Um dos ciclos aos quais eu me referi no post anterior é o da minha especialização em Ciências Politicas. Hoje eu fiz a utima prova e, ops!, mais um ciclo se fechou. Enquanto caminhava para fora da faculdade, eu pensava: "caramba, é a ultima vez que passo por aqui!"... "ultima vez que jogo a minha garrafa nesse lixo"... "ultima vez que digo até logo pra este cara que eu não conheço, mas que sempre sorri quando me cruza no corredor". Ultima vez.
Não sei nem explicar a que ponto esse curso mudou a minha vida. A Mirelle que existia ha 9 meses? Ninguém sabe dizer aonde se enfiou. Se o curso vai dar um upgrade na minha situação profissional eu também não sei dizer. Mas, sinceramente? Não importa. A transformação que ele causou dentro de mim ja valeu todo o sofrimento. Sim, porque preciso deixar claro que foi um parto! Doeu mesmo, como toda metamorfose que se preze tem que doer.
Antes que me acusem de estar aumentando o grau de dificuldade do meu desafio para tornar a minha conquista mais valiosa, adianto que este não é o meu objetivo. Faço questão de descrever exatamente como foi dificil e delicioso percorrer este caminho para chegar até aqui porque este blog serve, além de outras coisas, para registrar o que a minha memoria não consegue mais arquivar. Quando eu voltar para reler, quero sentir o mesmo alivio desta manhã, que tomou conta de mim quando coloquei o ponto final na minha dissertação.
Dissertação - a grande vilã da historia. Ela deu as caras em todas as minhas provas. Quatro ou cinco paginas escritas em francês sobre algum tema complexo envolvendo Historia, guerras, revoluções, mercado financeiro ou, como na prova de hoje, a desmundialização. Ruim mesmo é saber que minhas notas poderiam ter sido melhores se ao menos eu soubesse como fazer a tal da dissertação. Com o que a gente aprende no Brasil não da para competir com as dissertações escritas pelos franceses - os reis detentores da metodologia ideal.
Sem contar que, para não entrar em depressão, é preciso aceitar que uma nota maxima nunca vai aparecer no seu boletim. Porque os franceses são cheios de frescuras, a nota maxima aqui é 20 - é o tal sistema vigesimal que faz, por exemplo, a pronuncia do numero 80 ser quatro vinte na França. Receber 20 de um professor é a mesma coisa que ser reconhecido como um deus sobre determinado assunto. Então, desista, porque vai ser dificil encontrar um professor francês disposto a te fazer este chamego. Entendi e aceitei que 17=20, que 15 é uma otima nota, que 12 equivale a um 7 no Brasil e que, no final das contas, o que vale mesmo é tirar mais de 10, a nota minima para ser aprovado.