que ser azeda demais né não?)
Sobre o Casino, o daqui perto de casa faz a mesma coisa, mas pq la eles tem essa meia hora a mais paga para os funcionarios terminarem o serviço. Alias, foi inspirado neles que pensei que seria mais justo se os outros lugares da França fizessem o mesmo.
Essa placa eu nunca vi não Caique. Mas vou procurar com mais atenção para evitar transtornos nas proximas vezes.
Filha,
Ótimo post! Especialmente porque nos dá dicas de como funciona o comércio, setor que os turistas masis frequentam na Europa. Dicordâncias ao seu relato e ponto de vista são naturais. Entretanto, concordo que é necessário o domínio da nossa língua (concordância e ortografia).
Beijo, te amo.
Eu começo a considerar seriamente se morar na França é mesmo aquele sonho todo que imaginamos... pelo menos eu imaginava! Embora o lugar em si seja lindo, como todo aquele charme, muitas coisas boas... mas se acostumar com os costumes desse povo eu acho que seria extremamente dificil pra mim... não pagar contas pela internet?! impossivel!! :P
mimi... até vc nao resistiu ao twitter?
ai eu nao consigo acompanhar essas modernidades...
bjcass
lu
www.oguiadeparis.blogspot.com
Quando eu digo que a França parou no tempo, também estou falando disso:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2010/09/jogador-tem-licenca-cassada-no-futebol-frances-por-ser-homossexual.html
Isso já está virando costume, adoro ler sobre tuas experiencias aí...meu sonho é passar um tempo na França, mas estou começando a ficar com medo, como a Alessandra tb falou...ahaha Acredito que se aqui não existisse a comissão, os vendedores tb não seriam tão simpáticos. Odeio aquelas lojas que tem aqueles vendedores absurdamente chatos com a insistencia para que a gente leve sempre mais coisas...mas tem quem goste né...
aaaah, se eu pretendesse me casar agora (mas não, calma, tenho 19 anos) negociaria mesmo o vestido ahaha
abraços!
Quanto ao horario eu concordo com quem diz que 20h sao 20h. Nao esqueça que tem sempre um abusadinho q chega às 19h50 e pede "dois minutinhos" que duram uma eternidade. Isso acontecia comigo no Brasil, quando estava do outro lado do balcao e eu odiava ter q ficar porque alguém chegou 5 minutos antes e està indeciso no q levar. Pior, tem gente q no final nao leva nada.
Acho q tem muito uma questao de costume, eu tb estranhei muita coisa qdo cheguei e hj odeio aquela mala de vendedora brasileira que me pega do lado de fora da loja e ja vem com "e ai, tudo bem, qual teu nome?" "Nossa essa camisa vai ficar linda, e combina muito com aquela calça, aquela meia, aquele sapato que ta suuuuuper na moda, e porque nao aquele chaveiro" e vc fica inundado de produtos q nem consegue olhar pra frente porque a pessoa vive da comissao. E pior, vc faz cara feia e ainda tem q ouvir um "fica à vontade pra experimentar, se nao gostar nao precisa levar nao, viu?", como se eu fosse levar algo q nao gostei...
Tb nao esqueçam que um salario aqui custa um pouco mais de 2000 euros ao empregador (com as contribuiçoes que saem do bolso dele) se pagarem o SMIC (salario minimo) e imagina se ainda tiver comissao para alguns tipos de loja?
Qto a hora extra, pelo menos do pouco q eu conheço, tem muito empregador q prefere pagar hora extra que empregar outro. Além de ja ser com o seu funcionario eles (empregador e principalmente empregado) sao isentos de boa parte dos impostos e contribuiçoes sobre as horas extras. Mas obvio q o gerente vai pressionar pra q ele nao faça hora extra porque vai custar caro mesmo assim e depois é o gerente q vai escutar que é falta de organizaçao dele, afinal o funcionario é contratado pra fazer o trabalho dele sem ter q fazer horas extras.
E qto a simpatia acho tb q daqui a algum tempo vc pode mudar tua impressao. é verdade q falta simpatia e boa vontade algumas vezes, mas nao esqueça q além de tudo o q eu escrevi antes, existe uma enorme diferença de cultura, e mesmo de postura. Francês entra na loja, pergunta o preço, experimenta um ou dois modelos e compra. Acontece q vc, como foi comigo, quer q eles sejam como vc acha certo. O q acontece é q eles tb acham certo ser assim. Além de nao haver certo ou errado, mas diferentes culturas, vai convencer francês à mudar alguma coisa (manter a tradiçao e ser teimoso é francês)!!! Pior é q depois q vc passa algum tempo, tem muita coisa q vc se acostuma e leva um choque qdo volta ao Brasil!!!
E isso porque vc nao citou a administraçao publica: antipaticos, por muitas vezes grossos, lerdos (no atendimento e nos resultados), e informatica pra eles é uma maquina de escrever com telinha. Mas temos que lembrar que o termo burocracia foi inventado por um francês (mas o sentido inicial nao era o mesmo), e como disse antes, eles gostam de manter a tradiçao!!! ;)
Ah, cansei de escrever, vou dormir!!!
hahaha, gustavo vc ja ta aqui a muito tempo viu? eu acho que nao da pra justificar o 8 usando o 80 como exemplo. Tb nao gosto das vendedoras que se acham intimas, nem por isso vou preferir o que não sorri e não é educado. Como a Paulinha disse, educação não tem a ver com costume. Acho que fazer o seu trabalho com educação é o minimo e aqui somos sempre muito maltratados. A mulher que nos informava sobre o fogão bufafa a cada pergunta que o Léo fazia, como se tivessemos obrigaçao de saber todas as diferenças entre uma placa de vitroceramique ou indução.
Ainda acho que se eu vou gastar o meu rico dinheirinho em algum lugar, a pessoa tem que no minimo, fingir que o merece.
beijoca!
Amor,
Sera que eu sou diferente? Os sete anos que estou aqui na França não foram suficientes pra me fazer entender e aceitar o comportamento de grande parte dos vendedores daqui. Ainda hoje eu fico de boca aberta com certas atitudes como as da moça do fogão.
Muita gente ai em cima que tentou justificar o jeitão deles, deve ter esquecido que se existe vendedor, é porque tem produto não se vende sozinho. Logo o vendedor é pago pra ajudar a vender e não pra espantar o cliente. Eu que trabalho com vendas sei que o cliente francês que é bem tratado ou que fica satisfeito com o serviço, volta e compra mais sim.
Mas é uma bola de neve, o vendedor que tratou mal o cliente, foi mal atendido pela garçonete no restaurante, que foi mal tratada pelo funcionario do banco, que passou raiva com o descaso da senhora da prefeitura, e assim perpetuam o mal serviço e se conformam com o péssimo atendimento ao publico.
Pode ser que um dia eu me acostume com isso, mas achar normal, dai é outra coisa.
Otimo post com otima polêmica. Muito util pro pessoal que não conhece a França ver exatamente como é que certas coisas funcionam por aqui sem panos quentes.
Bjos
Caraca, a polêmica acabou chamando mais atenção do que o post. Vc tem mais sorte do que eu com essas coisas, irmã. Vou dar meu pitaco. Como a Karine disse, os vendedores em geral são muito mal humorados e de péssima educação aqui na nossa ilha tb. Como eu disse, no geral. Isso não quer dizer que todos são assim. Como trabalhador de um café, logo, atendente de público, sou louco para ir pra casa cedo. Mas o café fecha às 8 e até esse horário todo mundo que chega é atendido com um largo sorriso. Mesmo que às vezes eu queira matar o infeliz que me faz sujar a máquina que já estava limpa. Depois de fechar tudo, ainda preciso limpar a loja. Mas o chefe paga sempre uma hora a mais. Mesmo que eu limpe tudo em 10 minutos. Ou seja, é tudo uma questão de justiça, simpatia e educação. Nós brazucas somos simpáticos sim e não há no mundo atendimento melhor do que o nosso. Para pobres e ricos, pq até nas Casas Bahia o vendedor é boa gente. O Zé da padaria é sempre um sorridente. Se os patrões pagarem a essas pessoas o justo, tem que atender bem sim a porra do cliente e não reclamar...
em tempo: as alianças de vcs são lindas. ainda bem que ambos trabalharam a vida toda e hj têm grana pra comprar ouro à vontade... ;)
Moro no Brasil mas já estive em Paris a paseio e fui bem tratada pelas vendedoras que "pasmem" sorriram para mim! Deve ter sido sorte de principiante ( mesmo assim não comprei nada).
Ollha aqui no Brasil eu trabalho em um banco e mesmo ganhando hora extra não gosto de sair depois do meu horario porque dinheiro não compra meu decanso, também não gosto de vendedoras que "sufocam" o cliente, e mostram mil produtos ao mesmo tempo.
O povo cismou de achar que eu to falando que francês tem que fazer hora extra ne? Eu tb nao gosto de vendedora que sufoca, gosto de gente educada e so! Ninguém conhece meio termo não?
Mas vc pode vir morar na França Anonimo, que vai se dar muito bem aqui!
Mirelle, aproveitando que acabei de passar pelo Ká.entre.nós... E como seu blog tb faz parte do meu top list de blogs...
Passei aqui para desejar feliz dia dos blogueiros. E muuito obrigada pelas dicas, pela visão que tem da frança, dos franceses...Enfim de tudo o que partilha comigo e demais leitores.
Minha melhor amiga acabou de chegar ai na terrinha. Indiquei pra ela seu blog, para que ela tenha noção do que irá presenciar ou aproveitar as dicas. Ela ficará em Grenoble para mestrado. E espero ir em breve pra visitá-la e quem sabe não passo por Lyon para conhecer vc (e claro Lyon tb hehe).
abração!
Oi Mirelle, o post esta otimo. Mas so para vc ter uma idéia: o museu onde trabalho tb fecha o caixa meia hora antes do horario marcado na porta. Sabe por quê? A estrutura é enorme, o local precisa ser preparado para o dia seguinte e sao muitas pessoas que nao podem mesmo fazer hora extra. Agora imagine se o museu continua aberto so mais um pouquinho para cada turista que chega faltando cinco minutos para fechar... Nao ia fechar nunca! Fique tranquila, com o tempo vc vai se acostumar com tudo isso e vai achar absolutamente normal. PS: atualizou o meu link? www.naprovence.com Beijos!
Relaxa, Mirelli... os franceses são clássicos e, sendo assim, curtem tudo à moda antiga... hehehe! ;P
Nossa! Nem acho tão ruim o lance do horário. Das urnas eletrônicas eu já sabia (sou cientista política, né?), maaassss esse lance da sobremesa, caraca! Que raiva! Não se pode, então, comer somente a sobremesa? E quem, como eu, é doido por doce?!
p.s.: reativei meu blog, vc viu? ^^
Mi, ja disse la no orkut e repito aqui, quando voce tiver filhos por aqui, ira entender daonde é que vem tudo isso.....a hora extra é um classico, voce vai se confrontar por exemplo com a dificuldade de modos de guarda, ja que aqui nao tem babas como as nossas e nem creches particulares....desde cedo a galerinha aqui tem muita responsabilidade e pressao, juntando isso ao inverno longo so poderia dar em uma sociedade mal humorada!
Ahh e eu ja foi mal tratada nas casas Bahia porque meu cartao de chip internacional na época nao foi aceito, fui tratada como caloteira pela vendedora na frente de uma multidao! bjos
bom tudo isso é verdade, sobre o atendimento deles e mais um pouco! vc esqueceu de postar sobre o atendimento nas padarias da frança. nao usam nada para pegar nos paes, ou seja sem luvas. vc nao sabe se eles lavaram as maos, pegam no dinheiro e pegam nos paes... algo que acho uma tremenda falta de higiene nao so dos franceses mas dos europeus...
Aqui em Paris já passei por poucas e boas, também... Um absurdo! Semana passada mesmo a mulher da padaria insinuou que eu não sabia ler. Deveria ter respondido que, diferentemente dela, sei ler, sim, e em outras línguas além da minha língua materna. Mas como sempre minha resposta chega atrasada. Por outro lado ando percebendo que deixá-los falando sozinhos é bem interessante. Francês adora um bate-boca, logo ficam bem irritados quando não têm com quem discutir. huhu
Enfim, todo lugar tem o lado bom e o lado ruim, né? Quando penso na vida que levava antes em Florianópolis, penso na comida boa, nas praias, mas também penso no trânsito infernal e na mentalidade besta e provinciana de muitos por lá. Quando penso em Paris, penso na maravilha da "Cinemateca francesa", todos os bons filmes que nunca passariam na minha Ilha (entre outras maravilhas culturais), mas penso na grosseria, na porquice... hehe Por isso gosto deste poema da Cecília Meireles:
Ou isto ou aquilo
Cecília Meireles
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
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Ou isto ou aquilo, Editora Nova Fronteira, 1990 - Rio de Janeiro, Brasil
Mas já passei constrangimento em várias lojas no Brasil em razão da tal comissão. Vendedoras se digladiando por causa do cliente. Brigas, cobranças a mim, cliente, por ter perguntado o preço para uma e voltado para comprar com outra, coisas do tipo: " essa é minha cliente" só por terem me dado um cartãozinho na entrada. Ou, pior: "Então não deveria ter perguntado o preço pra mim". Numa outra loja, a vendedora novinha xingava a outra mais velha, de esclerosada, vai te aposentar. Tudo isso por a cliente ter procado o atendimento. Em troca, lojas que não pagam comissão tem ótimos funcionários. Depende da orientação do estabelecimento. Acho que na França os patrões é que precisam ser reciclados. Deve ser por aí. Quem sabe um dia...
Oi
Sou Francês e apaixonado pelo Brasil.
Mas tem uma coisa que eu tneho que deixar claro. Na verdade dois pontos. Os Bancos franceses não tem tantas opções no caixa como no Brasil. Mas nossa granda vantagem e de poder saquar dinheiro emm qualquer banco do pais.
Sobre os horarios isso é uma coisa Francesa e orgulhoso de proteger. Aqui o direito do trabalhador é bem mais respeitado que no Brasil. L'heure c'est l'heure!
E a ultima sobre o voto. Ainda bem que não tem voto eletrônico. Isso é o ultimo passo para enterrar a democracia. Eu sei disso por ser justamente um engenheiro em eletrônica.
Mirelle, sempre leio seu blog e o acho interessantíssimo, mas é a primeira vez que faço um comentário.É que lendo este me lembrei de algo que me deixou espantada em Paris. Fui com uma amiga a uma loja. Ela, que tem um cabelo ralinho, queria comprar uma peruca. Eu,como ela não falava francês, pedi à vendedora para alcançar uma peruca curta. Minha amiga experimentou e até achou boa, mas ficou em dúvida. Então vi outra que achei que lhe ficaria bem e pedi à vendedora. Ela estendeu de cara feia, pegou a outra, enfiou-a no suporte e colocou-a de volta na prateleira de cima, inalcançável. Minha amiga percebeu a figura de cara feia, braços cruzados e em atitude de saltar sobre ela para arrebatar-lhe a cabeleira e disse: Vamos deixar. Saímos da loja com a impressão de estarmos sendo enxotadas e termos caído no pecado mortal de querer escolher antes de comprar. Nunca vimos atendimento pior. Aliás, nenhum atendimento. Mas encontramos também gente muito legal, deve-se dizer. Então, será do sistema ou depende das pessoas que estão detrás do balcão?
Voltei só para complementar e dizer que o que Gládis diz sobre atendimento com comissão já foi vivenciado por mim exatamente assim. É constrangedor ver funcionários brigando para nos atender.
É... a primeira coisa que aprendemos aqui é o "c'est fermé" hahaha, complicado demais.
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