Ela é o contrario de mim em quase tudo. Tranquila, meiga, abre mão das amenidades para agradar aos outros. A doçura da sua voz, somada ao sotaque de Belo Horizonte, me faz acreditar que vai ficar tudo bem - embora saibamos que não ha a menor chance. Somos também muito parecidas, temos a missão de inventar uma nova vida num lugar onde nunca desejamos passar os nossos dias. Mas ca estamos. Ela com as batalhas dela, eu com as minhas, e ambas mais leves por termos nos encontrado pelo caminho. Se eu pudesse, cortaria as suas asas, deixando sair de mim o lado egoista que eu finjo não possuir para não assustar os novos amigos.
Ja foram mais de mil dias vividos na França e o que mais me conforta são os encontros. Conheci lugares lindos, vi de tudo um pouco. A cada viagem percebo uma parte de mim se transformar, se construir. Mas lugar nenhum se compara às pessoas que cruzei desde que deixei o ninho. O menino ingênuo, que saiu de Aracaju para se descobrir mais forte em Lyon ao mesmo tempo em que me ensinava a comer pipoca com queijo e leite condensado. Os amigos talentosos do sul, tchê!, que me faziam acreditar, pelo breve momento de uma gargalhada, que os meus estavam aqui, e não la. O casal marrento que de amigos nos promoveu a membros da familia através de uma criança. A menina linda, capaz de tratar os animais como gente, mas incapaz de tratar o pior ser humano como um cachorro. Porque eu vim parar aqui, acabei entrando na vida deles todos.
Ja foram mais de mil dias vividos na França e o que mais me conforta são os encontros. Conheci lugares lindos, vi de tudo um pouco. A cada viagem percebo uma parte de mim se transformar, se construir. Mas lugar nenhum se compara às pessoas que cruzei desde que deixei o ninho. O menino ingênuo, que saiu de Aracaju para se descobrir mais forte em Lyon ao mesmo tempo em que me ensinava a comer pipoca com queijo e leite condensado. Os amigos talentosos do sul, tchê!, que me faziam acreditar, pelo breve momento de uma gargalhada, que os meus estavam aqui, e não la. O casal marrento que de amigos nos promoveu a membros da familia através de uma criança. A menina linda, capaz de tratar os animais como gente, mas incapaz de tratar o pior ser humano como um cachorro. Porque eu vim parar aqui, acabei entrando na vida deles todos.
Muitos chegaram através do blog. "Bonjour, vous êtes Mirelle Matias?", me perguntou um deles na fila da cafeteria. "Sim, sou eu.", respondi, desconfiada do sotaque bonitinho que so brasileiro tem quando fala francês. "Pô, eu leio o seu blog!", continuou aquele que veio a se tornar um dos amigos mais queridos que tenho hoje. A Laetitia, a aniversariante desse 5 de novembro de quem eu falava no começo do texto, também chegou por aqui. Leu o post onde eu assumia a minha coragem de sair para tomar cafés com desconhecidos na esperança de fazer novos amigos e me mandou um email. Eu disse que temos muitas coisas em comum e coragem é uma delas - ou seria instinto de sobrevivência?
Me desculpe, amiga, era pra ser um post de feliz aniversario pra você, mas, pensando bem, vou rouba-lo pra mim. O blog faz 3 anos na proxima semana e por ter conseguido reunir tanta gente bacana graças a um diario virtual eu acho que também mereço os parabéns.
Me desculpe, amiga, era pra ser um post de feliz aniversario pra você, mas, pensando bem, vou rouba-lo pra mim. O blog faz 3 anos na proxima semana e por ter conseguido reunir tanta gente bacana graças a um diario virtual eu acho que também mereço os parabéns.