sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

L'Auberge du Pont de Collonges, o restaurante do Paul Bocuse

Para entender a grandiosidade da experiência é preciso uma pequena introdução. Você ja ouviu falar do Guia Michelin? Aquele que lista os melhores restaurantes, distribuindo estrelas e transformando a vida de chefs mundo afora?! Pois bem, Paul Bocuse é o chef mais estrelado desse guia, com 3 estrelas desde 1965. Foi no restaurante desse senhor de quase 90 anos, o unico capaz de ganhar e de manter as 3 estrelas do guia, que Léo e eu comemoramos o Saint Valentin.

Depois de algumas horas entre pratos, talheres e sabores incriveis e de conhecer o cara que revolucionou a cozinha francesa (e mundial), me convenci: eu não quero estudar na escola dele. Não que não valha a pena, eu diria até que seria perfeito, não fosse por um pequeno detalhe: eu não gosto de cozinha. E uma pessoa que não pega em carne ou que passa mal com cheiro de alho, não pode gastar 35 mil euros para estudar gastronomia. E foi assim, diante de uma sopa de 80€, que deixei de lado o unico plano consistente que eu tinha para a minha vida.

A tal sopa, alias, é o prato mais lendario e caro do restaurante Paul Bocuse. Ela é feita com caldo de carne, vinho branco, trufas negras, foie gras, cenoura, cebola, salsão, carne, pitadas de sal marinho e pimenta-do-reino, fechada por uma massa folhada para preservar o calor e os aromas. Foi criada em 1975 para um almoço do então presidente francês Valéry Giscard d'Estaing e por isso leva as iniciais dele no nome: VGE.


Ok, a sopa é mesmo muito boa. Mas é sopa! E sopa é sopa, oras. Não da para fazer muita coisa com uma porção de agua. Honestamente? A da minha mãe não fica muito atras, não. E isso serve para todos os outros pratos que comemos. Tudo muito gostoso, muito fresco, mas não ha nada que justifique tais preços. Os pratos servidos nas brasseries Paul Bocuse são tão bons quanto. O que me leva a crer que não se paga pela comida, se paga pelo espetaculo. O salão refinado, a qualidade das toalhas de mesa, a experiência e o profissionalismo dos garçons, do maître e do sommelier. O nome Paul Bocuse gravado no saleiro e a sua imagem nas taças de vinho. Esta tudo ali, incluso na conta (que gira em torno dos mil reais para duas pessoas).


Não se deixe enganar pelos numeros, eu não sou chique. Para falar a verdade, eu sou tão roceira que nem cortar a carne com a mão direita eu sei, por isso so pedi peixes. E o que fazem os jecas quando ficam cara a cara com os deuses? Nos choramos. Foi o que eu fiz quando o Sr. Bocuse apareceu no salão. Igualzinho quando eu trabalhava no SBT e vi o Silvio Santos no corredor. O mestre da comunicação me cumprimentou e eu fiquei calada, com lagrimas nos olhos olhando para o chão. A historia se repetiu quando conheci o Antero Greco, um dos melhores jornalistas esportivos do pais, meu idolo, com quem eu tive o prazer de trabalhar por alguns anos, lidando diariamente com a vergonha de ter chorado quando o vi pela primeira vez. Minha patologia é essa, gente: diante de gigantes, eu choro. Com o mestre da cozinha não seria diferente.


Justificada a minha cara inchada, vamos ao que realmente interessa: descobrir o que se come nesse restaurante tão badalado. O jantar com aperitivo +  entrada + prato + pré-sobremesa + sobremesa durou 3 horas. Existe ainda a etapa dos queijos, que nos pulamos porque, né?, quem no mundo consegue comer queijos depois das refeições, além dos franceses? 

São 3 opções de menu, o "grande tradition classique" custa 220€, o "classique", 170€ e pelo "menu bourgeois" paga-se a bagatela de 135€. Também da para escolher os pratos no cardapio, o que pode baratear ou encarecer a conta. Como queriamos experimentar os incontournables do Paul Bocuse, ou seja, os seus pratos mais famosos, pedimos à la carte mesmo. Os vinhos custam de 40€ a 1.200€ e uma garrafa de agua sai por 7€ (da para comprar 10 garrafas da mesma agua no supermercado).

Aperitivo:
Crème légère de poireaux et un petit pain gruyère 
(creme de alho poro acompanhado de um pãozinho de queijo)

Entradas:
Soupe aux truffes noires V.G.E.
(sopa de trufas negras)

Salade de homard du Maine à la parisienne
(salada de lagosta)

Pratos:
Noix de coquilles Saint-Jacques au beurre blanc, pommes soufflées
(vieiras na manteiga com batatas sopradas)

Carré d’agneau "Côtes Premières" rôti à la fleur de thym
(costela de carneiro assada com alecrim)

Pré-sobremesa:
Crêpe à la confiture d'orange
(crepe com calda de laranja)

Sobremesas: eles trazem três mesinhas cheias de doces e os clientes podem escolher quantos quiserem, estavamos tão satisfeitos que so comemos uma sobremesa cada um:
 
 Tarte tatin et sa boule de glace vanille
(torta de maçã com sorvete de creme)

Crème brûlée à la cassonade Sirio
(creme de baunilha com açucar queimado)


Sabe aquela loucurinha que a gente so faz uma vez na vida? Paul Bocuse foi a minha.


40, Rue de la Plage - 69660 Collonges au Mont d'Or 
Tel: 04 72 42 90 90 


Para conhecer outros restaurantes em Lyon, clique aqui.   

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Os lugares mais sagrados de Jerusalém


"No curso da história, Jerusalém foi destruída duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes, capturada e recapturada 44 vezes". Ela é uma das cidades mais antigas do mundo e so isso ja seria o suficiente para torna-la especial, mas ainda tem Jesus, Rei Davi, Maomé e uma penca de gente importante que viveu ou passou por la. Da para imaginar o que nos reserva um lugar como esse? Muita, muita coisa! Tanta que não cabe em um so post. Neste vou falar apenas dos três lugares mais sagrados de Jerusalém.

Basilica do Santo Sepulcro

Este é, sem duvidas, o lugar mais sagrado do mundo para os cristãos. Na verdade, o Santo Sepulcro é um negocio meio maluco. La dentro existem varias capelas diferentes e quanto mais você pergunta, menos você entende. Quando você acha que ja visitou todos os cantinhos, descobre mais uma porta para entrar. Vou ser sincera, se eu tivesse levado a sério o meu plano de rezar um Pai Nosso em cada capela, eu estaria la até agora.


Eh que inumeros grupos cristãos reivindicaram seus puxadinhos la dentro. Os mais influentes são os gregos ortodoxos, os armênios ortodoxos e os catolicos romanos. Mas, subindo a escada tem o cantinho dos copta-egipcios, mais para baixo tem uma sala para os sirios e la no telhado ficam os etiopes. E sabe quem fica com a chave? Os muçulmanos, para evitar confusão.


Para os catolicos existem três lugares importantes dentro do Santo Sepulcro. Um deles fica logo na entrada: a pedra onde o corpo de Jesus foi lavado e perfumado antes de ser sepultado. Os turistas colocam suas lembrancinhas para serem benzidas em cima da pedra, Léo e eu colocamos as nossas alianças.


A direita, subindo a escada, fica o altar que foi construido no lugar exato onde teria sido fincada a cruz. Em um pequeno espaço embaixo desse altar tem um buraco, simbolizando o da cruz. As pessoas costumam entrar ali para rezar rapidamente.


O terceiro e talvez mais importante lugar da Basilica para os catolicos, é a caverna em que o corpo de Jesus foi deixado (a tradição da época era enrolar os mortos em lençois e coloca-los dentro de uma caverna). Nas duas vezes que visitamos a Basilica, fomos a noite, quando ela estava praticamente vazia. Então pudemos entrar na "capelinha" construida no lugar dessa caverna e rezar em cima do que seria o tumulo de Jesus.


Eh meio surreal dizer isso, mas eu rezei sobre o tumulo de Jesus! Cabem no maximo 4 pessoas la dentro, por isso é preciso muita paciência durante o dia para enfrentar as filas enormes e conseguir entrar dois segundos. Entramos minha mãe, o Léo e eu, e deu tempo de rezar tranquilamente e ainda tirar uma foto (essa ai de cima). Confesso que foi emocionante demais!


O bacana de visitar o Santo Sepulcro tão tarde é poder assistir ao ritual de fechamento. Como eu disse, é uma familia muçulmana que abre e fecha as portas da Basilica. Momentos antes, alguns religiosos chegam e vão entrando rapidamente e então o responsavel coloca uma escada para fora e, na hora marcada, tranca essas pessoas la dentro. Depois, ele passa a escada por um buraco e vai embora. Tudo muito lindo, so que na hora eu não entendi nada. Segui o tal moço e pedi para ele me explicar. Ele me contou que a chave esta com a familia dele ha gerações e que aqueles homens que entram são representantes das varias religiões, eles moram dentro da Basilica em pequenos casebres (que eu voltei no dia seguinte para procurar).


 

Mesquita Domo da Rocha

Ela foi construida sobre um monte que é sagrado tanto para os muçulmanos quanto para os judeus, e é ai que o bicho pega. Os judeus acreditam que esse monte foi o local onde Abraão preparou-se para sacrificar o seu filho Isaac, por isso o Rei Salomão decidiu construir um templo ali, que tornou-se o lugar mais importante do mundo para os judeus. So que o profeta Maomé escolheu o mesmissimo lugar para subir aos céus. Dai ja viu, né? Virou lugar sagrado para os muçulmanos também. Quando eles consquistaram Jerusalém, no século I,  aproveitaram que os romanos tinham destruido o Templo de Salomão e construiram o Domo da Rocha bem em cima dele. Judeu nenhum digere essa historia.


Não é muito facil chegar la em cima. Os turistas não são dos mais bem vindos e os arabes dificultam um pouco a nossa entrada. Como o local é motivo de muito atrito, é preciso passar por detectores de metal, estar decentemente vestido, não pode entrar com bebidas alcoolicas nem com animais e nada de contato fisico com o sexo oposto - nem mesmo abraçar para a foto. Além disso, o horario de visitação para turistas é limitado: de 7h30 às 11h e de 13h30 às 14h30 no verão. Alguns preferem fazer o passeio com guias, mas decidimos subir sozinhos. Quer saber? Foi otimo! A cara feia é so banca que eles montam para evitar um monte de gente atrapalhando as orações deles. Fiquei com uma sensação de que aquele é um lugar tão importante pra eles, que eles preferem mantê-lo assim. Uma pena que não-muçulmanos não possam visitar o interior do Domo da Rocha.



  
Muro das Lamentações

O lugar mais sagrado para os judeus. A historia é mais ou menos assim: primeiro veio o Templo de Salomão, que foi derrubado em 586 a.C.. Depois veio um segundo templo, que foi destruido em 70 pelos romanos. O que existe hoje é so um pedaço do muro desse segundo templo, que os romanos fizeram questão de não derrubar para lembrar aos judeus que Roma passou por ali e estraçalhou com eles. Por isso se chama Muro das Lamentações.


Os judeus ficam de frente para o muro como se estivessem olhando para Deus. E o Muro é mais ou menos isso mesmo para eles. Tanto é que muitos, quando terminam suas orações, saem andando "de ré" para não dar as costas para o Muro (porque seria o mesmo que virar a cara para Deus). Homens e mulheres rezam separadamente, cada um possui um pedaço do Muro - a dos homens é muito maior, claro. E todos eles (judeus ou não) precisam cobrir a cabeça para entrar - eles emprestam os kipas.


Um habito muito comum é o de escrever seus pedidos ou agradecimentos em  um pedacinho de papel e deixa-lo no Muro, como minha mãe esta fazendo na foto acima. Também da para enviar os seus pedidos para o Twitter deles, que alguém imprime e coloca no Muro para você. Não, não é piada. Outra ferramenta MUITO legal são as câmeras de vigilância, que te permitem acompanhar em tempo real o que esta acontecendo por la.

Precisa mais o que para te convencer que Israel é um pais moderno e preparado para o turismo?


Leia mais:
Israel: o que você precisa saber antes de ir 
Tel Aviv, o que fazer?
O povo de Israel

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pratos tipicos: moules frites

Quando eu estava vindo para a França pela primeira vez, recebi uma dica valiosa da minha querida ex-professora de artes, a Ana: "Coma moules frites por mim". Pô, quem, em sã consciência, manda uma aluna dedicada como eu aproveitar suas férias em Paris comendo mexilhão? Ta, eu não era tão dedicada assim e acabei não obedecendo a Ana. Até que um dia, ja morando em Lyon, passei na frente de um restaurante tipico de frutos do mar, lembrei da dica e resolvi aproveita-la. Foi então que a culinaria francesa, ruim e sem graça, passou a fazer algum sentido para mim (até eu descobrir que na verdade o prato é belga e tudo voltar a ser como era antes). Seja como for, moules frites é hoje o meu prato preferido, embora eu não seja chegada em mexilhões ou em qualquer outro fruto do mar.

Moules frites nada mais é que mexilhões com fritas. Os mexilhões são servidos em uma bacia, cozidos e cobertos com algum molho (o meu preferido é o provençale - com tomates e creme de leite, o Léo gosta do molho de vinho branco) e acompanhados de muita batata frita. Parece simples, e é. Dificil é saber como degustar. Meu marido, muito educado, consegue fazer malabarismos incriveis com os talheres, mantendo os dedos intactos. Comigo, da-lhe bagunça! Me viro à francesa mesmo, segurando os mexilhões com as mãos e chupando-os de dentro das cascas. Finalizo lambendo o que sobrou do molho.


Entrei numa onda de amor tão forte com esse prato, que qualquer desculpa é valida para comê-lo. A que eu mais gosto é gente. Basta pintar alguém interessante em Lyon para eu sugerir uma ida ao nosso restaurante preferido. Adoro ver nossas visitas se surpreenderem com o novo, como fez a  minha mãe e a Glenda, blogueira do Coisa Parecida, que aproveitou uma viagem a Lyon com o marido para nos conhecer.


Em Lyon, duas ruas centrais cheias de restaurantes possuem especialistas em moules frites. Na rue Marronniers, va ao "A la pêche aux moules" e na rue Mercière, no "Bleu de toi", o nosso cantinho. Em ambos, o prato custa mais ou menos 14€ - acompanhados de batatas fritas a vontade e uma saladinha de entrada. Como estamos falando de um prato muito tradicional na França, não é dificil achar restaurantes em Paris que o sirvam também. Aproveite a sua proxima viagem para experimenta-lo." Coma moules frites por mim" deve ser a dica de viagem mais gostosa que esse blog ja deu.


Para conhecer outros restaurantes em Lyon, clique aqui.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tel Aviv, o que fazer?

Tel Aviv é assim: um oasis de modernidade em meio a tanta tradição. Pode ser a capital de Israel, ou não, depende de como você interpreta a historia. Em 1948, enquanto arabes e judeus brigavam pela Palestina, a capital foi transferida para Tel Aviv. A guerra acabou e la foi o governo voltar para Jerusalém. A grande maioria dos paises, para não tomar partido, não reconhece Jerusalém como capital, por isso mantêm suas embaixadas em Tel Aviv. Mas para os israelenses (judeus, principalmente), a Terra Santa (Jerusalém) é a capital do pais. Prova disso é que o Parlamento, a Suprema Corte e o presidente estão la. Em Tel Aviv esta a bufunfa, gente.
Arranha-céus e centros de pesquisa tomam cada vez mais conta dessa cidade multicultural e aberta. Um Rio de Janeiro no Oriente Médio, so que mais desenvolvido. E eles não perdem tempo, fazem questão de te impressionar assim que você desembarca por la. O aeroporto é incrivel, um gigantismo a altura da responsabilidade. "Se vamos divulgar ao mundo que somos modernos e seguros, é melhor provar". Para entrar no aeroporto recém-reformado é preciso passar por detectores de metais, apresentar passagens, documentos e explicar direitinho o que você esta indo fazer la. Senão, nem entra. Os detectores, alias, estão por toda a parte. Em rodoviarias, estações de trem, shoppings e lojas.
 

Como so tinhamos a metade de um dia para conhecer a cidade, não perdemos tempo e pegamos um taxi. O preço da corrida até o nosso apart-hotel nos fez sentir na pele o que ja tinhamos ouvido falar: Tel Aviv é uma das cidades mais caras do mundo. 150 shekels pelo trajeto (mais ou menos 70 reais). Quem precisa ir do aeroporto direto para Jerusalém pode pegar um ônibus da companhia Egged, leva uns 30 minutos e é super tranquilo. Essa mesma companhia tem ônibus que saem a cada 20 minutos da rodoviaria nova com destino a Jerusalém, a passagem custa 20NIS (uns 10 reais). Foi um desses que pegamos no dia seguinte.
 

Tel Aviv foi considerada uma das 10 melhores cidades de praia no mundo, mas o friozinho de 15 graus não permitiu que eu me afogasse banhasse no Mediterrâneo. Aproveitamos o clima praiano do jeito que deu, com sorvetes e uma longa caminhada no calçadão até Old Jaffa, enquanto eu imaginava a delicia que deve ser passar um verão naquelas areias.
 





Jaffa é uma das cidades mais antigas do mundo, com 3 mil anos. Tão antiga que é mencionada quatro vezes no Antigo Testamento. Ao contrario do que muitos pensam, Jaffa não é o centro antigo de Tel Aviv, era uma outra cidade que, com o crescimento de Tel Aviv, acabou unindo-se a ela. Jaffa pode ser dividida em duas partes. Na antiga, o que se vê são sinais da historia, ruelas charmosas e muitos, muitos gatos que foram levados pelos ingleses durante o Mandato Britânico da Palestina (entre a 1° e a 2° Guerra Mundial) para resolver o problema da superpopulação de ratos. Na parte nova, encontra-se o maior mercado de pulgas que eu ja vi. Lugar ideal para encher a mala de quinquilharias e jogar conversa fora com os locais.
 




 


Claro que se comparada a Jerusalém, Tel Aviv pode parecer um pouco sem graça, a verdade é que as duas cidades têm propostas diferentes, mas se completam. O combo perfeito seria ir para Jerusalém, caminhar e aprender muito por la, voltar para curtir as famosissimas baladas telavivenses e, depois, relaxar nas praias lindas, especialmente no verão. Eu não me arrependo nem um pouco de ter reservado uma tarde para Tel Aviv, mas muitos preferem ficar so em Jerusalém. Se você tiver poucos dias em Israel e estiver frio, talvez seja mesmo mais interessante seguir viagem direto.

Leia mais:
Israel: o que você precisa saber antes de ir
Os lugares mais sagrados de Jerusalém
O povo de Israel

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Israel: o que você precisa saber antes de ir

Sendo cristã, é claro que eu ja tinha ouvido falar de Israel, lugar onde Jesus nasceu, morreu e tals. Achava também que o pais era perigoso e cheio de conflitos, como outros do Oriente Médio e, por isso, visitar Israel não estava nos meus planos. Até a Easyjet entrar na historia. Procurando um destino diferente para viajar com a minha mãe, vi que Tel Aviv era uma das opções. Tel Aviv? Onde fica isso? O que tem de bom la? Bastaram alguns poucos minutos de pesquisa para ver que tinha tudo o que precisavamos: historia, cultura, praia, temperaturas mais altas que as do inverno europeu e um novo continente na bagagem, então compramos.

A segurança em Israel:

Impossivel explicar toda a historia de Israel nesse post, principalmente a de Jerusalém, mas o basicão é que judeus e muçulmanos brigam ha séculos por poder, reconhecimento e espaço em uma terra que ambos julgam ser sagrada. Ouvi todos os lados da historia, mas não sou nem louca de dizer quem esta errado. O que eu sei é que não existem mocinhos. No meio de tudo isso, um incrivel ambiente de segurança reina absoluto nas cidades. Não tivemos medo em momento algum, não corremos riscos (ta, a historia do taxi foi punk) nem vimos nada demais. O clima era de paz e tranquilidade. Vi judeus andando (rapido e de cabeça baixa) no bairro muçulmano e mulheres cobertas no bairro judeu, tudo junto e misturado, mas cada macaco no seu galho, saca? Ha quem diga que Jerusalém é uma bomba prestes a explodir, pode ser. Talvez um esbarrão entre Jacob e Youssef seja uma boa desculpa para começar a 3° Guerra Mundial, mas, reforçando o que eu disse, em momento algum minha mãe, o Léo ou eu tivemos motivos para sentir medo. Se era isso o que te impedia de ir, pode começar a arrumar as malas.

O exército israelense:

Muitos blogs que li antes de viajar mostravam fotos dos jovens que servem o exército israelense, fiquei até um pouco assustada. Bobagem. Vê-los pelas ruas de Jerusalém, fortemente armados, é tão comum que em poucas horas eles passam a fazer parte do cenario. Todos os adolescentes israelenses com 18 anos são obrigados a se apresentar ao serviço militar. Homens por três anos, mulheres por dois e depois continuam a servir o pais em forma de rodizio (se apresentando alguns dias por ano), até os 40. Sim, é muito tempo, não é a toa que o exército israelense é um dos mais bem treinados e temidos do mundo (dizem que o BOPE usa técnicas desenvolvidas por eles). Os jovens que seguem a vida religiosa e os muçulmanos não são obrigados a servir, mas podem, se quiserem - basta aceitar as regras. Eles andam em bandos pelas ruas e, ao contrario do que eu pensava, não estão em serviço, estão ali fazendo o mesmo que os turistas: aprendendo sobre a historia de Jerusalém, ouvindo explicações de guias e visitando os lugares sagrados. Quando fomos ao Muro das Lamentações, vimos a celebração que marca a entrada desses jovens no serviço militar. Cada um recebeu uma arma e um torah (a biblia dos judeus). 
 O carimbo no passaporte:

Alguns paises arabes não reconhecem Israel como nação. Com o carimbo israelense no passaporte, você não pode entrar em paises como o Libano, a Siria, a Arabia Saudita, o Iraque e o Iêmen, que são considerados inimigos de Israel. Para incentivar o turismo, o governo permite que os turistas peçam o carimbo em uma folha separada.Você pode pedir, mas eles podem negar - a pegadinha é essa. Como temos planos de visitar alguns desses paises em breve, ficamos agoniados para saber se conseguiriamos driblar o pessoal da imigração. Conseguimos, mas não foi facil. A moça não gostou nem um pouco quando pedimos o carimbo em uma folha separada e fez, além de cara feia, muitas perguntas. O Léo disse que era um world traveler e eu usei a famosa desculpa de ser jornalista. As folhas com os carimbos foram recolhidas logo depois, assim que passamos pelo ultimo controle de entrada no pais. A mulher rasgou os papéis na nossa frente e o Léo entrou em pânico! Questionou como iriamos provar que entramos legalmente se fôssemos parados pela policia. "Vocês não vão ter problemas. Não disseram que não queriam o nosso carimbo? Então não vão precisar dele", disse ela. Fizemos o Pai nosso e fomos. Eu super entendo a chateação deles, mas preferi não comprometer o meu passaporte.


O que comprar em Israel?

Diamantes! Fica la um dos mais importantes centros mundiais de lapidação e comércio de diamantes. Existem muitas, muitas joalherias por todos os cantos. A brasileirissima H.Stern tem, inclusive, uma localização privilegiada no shopping aberto proximo à entrada principal da cidade velha de Jerusalém. Se você pode se dar ao luxo, aproveite! Mas se você viaja com dinheiro contado (como eu), não se preocupe, so sai de mãos vazias quem quer. Nos mercadinhos e suqs é possivel encontrar todo tipo de bugiganga, artesanato, artigos religiosos, roupas e objetos tipicos ou peças lindas de couro. Em Jerusalém, as barraquinhas estão por toda a cidade velha e em Tel Aviv você pode ir no Shouk Hacarmel ou no mercado de pulgas proximo à Old Jaffa. Se no roteiro da sua viagem tiver algum destino da Europa, não compre roupas de marca nem produtos de beleza em Israel, é mais caro, mas se for voltar direto para o Brasil, compensa. O que não pode deixar de comprar são os produtos da Moroccanoil. Shampoo, condicionador, mascara e oleo leave in feitos com oleo de Argan marroquino que estão dando o que falar. Um monte de gente famosa usando e a promessa de cabelos macios e brilhantes me deixaram curiosa. O problema é que aqui na França (e no Brasil) custa muito caro, no Marrocos e em Israel o preço cai. Comprei em uma loja so de produtos para cabelos no calçadão Ben Yehuda (em Jerusalém).







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