segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

9 coisas para NÃO fazer em Lyon

O que não falta neste blog são dicas de Lyon. Ja escrevi sobre os meus cafés preferidos, sobre museus, expliquei como funcionam as bicicletas publicas e montei um roteiro com nossos cantinhos preferidos sem deixar de fora os principais pontos turisticos da cidade. Uma pesquisa rapida e você sabera o que fazer em Lyon. Mas nenhuma to-do list garante uma viagem redonda. Para evitar dor de cabeça é preciso estar alerta. Saiba, portanto, o que NÃO fazer em Lyon:

1. Não passe apenas um dia na cidade:

Lyon fica a 2 horas de trem de Paris, o que faz qualquer um cair na tentação do "vou bem cedinho e volto no ultimo TGV". Não, caro turista, você não quer fazer isto. Além de muito cansado, você partira com a sensação de ter deixado de conhecer os segredos da cidade. Pelo menos dois dias inteiros é o que eu recomendo para quem vem pela primeira vez.


2. Não se hospede fora do centro: 


Lyon é enorme e, ao mesmo tempo, um ovo. A parte turistica da cidade se resume à Presqu'île e à Velha Lyon. Se hospedar fora dali é ter que pegar transporte e se privar de dar aquela passadinha no hotel depois do almoço. Uma economia que não vale a pena.


3. Não visite a Fête des Lumières no sabado:


Muita gente coloca Lyon no roteiro por causa da Festa das Luzes, a mais importante da cidade e uma das mais bonitas da França. São 4 dias de festa, sempre em torno do dia 8 de dezembro. Evite vir no sabado. Das 3 milhões de pessoas que visitam Lyon durante a festa, pelo menos 1/3 vem no sabado. Caminhar de uma instalação à outra vira um desafio e a noite, que deveria ser de diversão, acaba se tornando um pesadelo! O ultimo dia da festa costuma ser o mais tranquilo.


4. Não economize em restaurantes:


Ir a Paris e não subir na Torre Eiffel - é isso o que você estara fazendo se vier a Lyon e deixar de comer em um bom restaurante. Lyon é a capital mundial da gastronomia, com 14 restaurantes estrelados no Guia Michelin. O unico com 3 estrelas continua sendo o papa da gastronomia, Paul Bocuse. A partir de 150€ é possivel degustar um dos menus do melhor cozinheiro do mundo.

Por bem menos, a partir de 25€, você pode apreciar a cozinha do Christophe Hubert, um jovem chef que ja conseguiu uma estrela para o seu bistronomique L'Effervescence (15, Rue Claudia - +33 4 78 37 23 89). Se a grana for curta, prefira fazer uma refeição mais cara e tomar um lanche na outra ao invés de fazer 2 refeições "mais ou menos".  Lembre-se de reservar com antecedência. A lista de todos os estrelados esta aqui.


5. Não faça compras na Part Dieu:


Francês gosta de fazer compras nas ruas. Dez graus negativos não impedem que eles continuem desfilando seus lindos casacos e botas pelo centro da cidade, olhando as vitrines. Eu, quentinha dentro do carro, não penso outra coisa além de "são todos malucos!". Mas basta chegar na Part Dieu, um centro comercial que eu insisto em chamar de shopping, para entender porque eles fogem dali. Um lugar feio, sujo, com poucas lojas (se comparado aos shoppings do Brasil). Eh quentinho? Sim. Coberto? Também. Vale a pena? De maneira alguma!
 
Para fazer suas compras em Lyon, faça como os lioneses: dirija-se à Rue de la République (onde estão H&M, Zara, Mango), à Rue Edouard Herriot (para encontrar lojas como Dior, Cartier, Louis Vuitton...) ou ao bairro da Croix Rousse para levar presentes originais.


6. Não tome bordeaux:


Deixe este sacrilégio para quando estiver em Paris, que não produz nenhum vinho importante. Em Lyon, aproveite para degustar um dos vinhos da região. Peça um côtes-du-rhône ou um beaujolais, que injustamente leva a fama de ser um vinho ruim por causa do beaujolais nouveau (vinho jovem). Os beaujolais crus são os melhores.


7. Não ande de ônibus Hop-on, hop-off:


Na minha opinião, estes ônibus que fazem tours parando nos principais pontos turisticos são uma boa opção em duas situações apenas: quando a cidade é grande (Roma ou Paris, por exemplo) e o turista não tem muito tempo para ver tudo; ou quando ha dificuldade de locomoção. Como eu disse acima, a parte turistica de Lyon não é muito grande, então, se você não tem problemas para caminhar, dispense o ônibus. O que Lyon tem de mais interessante fica no meio do caminho.


8. Não faça refeições na Rue Mercière:


Não se deixe ganhar pelo charme do lugar. Apesar de ser uma das ruas mais antigas de Lyon e de ter a seu favor uma oferta variada de restaurantes, ela é, gastronomicamente falando, o lugar mais turistico da Presqu'île. Isso quer dizer que eu vou comer mal, Mirelle? Não obrigatoriamente, mas também não garante que você va comer bem - e comer "mais ou menos" na capital mundial da gastronomia é um baita desperdicio!

Depois de ter experimentado quase todos os restaurantes dali e, principalmente, de conhecer dezenas de outros longe de la, os unicos que eu indico na Mercière são o Bleu de Toi (51, Rue Mercière) para moules frites e o L'Epicerie (2, Rue de la Monnaie) para tartines. Dois dos meu endereços preferidos para refeições baratas em Lyon.


9. Não deixe para almoçar/jantar tarde:


"Lyon é uma cidade grande com ares de interior". Bem assim, com voz apaixonada, é que apresento a minha cidade quando algum amigo vem nos visitar. Mas quando me empolgo com os passeios e perco a hora de seguir para um restaurante, desejo que Lyon seja mais flexivel com seus horarios, como acontece nas grandes capitais. Logo me lembro do caos destes lugares e volto a amar Lyon justamente pelo lado provinciano que ela conserva. O jeito é se adaptar: almoços são servidos até umas 14h e jantar depois das 22h30 é quase impossivel. O que sobra são os restaurantes turisticos da Mercière e da Velha Lyon, aqueles que você deve evitar.


No mais, aproveite bem a cidade! Eu poderia dizer que Lyon merece a sua visita, mas acredito que você é quem merece conhecê-la. :)


domingo, 5 de janeiro de 2014

Retrospectiva 2013

Cof cof, quanta poeira por aqui! Tanto tempo sem escrever, que os meus dedos enferrujaram.

Comecei este texto de diversas maneiras, sempre mal escritas, mas relaxei quando me dei conta de que não devo ter mais leitores a essa altura do campeonato. No maior estilo "meu querido diario" que este blog tinha quando foi criado, escrevo o primeiro post do ano para manter a tradição da retrospectiva fotografica que fiz em 2010, 2011 e 2012. O tempo passa, mas o foco continua o mesmo: viver pelo menos um momento importante em cada mês do ano.


Janeiro: O fim de semana na Suiça foi, além de romântico, a prova de que não existe viagem redonda quando se viaja com o meu marido. Com muito bom humor soubemos contornar situações que poderiam ter estragado o nosso passeio.
 



Fevereiro: Nosso reencontro (13 anos depois) foi em Paris, assim como o nosso casamento. Por isso temos pela capital francesa um carinho especial e fazemos questão de visita-la todos os anos. Desta vez, escolhemos o mês dos namorados aqui na França para seguir com a tradição.


Março: Para um expatriado, receber visitas costuma ser tão emocionante quanto o primeiro *insira aqui a sua comida preferida - eu escolho pão de queijo* que comemos ao desembarcar no Brasil. Dai, a minha alegria ao reencontrar o Nestor, que conheci anos atras graças ao blog e que, além de artista talentoso, é também um dos amigos mais queridos que Léo e eu temos hoje. (Clica no nome do rapaz para descobrir o trabalho incrivel dele. Você vai adorar!)


Abril: Voltar aos bancos de uma universidade depois dos 30 não é facil. Foram 2 anos conciliando esposa carente e monografia interminavel trabalho e estudos antes de ter nas mãos um diploma de MBA. A formatura do meu marido foi, de longe, o maior alivio orgulho que tive em 2013.


Maio: Pé na estrada rumo ao sul da França para descobrir as impressionantes calanques de Cassis. E ainda fiz um post completo com o caminho das pedras para quem quiser se aventurar.


Junho: Manifestações no Brasil. O orgulho transbordava em mim de tal maneira que decidi organizar a de Lyon. Mas junho também foi mês de festa por aqui, pelo aniversario tematico do marido. O presente? Iron Maiden em Paris.


Julho: Uma das minhas resoluções para 2013 era viajar mais pela França, e visitar os campos de lavanda da Provence estava no topo da minha lista. De brinde, ainda conheci Gorges du Verdon, o canyon mais bonito da Europa e presença garantida nas listas das paisagens mais bonitas da França.


Agosto: - Amor, o que você quer de aniversario? 
         - Felicidade.
         - De que tipo?
         - Do tipo que põe carne dentro e frita.

E então ele me levou para comer pastel em Lisboa (antes, ainda visitamos Madri).




Setembro: Quatro anos esperando para receber meu irmão amado e minha cunhada linda em Lyon. Além do tour pela cidade, os levamos para descer remando o rio Ardèche até passar sob o Pont d'Arc.


Outubro: Desde 2009, quando cheguei na França, fui 2x por ano ao Brasil. Em 2013 fiz uma detox forçada e consegui sobreviver sem ter ido uma unica vez. Mas so consegui porque recebi mais visitas que de costume e cada uma delas fazia eu me sentir la (embora tivesse sempre algum chato falando francês do meu lado para me lembrar que, na verdade, eu estava aqui). Em outubro foi a Hismênia quem veio aquecer meu coração. Batemos pernas juntas em Lyon, Pérouges, Genebra e Paris.


Novembro: Eu disse que 2013 foi o ano de viajar mais pela França. Também falei que foi o ano de estar mais perto dos amigos. Foi a junção dessas duas coisas que fizeram com que a visita ao Palacio Ideal do Carteiro Cheval (lugar maluco, vou fazer post!) fosse o momento mais especial de novembro.


Dezembro: Outro mês de reencontros. Veio um amigo greco-alemão para a Fête des Lumières e fomos, Léo e eu, passar o natal em Londres com meu irmão e minha cunhada.




Minhas resoluções para 2014? Continuar listando pelo menos um fato incrivel de cada um dos meses do ano para, no balanço do réveillon, me certificar de que não fiquei sentada vendo a vida passar. :)



B o n n e   a n n é e !

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