terça-feira, 30 de novembro de 2010

Oi e tchau


Eu ja tinha contado que nesse ano o inverno passou a perna no outono, né? Pois então era de se esperar que a neve também desse as caras assim, fora de hora mesmo. Desde 1946 não se registram na França temperaturas tão baixas no mês de novembro. Em 1925 os termômetros marcaram -9,4C° em Lyon, recorde que deve ser quebrado ainda essa semana, se a meteorologia acertar os -10°C previstos para sexta-feira. Até contei no twitter (segue ai! @13anosdepois) que nevou na semana passada, quase meio de novembro! Mas eram floquinhos acanhados, que derretiam assim que chegavam ao chão. Hoje foi diferente. Cheguei no curso toda empacotada (com luvas, bota, cachecol, meu casaco mais quentinho e um tesão enorme para ter aulas de ciências politicas) quando a neve estava começando a cair. 2h depois, quando terminou a aula, ja estava tudo branquinho!

Ja ja começam a aparecer os problemas tipicos dessa época do ano: escolas e estradas fechadas, vôos cancelados, ônibus parados, gente morrendo por causa do frio... A grossa camada de neve que ja se vê pelas ruas anuncia que não vem coisa boa por ai. As previsões nos jornais não são nada otimistas e o encantamento da população ja começa a ceder lugar à preocupação. Pessoalmente, fico mais preocupada quando o Léo começa a chegar tarde por causa do trânsito caotico e dos caminhões que rodam lentamente nas estradas jogando sal para derreter o gelo. Meu marido insiste em não colocar pneus de neve no carro e eu fico aqui, de mãos atadas torcendo para ele chegar inteiro em casa - em condições de me preparar o jantar, claro.

Mas nem tudo são espinhos. Os primeiros dias de neve são sempre muito esperados e comemorados, as pessoas na rua ficam mais felizes. Brincam com a neve, fazem guerrinhas, tentam abocanhar os floquinhos com a ponta da lingua... Juro que até francês rindo à toa eu cheguei a ver hoje à tarde! Da mesma maneira que ria a sueca, quando saimos da sala e demos de cara com o patio da universidade coberto de gelo. Perguntei se ela ainda se alegrava com a chegada da neve mesmo depois de tantos invernos gelados na Europa (sabendo que na terra dela 'gelado' tem um significado muito mais sofrido que na França, a pergunta me pareceu pertinente). "Claro que sim!", disse ela, "mas so nos primeiros dois dias". Pelo visto, esse pensamento é dominante por aqui. Em se tratando de neve, a alegria dura para os europeus o mesmo tempo que o ditado diz durar para os pobres: pouco.

A vista da minha janela



Uma atividade simples, como pegar o carro para voltar para casa, pode se tornar extremamente complicada quando neva, da uma olhada:

sábado, 27 de novembro de 2010

Ri♥

Acontece sempre a mesma coisa, basta falar que sou brasileira para ver um sorriso se abrir no rosto do meu interlocutor. "Que legal, você dança samba? Me faz uma caipirinha? No meu pais tem um jogador brasileiro que faz muito sucesso! Pelé! Ianomâmis! Oscar Niemeyer! Aleijadinho! Garota de Ipanema!". De maneiras muito diferentes (e até surpreendentes), todos fazem questão de mostrar que conhecem um pedacinho do meu pais.

O Rio de Janeiro é unanimidade. Quem nunca foi, tem vontade de ir. Quem ja esteve por la, não esquece as coisas boas que viveu. Uma vez, em um restaurante aqui em Lyon, um homem que jantava com a sua filha na mesa ao lado escutou o nosso sotaque e perguntou de onde éramos. Dissemos que do Brasil e a reação foi imediata: "Mas o que vocês fazem na França? O pais de vocês é o pais do futuro! Eu faria de tudo para morar la. Olha minha filha, você precisa conhecer o Brasil, viu? O Rio de Janeiro é a cidade mais incrivel do mundo!". Como negar?
Ontem fui jantar na casa de uns amigos, ao me perceberem mais calada que o normal, perguntaram o que tinha acontecido. Narrei, com lagrimas nos olhos, os ultimos episodios do Rio. Seus olhos se arregalavam à medida que eu ia falando sobre metralhadoras, mortes, carros queimados, invasões, BOPE... até que um deles falou: "Ahhh você não esta falando sério, ta brincando com a gente! Eu ja vi tudo isso em um filme brasileiro!". Quisera eu, meu amigo, que tudo não passasse da minha mente criando um novo roteiro para o 'Tropa de elite 3'.

Como explicar para franceses, chineses, arabes ou ingleses que a cidade que vai receber as Olimpiadas e a Copa do Mundo em alguns anos é assim, tão bagunçada? Como explicar que o povo mais bacana do mundo vive com medo, acuado em suas casas? Como explicar que toda essa merda existe não so por causa do governo podre que o eleitor brasileiro, comprado e ignorante, coloca no poder, mas também por causa de gente (como muitos dos que estavam ali me ouvindo) que sustenta o trafico com o baseadinho do fim de semana? Eu não sei. Tentei encontrar palavras no meu vocabulario francês que explicassem tudo isso, até perceber que elas não existem. Não existem em francês, não existem em inglês e também não existem em português. Em lingua nenhuma é possivel justificar ou fazer entender aquilo que simplesmente não tem explicação. Esqueçam as palavras, precisamos é de um ponto final.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O estilo francês de festejar

Eu devo ser a pessoa mais caseira que eu conheço. Troco qualquer balada pesada por um encontro tranquilo com os amigos na minha casa. Sempre fui assim, talvez por isso me identifique tanto com o jeito calmo de festejar dos franceses. Sim, porque dizer que francês entende de festa é forçar um pouco a amizade. Em uma soirée com pessoas de diferentes nacionalidades, não é dificil saber quem é francês - basta procurar o mais quieto do grupo. Não tendo olhos puxados e segurando uma taça de vinho na mão, bingo: é francês!

Soirée = festa, e existem diferentes tipos de soirées na França. Durante o inverno é mais comum que a bagunça seja feita na casa de alguém. Jovens universitarios costumam abrir seus apartamentos para desconhecidos, que vão trazer garrafas de vinho para acompanhar as batatinhas oferecidas pelos anfitriões. Tudo tão simples quanto animado. Musica alta, luz baixa, gente bêbada dormindo no sofa - uma diversão so. Existe também o tipo de soirée que se faz na minha casa, onde o cenario é outro: MPB ao fundo, luzes fortes o suficiente para enxergar o que se come, mesa farta, taças no lugar dos copos plasticos... aquela frescura toda de gente velha e chata que ja passou da idade de se divertir apostando quem vai vomitar primeiro no chão.




















Essas festinhas estudantis começam cedo, por volta das 20h, ja que à meia-noite o metrô para. Os mais fortes que decidem ficar, ou vão embora de vélo'v ou ficam até às 5h, quando o metrô volta a funcionar. Também é por volta da meia-noite que começam as reclamações dos vizinhos, principalmente se você não for elegante o suficiente para deixar um mot d'excuse no elevador. Francês é tão chique que tem esse habito de se desculpar com antecedência pelas festas que, provavelmente, vão incomodar quem mora ao lado. Um jeitinho simpatico de fazer a politica da boa vizinhança. Eu acho o maximo essa cara de pau de se indispor com os vizinhos assim, dias antes da bagunça começar. Dessa forma, sobra tempo para o cidadão decidir se arruma um lugar tranquilo para passar a noite ou se prefere se juntar à festança, ja que a boa educação sugere também que todos do prédio sejam convidados: "Vou dar uma festa na minha casa no proximo sabado à noite, peço desculpas antecipadamente pelo barulho. Você é bem-vindo para tomar uma com a gente. Assinado: fulano de tal, do apartamento X".

No Brasil eu não tinha esse habito de fazer festinhas na minha casa, so em aniversarios ou para jantar com alguns poucos amigos de cada vez. Percebo que aqui na França os jovens valorizam mais o tempo que se passa entre amigos do que o tempo que se passa sozinho na balada, à procura de conhecer gente nova. Não que francês não goste de balada, gosta, mas em geral, eles preferem aproveitar as noites com pessoas que eles ja conhecem, inclusive nas boates. Talvez por isso se note facilmente que os homens franceses são mais "tranquilos" que os brasileiros. Nunca tive problemas ao sair sem o Léo. Quando saio so com as meninas, ninguém nos agarra pelo braço nem se senta na nossa mesa sem ser convidado. Os homens franceses não costumam nem mesmo puxar papo com desconhecidas. Claro que isso não é de todo bom, minhas amigas solteiras se incomodam um pouco com essa "lerdeza" dos franceses. Mas para mim, que sou casada, é delicioso não ter esse tipo de inconveniente quando deixo o maridão de molho em casa.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Queijos franceses - Mont d'Or

Diz a lenda que francês tem 365 tipos de queijos, um para cada dia do ano. Ou seja, não faltam opções para substituir o meu preferido: o queijo minas, que eles não fazem. No café da manhã, o Léo come fatias de camembert com pão, enquanto eu prefiro o tradicional queijo quente com mozzarella mesmo. Nas saladas usamos o emmenthal e nas sobremesas, o saint marcellin. Toda vez que rola uma soirée em casa, o Léo corre para o supermercado e enche a mesa de comté, tomme de Savoie e de buche de chèvre, ideais para serem servidos como aperitivo.

Cada região da França produz tipos especificos de queijos: o brie de Melun é feito na região parisiense, na Corsega se produz o niolo e o roquefort vem do Massivo Central, por exemplo. São dezenas de queijos de vaca, de ovelha e de cabra para agradar todo tipo de paladar. Dificil é escolher entre eles, dai acabamos comprando sempre os mesmos aqui pra casa. Mas dia desses, a Dé também falou sobre queijos no blog dela e comentou sobre o mont d'or, um queijo fabricado no Jura (uma região que faz divisa com a Suiça e a Alemanha), que ela achou delicioso. Fiquei curiosa e prometi experimentar. Convidei nossos compadres para se aventurarem no test-drive com a gente e fiz como a Dé ensinou: levei a caixinha ao forno e, ja derretido, comemos o queijo a colheradas com batatas e charcuteries (frios como salames, presuntos, etc.). Foi uma surpresa agradavel, porque ele é realmente muito gostoso. O unico problema é que ele fede na geladeira. Tipo, muito!



Dizem, alias, que casa de francês fede não por falta de limpeza, mas por causa dos queijos que ficam na geladeira. Eh bem possivel. O mont d'or ficou 3 dias na minha e deixou a casa toda com cheiro de comida estragada. Ele pertence ao grupo dos queijos moles de crosta dura, que são os mais fortes (no gosto e no cheiro) e os preferidos dos franceses. No começo eu estranhava quando algum amigo abria a geladeira e o cheiro forte tomava conta do ambiente. Se tiver oportunidade, faça o teste! Abra a geladeira de um francês e veja se você não vai encontrar um tipo de queijo la dentro, no minimo! A paixão é tamanha que eles so se sentem vivos se tiver (além de pão e agua) queijos servidos em todas as suas refeições - do mais informal piquenique ao mais requintado jantar, como bem escreveu Ricardo Corrêa Coelho no livro "Os Franceses", que o blog esta sorteando.





Atualizando: Quem ganhou o livro "Os franceses", de Ricardo Corrêa Coelho, foi a Raissa Ribeiro, de Natal - RN. Parabéns Raissa! O livro é uma delicia, tenho certeza que você vai gostar. A todos os outros que participaram do sorteio, obrigada!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Aniversario + sorteio

A culpa é toda da minha mãe. Foi ela quem, quando eu ainda mal sabia ler, enfiou na minha cabeça que eu levava jeito para escrever e contar estorias. Me lembro bem do primeiro conto que escrevi, sobre uma familia de formigas que morava dentro de uma bota. Tempos mais tarde, assisti a um desenho na TV que tinha o mesmo enredo e fiquei assustada, achando que algum grande produtor da Disney tinha roubado o papel amassado de dentro do meu armario. Eu devia ter uns 7 anos. Depois, não parei mais. As estorias viraram historias, contos, folhas e folhas de rascunhos, de ideias e de palavras que ninguém nunca chegou a ler.

Hoje faz um ano que criei coragem de tornar publicas as minhas linhas tortas. Inspirada pelo melhor amigo (que também é o melhor escritor e o melhor blogueiro que conheço), decidi criar este espaço para continuar contando historias engraçadas para a minha mãe, que ficou do lado de la. Os primeiros posts são tão simples e desnudos de preocupações que nem parece que fui eu quem os escreveu. São bem ruins também, se comparados aos ultimos, mas confesso que foram os mais gostosos de escrever. Uma época em que o blog recebia 9 visitas por dia e 3 comentarios por texto: um do Léo, outro do Ernani e mais um da minha mãe, meus 3 grandes fãs que até hoje fazem questão de comentar todos os posts que publico.

Enquanto ninguém me lia era mais facil ser sincera. Sou debochada, gosto de colocar defeito em tudo e não é facil manter essas caracteristicas com tanta gente chata e politicamente correta solta pelo mundo. Mas tudo bem, para cada email cretino que chega, outros dez são de incentivo. Pessoas pedindo informações sobre a França, de Lyon ou sobre o meu casamento em Paris. Pessoas que escrevem so para elogiar o blog ou para mandar foto da filha, da lua de mel e até de pé de laranja de beira de estrada (né Dri?). Gente que eu não conheço pessoalmente mas que, por saberem tanto da minha vida, sentem vontade de me contar um pouco sobre a vida deles também. Me desculpa mãe, mas hoje é para eles que eu escrevo.

98 posts com 2.098 comentarios e mais de 70 mil visitas, tudo isso em apenas 1 ano - um recorde entre os blogs que falam sobre a vida na França. Mas o que mais me impressiona são os 269 seguidores. Nunca sorteei nada, nunca dei presentes, não tenho nada a oferecer a não ser as minhas palavras e experiências, por isso, fico realmente grata e surpresa com tantos fiéis seguidores. Para ter o que contar à vocês, eu passo vergonha fotografando pratos em restaurantes franceses, topo cuidar dos filhos dos outros, me jogo no meio de guerrilhas urbanas, viajo para ver shows incriveis... coisas que talvez eu não fizesse se não tivesse com quem dividir. Vocês me estimulam a viver!

Acho que chegou a hora de retribuir todo esse carinho. Como todo aniversario que se preze tem presente, vou sortear o livro "Os Franceses" (que eu adoro!) de Ricardo Corrêa Coelho, pois acredito que a grande maioria que passa por aqui se interessa pela historia e pelos habitos desse povo tão particular. O endereço para a entrega do livro tem que ser do Brasil, então, se você esta fora da terrinha mas quer participar, vai precisar do endereço de alguém que possa receber o livro para você, fechado? O sorteio sera feito pelo Random na proxima quarta-feira, dia 17/11, às 20h (horario de Brasilia). Coloque um email valido porque é através dele que vou entrar em contato com o ganhador. E não precisa ser seguidor do blog nem nada parecido, não "compro votos". Se tivesse como, eu faria o sorteio so entre o pessoal que ja me segue, porque acho lindo seguir assim, sem motivo nenhum, mas é inviavel. Então, todos podem participar! Prometo que vou tentar fazer isso mais vezes, afinal, quem é que não gosta de ganhar uns presentinhos de vez enquando, né?

Ah, ja ia me esquecendo! Vocês viram que o blog esta de cara nova? Foi o Léo que passou madrugadas em claro deixando tudo do jeito que eu queria! Vocês gostaram?



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Porque até a política merece respeito

Estou feliz que as eleições tenham acabado. Não estou feliz com o resultado, mas também não estaria se o outro canditado tivesse sido eleito, então, tanto faz. Minha felicidade é de alivio, por saber que agora o mundo volta a ser menos feroz e agressivo, principalmente o virtual. Ando assustada com as agressões que eleitores, de ambos os lados, andam publicando na internet. Atacar candidatos eu ainda entendo, mas ofender eleitores é o fim da picada. Como se você, por acreditar em caminhos que eu não acredito, fosse o heroi e eu, a vilã. Quem votou na Dilma, o fez porque pensa que ela governara melhor o Brasil, assim como quem votou no Serra pensa o mesmo sobre ele. Ninguém vota querendo errar.

"Na cultura politica brasileira, a esquerda encontra-se revestida de um valor politico e a direita, de uma conotação negativa. Os brasileiros, de modo geral, enchem a boca e estufam o peito ao se declararem de esquerda e reservam aos seus adversarios a injuriosa alcunha de 'direita', como se um representasse o bem e o outro, o mal. Nada mais estranho que esse comportamento no universo politico francês. Na cultura politica francesa, não ha qualquer maniqueismo nessa classificação, que é eminentemente utilitaria, servido apenas para identificar e agrupar as forças politicas conforme as suas afinidades e rivalidades." ¹ Essa historia de direita/esquerda surgiu durante a Revolução Francesa, identificando a distribuição espacial na Assembléia Nacional durante os debates em torno da constituição do pais. Os revolucionarios mais radicais, que eram contra o direito de veto do rei, sentavam-se à esquerda do plenario, enquanto as forças realistas, favoraveis ao veto, agrupavam-se à direita da assembléia. Nada além.

Os franceses são absurdamente mais interessados em politica que os brasileiros. Não faz o menor sentido dizer a eles que politica é um daqueles assuntos que não se discute. Eles debatem e falam sobre ela quase que diariamente, e cada um é muito orgulhoso da posição politica que tem. O cara que é de esquerda sabera expor de maneira clara os argumentos que defende, assim como o de direita, se for da vontade deles. Isso não quer dizer que os franceses gritam aos quatro cantos a que grupo politico pertencem, afinal, eles são bem reservados. Mas entre amigos e familiares é normal que se conheça a posição de cada um. O mais bonito é que todos se respeitam.

Acredito que boa parte da alienação dos brasileiros em relação à politica se deva à falta de acesso à informação bruta, direto da fonte, sem influência da midia - que no Brasil é totalmente tendenciosa. Para escutar o que um politico brasileiro tem a dizer, ou assistimos ao canal do Senado ou nos contentamos com o que a imprensa nos conta. Os canais abertos não dão espaço para programas e debates politicos porque o publico não se interessa pelo assunto. O publico não se interessa porque a maioria sequer sabe o que eles têm a dizer. Se não sabem é por causa da TV aberta, que não da espaço. Um ciclo vicioso, aonde todos saem perdendo.

Na TV francesa existem dezenas de programas de debates politicos. Neles, os politicos convidados fazem questão de discutir os assuntos mais polêmicos e de responder às perguntas da oposição, por mais agressivas e destrutivas que elas sejam. Direitistas e esquerdistas dão a cara a tapa, inclusive os mais extremistas. Um canditato totalmente contrario à politica de imigração, por exemplo, não vê problemas em assumir isso em rede nacional. Essa transparência de ideias faz com que os eleitores conheçam os fundamentos de cada partido e/ou canditado. No Brasil, os politicos adotam a superficialidade para não desagradar grupos de eleitores, incorporando discursos convenientes e quase nunca verdadeiros nas suas campanhas. Aqui, o perfil de um candidato é formatado de acordo com as propostas do seu partido, enquanto no Brasil, a imagem de um canditato é moldada para atingir o maximo de eleitores possivel (haja vista a questão do aborto nessas eleições).

Como se vê, ainda temos muito o que aprender com os franceses quando o assunto é politica. Não so os nossos candidatos, que precisam evoluir como os daqui, mas também o nosso povo. Aprender a respeitar aqueles que têm uma posição politica diferente da nossa ja seria um otimo começo.



¹. Ricardo Corrêa Coelho, Os Franceses, São Paulo, Editora Contexto, 2007, p.259.

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