quarta-feira, 30 de maio de 2012

C'est fini!

Um dos ciclos aos quais eu me referi no post anterior é o da minha especialização em Ciências Politicas. Hoje eu fiz a utima prova e, ops!, mais um ciclo se fechou. Enquanto caminhava para fora da faculdade, eu pensava: "caramba, é a ultima vez que passo por aqui!"... "ultima vez que jogo a minha garrafa nesse lixo"... "ultima vez que digo até logo pra este cara que eu não conheço, mas que sempre sorri quando me cruza no corredor". Ultima vez. 

Não sei nem explicar a que ponto esse curso mudou a minha vida. A Mirelle que existia ha 9 meses? Ninguém sabe dizer aonde se enfiou. Se o curso vai dar um upgrade na minha situação profissional eu também não sei dizer. Mas, sinceramente? Não importa. A transformação que ele causou dentro de mim ja valeu todo o sofrimento. Sim, porque preciso deixar claro que foi um parto! Doeu mesmo, como toda metamorfose que se preze tem que doer.

Antes que me acusem de estar aumentando o grau de dificuldade do meu desafio para tornar a minha conquista mais valiosa, adianto que este não é o meu objetivo. Faço questão de descrever exatamente como foi dificil e delicioso percorrer este caminho para chegar até aqui porque este blog serve, além de outras coisas, para registrar o que a minha memoria não consegue mais arquivar. Quando eu voltar para reler, quero sentir o mesmo alivio desta manhã, que tomou conta de mim quando coloquei o ponto final na minha dissertação. 

Dissertação - a grande vilã da historia. Ela deu as caras em todas as minhas provas. Quatro ou cinco paginas escritas em francês sobre algum tema complexo envolvendo Historia, guerras, revoluções, mercado financeiro ou, como na prova de hoje, a desmundialização. Ruim mesmo é saber que minhas notas poderiam ter sido melhores se ao menos eu soubesse como fazer a tal da dissertação. Com o que a gente aprende no Brasil não da para competir com as dissertações escritas pelos franceses - os reis detentores da metodologia ideal. 

Sem contar que, para não entrar em depressão, é preciso aceitar que uma nota maxima nunca vai aparecer no seu boletim. Porque os franceses são cheios de frescuras, a nota maxima aqui é 20 - é o tal sistema vigesimal que faz, por exemplo, a pronuncia do numero 80 ser quatro vinte na França. Receber 20 de um professor é a mesma coisa que ser reconhecido como um deus sobre determinado assunto. Então, desista, porque vai ser dificil encontrar um professor francês disposto a te fazer este chamego. Entendi e aceitei que 17=20, que 15 é uma otima nota, que 12 equivale a um 7 no Brasil e que, no final das contas, o que vale mesmo é tirar mais de 10, a nota minima para ser aprovado. 

sábado, 26 de maio de 2012

Ciclos

O problema de encerra-los é que, feito isso, você fica fora deles. E não adianta enfiar a cabecinha para tentar espiar, ciclos fechados são exclusivos. Sei porque, contra a minha vontade, me vi excluida depois que me instalei do lado de ca. Dificil é isso, lidar com os ciclos que não são encerrados por nos mesmos. Mas, não ha escolha, ou você lida com isso ou você lida com isso. Eu lido com isso e garanto: não mata!

Do fim tem que sair um novo começo, porque senão, amigo, foi tudo em vão. E, a não ser que você seja meio biruta, viver pra nada não faz muito sentido. Veja bem, quando falo de sentido, não me refiro à carreira, filhos, hipoteca. Eh algo mais intimo, que talvez so interesse a você mesmo. O fundamental no tal do "fazer sentido" é satisfazer as suas necessidades, não as dos outros.

Parênteses, por favor. Tô me sentindo meio idiota por ter escrito algo tão logico, mas o que tenho observado me faz acreditar que é preciso lembrar. Continuando...

... E aonde eu vejo o povo trocando as pernas é justamente na hora de saber distinguir o que é uma necessidade sua e o que é necessario para os outros. Passada esta fase (conto nos dedos os conhecidos que conseguiram), é matar no peito e correr pro abraço.

Esse blablabla é meio que pra dizer que eu tô encerrando ciclos e, é claro, começando outros.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O que visitar em Lyon? Os museus.

Abrir as portas dos museus durante a noite para que o publico possa visita-los fora do horario habitual. Não é genial? Começou na França e ja virou evento europeu. Estou falando da Nuit des musées, ou Noite dos museus, que rolou no ultimo sabado. Além de poder circular nos museus até a meia-noite, a entrada é gratuita.

A vantagem de visitar esses museus na Nuit des musées é que todos eles preparam algo especial para a data. Uma amiga organizou um desfile da época romana no Museu Galo Romano e o Museu Belas Artes convidou alunos de diferentes cursos para explicar ao publico as suas obras preferidas. E foi nestes dois que aproveitamos a nossa noite.


Musée Gallo-Romain

Lyon é uma cidade muito, muito antiga. Os primeiros a chegarem foram os gauleses, mas em 43 a.C os romanos fizeram aqui a mesma coisa que Israel esta fazendo com a Palestina atualmente: fundou colônias e ofereceu beneficios para que cidadãos romanos viessem se instalar aqui. Nessa época a cidade se chamava Lugdunum. O Museu Galo-Romano conta essa parte da Historia de Lyon mostrando resquicios da arquitetura que foi sendo descoberta ao longo dos anos e também objetos daquela época. Quem gosta de antiguidade e arqueologia não pode deixar de visitar.


Ele é tão bem organizado, que transporta para o passado até aqueles que não são tão chegados em velharia. Todo mundo sabe que os romanos inventavam coisas inimaginaveis para a época. No museu da para entender e visualizar algumas dessas invenções, como, por exemplo, o mecanismo que fazia a cortina subir ao final de um espetaculo. Isso mesmo, subir! Porque naqueles tempos a cortina não vinha de cima, como hoje, ela subia de um fosso construido entre o palco e a platéia - sistema que eles descobriram analisando o Teatro Romano construido em 15 a.C, situado bem em frente ao museu.




Musée des Beaux-Arts

O Museu Belas Artes é um dos meus lugares preferidos em Lyon. A sua localização é perfeita: no centro da cidade. As 70 salas que expõem coleções que vão da Antiguidade a Arte moderna ficam numa construção lindissima do século XVII. Tudo isso ja faria dele um lugar imperdivel, mas ainda tem um jardim tranquilo e a cafeteria que eu mais gosto de frequentar (se você passar por Lyon um dia e me convidar para um café, provavelmente é la que vamos nos encontrar).


Eu costumo dizer que o Beaux-Arts é o nosso pequeno Louvre, pois la também tem peças roubadas trazidas do Egito, da Grécia, do Oriente Médio, e tals. Na parte de esculturas tem Rodin e a coleção de pinturas é valiosa, com quadros de Monet, Van Gogh, Picasso, Renoir ou Matisse.


Meu conhecimento sobre artes se limita às aulas de desenho que fiz quando criança e ao curso de Historia da arte do ano passado, mas eu gosto de ver coisas bonitas. Não entender muito de técnicas de pintura e descrever quadros usando adjetivos manjados é meio chato, eu sei, mas é o que temos pra hoje. Os meus favoritos do Belas Artes são:

1. "Entrée du pont de la Guillotière par un temps de pluie", de Nicolas Sicard.


A pintura da entrada dessa ponte central de Lyon, feita em 1879, é a mais bonita do museu, na minha opinião. Ok, talvez eu esteja puxando sardinha pro meu lado porque o pintor é lionês. Fato é que eu gosto de ficar olhando e imaginando como era a vida em torno desse lugar por onde eu passo quase todos os dias.

2. "Portrait de femme", de Michiel Jansz van Mierevelt.


A maioria das obras desse pintor holandês (1567-1641) esta no Rijksmuseum, em Amsterdã. Olhe bem para a renda e para o vestido (preto num fundo preto) e me diz como é que não se impressiona com isso? A maneira como ele trabalhou a luz e a sombra é admiravel.

3. "Entreé de couvent", de Fleury Richard.


Perfeito, né? Richard (1777-1852) é outro pintor de Lyon e foi aluno de um cara que fez obras que eu gosto muito, o Jacques-Louis David (ja mostrei dois quadros dele aqui no blog, um esta no Louvre, em Paris e o outro, no Belas Artes de Bruxelas).

Em Lyon não existem tantos museus quanto em Paris, mas os que tem aqui são muito interessantes (o que me lembra que eu preciso escrever mais sobre o assunto no blog - se vocês concordarem, é claro).

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cabeça de vento

Quem conheceu a minha historia aqui pelo blog deve pensar que eu sou uma pessoa de sorte, pois encontrei a minha metade. Mal sabem que, na verdade, eu tenho duas.

O Leonardo todo mundo ja conhece, mas a Vanessa nunca deu as caras por aqui - apenas foi mencionada no episodio das bolachas. So que não tem foto dela, não tem homenagem. Ou melhor, não tinha! Porque eu fiz a cagada de esquecer o aniversario da minha melhor amiga e achei que um chamego publico seria uma boa maneira de me desculpar.


Tive até coragem de publicar esse video mal feito que você fez pra mim um dia. Então me perdoa, vai?

Leia também:

Related Posts with Thumbnails