Para entender a grandiosidade da experiência é preciso uma pequena introdução. Você ja ouviu falar do Guia Michelin? Aquele que lista os melhores restaurantes, distribuindo estrelas e transformando a vida de chefs mundo afora?! Pois bem, Paul Bocuse é o chef mais estrelado desse guia, com 3 estrelas desde 1965. Foi no restaurante desse senhor de quase 90 anos, o unico capaz de ganhar e de manter as 3 estrelas do guia, que Léo e eu comemoramos o Saint Valentin.
Depois de algumas horas entre pratos, talheres e sabores incriveis e de conhecer o cara que revolucionou a cozinha francesa (e mundial), me convenci: eu não quero estudar na escola dele. Não que não valha a pena, eu diria até que seria perfeito, não fosse por um pequeno detalhe: eu não gosto de cozinha. E uma pessoa que não pega em carne ou que passa mal com cheiro de alho, não pode gastar 35 mil euros para estudar gastronomia. E foi assim, diante de uma sopa de 80€, que deixei de lado o unico plano consistente que eu tinha para a minha vida.
A tal sopa, alias, é o prato mais lendario e caro do restaurante Paul Bocuse. Ela é feita com caldo de carne, vinho branco, trufas negras, foie gras, cenoura, cebola, salsão, carne, pitadas de sal marinho e pimenta-do-reino, fechada por uma massa folhada para preservar o calor e os aromas. Foi criada em 1975 para um almoço do então presidente francês Valéry Giscard d'Estaing e por isso leva as iniciais dele no nome: VGE.
Ok, a sopa é mesmo muito boa. Mas é sopa! E sopa é sopa, oras. Não da para fazer muita coisa com uma porção de agua. Honestamente? A da minha mãe não fica muito atras, não. E isso serve para todos os outros pratos que comemos. Tudo muito gostoso, muito fresco, mas não ha nada que justifique tais preços. Os pratos servidos nas brasseries Paul Bocuse são tão bons quanto. O que me leva a crer que não se paga pela comida, se paga pelo espetaculo. O salão refinado, a qualidade das toalhas de mesa, a experiência e o profissionalismo dos garçons, do maître e do sommelier. O nome Paul Bocuse gravado no saleiro e a sua imagem nas taças de vinho. Esta tudo ali, incluso na conta (que gira em torno dos mil reais para duas pessoas).
Não se deixe enganar pelos numeros, eu não sou chique. Para falar a verdade, eu sou tão roceira que nem cortar a carne com a mão direita eu sei, por isso so pedi peixes. E o que fazem os jecas quando ficam cara a cara com os deuses? Nos choramos. Foi o que eu fiz quando o Sr. Bocuse apareceu no salão. Igualzinho quando eu trabalhava no SBT e vi o Silvio Santos no corredor. O mestre da comunicação me cumprimentou e eu fiquei calada, com lagrimas nos olhos olhando para o chão. A historia se repetiu quando conheci o Antero Greco, um dos melhores jornalistas esportivos do pais, meu idolo, com quem eu tive o prazer de trabalhar por alguns anos, lidando diariamente com a vergonha de ter chorado quando o vi pela primeira vez. Minha patologia é essa, gente: diante de gigantes, eu choro. Com o mestre da cozinha não seria diferente.
Justificada a minha cara inchada, vamos ao que realmente interessa: descobrir o que se come nesse restaurante tão badalado. O jantar com aperitivo + entrada + prato + pré-sobremesa + sobremesa durou 3 horas. Existe ainda a etapa dos queijos, que nos pulamos porque, né?, quem no mundo consegue comer queijos depois das refeições, além dos franceses?
São 3 opções de menu, o "grande tradition classique" custa 220€, o "classique", 170€ e pelo "menu bourgeois" paga-se a bagatela de 135€. Também da para escolher os pratos no cardapio, o que pode baratear ou encarecer a conta. Como queriamos experimentar os incontournables do Paul Bocuse, ou seja, os seus pratos mais famosos, pedimos à la carte mesmo. Os vinhos custam de 40€ a 1.200€ e uma garrafa de agua sai por 7€ (da para comprar 10 garrafas da mesma agua no supermercado).
Ok, a sopa é mesmo muito boa. Mas é sopa! E sopa é sopa, oras. Não da para fazer muita coisa com uma porção de agua. Honestamente? A da minha mãe não fica muito atras, não. E isso serve para todos os outros pratos que comemos. Tudo muito gostoso, muito fresco, mas não ha nada que justifique tais preços. Os pratos servidos nas brasseries Paul Bocuse são tão bons quanto. O que me leva a crer que não se paga pela comida, se paga pelo espetaculo. O salão refinado, a qualidade das toalhas de mesa, a experiência e o profissionalismo dos garçons, do maître e do sommelier. O nome Paul Bocuse gravado no saleiro e a sua imagem nas taças de vinho. Esta tudo ali, incluso na conta (que gira em torno dos mil reais para duas pessoas).
Não se deixe enganar pelos numeros, eu não sou chique. Para falar a verdade, eu sou tão roceira que nem cortar a carne com a mão direita eu sei, por isso so pedi peixes. E o que fazem os jecas quando ficam cara a cara com os deuses? Nos choramos. Foi o que eu fiz quando o Sr. Bocuse apareceu no salão. Igualzinho quando eu trabalhava no SBT e vi o Silvio Santos no corredor. O mestre da comunicação me cumprimentou e eu fiquei calada, com lagrimas nos olhos olhando para o chão. A historia se repetiu quando conheci o Antero Greco, um dos melhores jornalistas esportivos do pais, meu idolo, com quem eu tive o prazer de trabalhar por alguns anos, lidando diariamente com a vergonha de ter chorado quando o vi pela primeira vez. Minha patologia é essa, gente: diante de gigantes, eu choro. Com o mestre da cozinha não seria diferente.
Justificada a minha cara inchada, vamos ao que realmente interessa: descobrir o que se come nesse restaurante tão badalado. O jantar com aperitivo + entrada + prato + pré-sobremesa + sobremesa durou 3 horas. Existe ainda a etapa dos queijos, que nos pulamos porque, né?, quem no mundo consegue comer queijos depois das refeições, além dos franceses?
São 3 opções de menu, o "grande tradition classique" custa 220€, o "classique", 170€ e pelo "menu bourgeois" paga-se a bagatela de 135€. Também da para escolher os pratos no cardapio, o que pode baratear ou encarecer a conta. Como queriamos experimentar os incontournables do Paul Bocuse, ou seja, os seus pratos mais famosos, pedimos à la carte mesmo. Os vinhos custam de 40€ a 1.200€ e uma garrafa de agua sai por 7€ (da para comprar 10 garrafas da mesma agua no supermercado).
Aperitivo:
Crème légère de poireaux et un petit pain gruyère
(creme de alho poro acompanhado de um pãozinho de queijo)
Entradas:
Soupe aux truffes noires V.G.E.
(sopa de trufas negras)
Salade de homard du Maine à la parisienne
(salada de lagosta)
Pratos:
Noix de coquilles Saint-Jacques au beurre blanc, pommes soufflées
(vieiras na manteiga com batatas sopradas)
Carré d’agneau "Côtes Premières" rôti à la fleur de thym
(costela de carneiro assada com alecrim)
Pré-sobremesa:
Crêpe à la confiture d'orange
(crepe com calda de laranja)
Sobremesas: eles trazem três mesinhas cheias de doces e os clientes podem escolher quantos quiserem, estavamos tão satisfeitos que so comemos uma sobremesa cada um:
Tarte tatin et sa boule de glace vanille
(torta de maçã com sorvete de creme)
Crème brûlée à la cassonade Sirio
(creme de baunilha com açucar queimado)
Sabe aquela loucurinha que a gente so faz uma vez na vida? Paul Bocuse foi a minha.
40, Rue de la Plage - 69660 Collonges au Mont d'Or
Tel: 04 72 42 90 90