Meu bebê ainda nem nasceu, mas eu ja descobri uma coisa sobre a maternidade: não existe consenso. Pelo contrario! O que não falta é gente jurando de pés juntos que tal comportamento é melhor para a criança, enquanto outros tantos garantem que é justamente o contrario que fara de você uma mãe exemplar. Por isso eu decidi passar longe dos foruns de maternidade e evito ler demais sobre o sono do bebê, o quarto do bebê, a comida do bebê.... Ja sou por natureza uma pessoa de convicções muito fortes e sei que educar uma criança segundo minhas certezas não vai ser tarefa facil, então, pra que adicionar novos elementos ao que ja se anuncia tão complicado?
Apesar disso, acredito que Léo e eu seremos pais muito tranquilos e que vamos sempre preferir o caminho da simplicidade quando o nosso bebê chegar. Uma das maiores provas disso foi termos esperado sem problemas até o sexto mês, quando começaram os soldes aqui na França, para montar o enxoval. Até então, não tinhamos comprado sequer uma meia - justo eu, que sempre pensei que quando me descobrisse gravida sairia torrando tudo no shopping.
Os soldes (queimas de estoque que acontecem duas vezes por ano) casaram perfeitamente com o momento mais emocionante da gravidez até agora: a descoberta do sexo do bebê. Sei que no Brasil essa noticia pode chegar ja no primeiro trimestre, mas aqui na França o mais comum é confirmar no ultrassom do 5° mês. Tão logo descobrimos que é uma menina, tão logo percebi como sera dificil fugir do rosa. Felizmente, temos encontrado peças lindas no maravilhoso mundo azul dos meninos!
Minha falta de interesse pelo rosa vai além da cor em si. Acho que entupir meninas de rosa é tão representativo quanto furar a orelha delas - habito pouco comum na França, que também gera questionamentos em mim. Estas são, na minha maneira de pensar, formas de gritar ao mundo desde o momento da sua chegada que aquele bebê é do sexo feminino (e eu não vejo qual o interesse em deixar isso claro para estranhos). Se amigos e parentes sabem que é uma menina, qual a necessidade de limitar o seu universo de cores e comportamentos desde o nascimento? Não pretendemos fazer isso em nenhum outro momento da vida da nossa filha (ela jamais vai ouvir dentro de casa a frase: "não pode, isso é coisa de menino"), portanto não sera na sua chegada que vamos começar.
Minha falta de interesse pelo rosa vai além da cor em si. Acho que entupir meninas de rosa é tão representativo quanto furar a orelha delas - habito pouco comum na França, que também gera questionamentos em mim. Estas são, na minha maneira de pensar, formas de gritar ao mundo desde o momento da sua chegada que aquele bebê é do sexo feminino (e eu não vejo qual o interesse em deixar isso claro para estranhos). Se amigos e parentes sabem que é uma menina, qual a necessidade de limitar o seu universo de cores e comportamentos desde o nascimento? Não pretendemos fazer isso em nenhum outro momento da vida da nossa filha (ela jamais vai ouvir dentro de casa a frase: "não pode, isso é coisa de menino"), portanto não sera na sua chegada que vamos começar.
Não estou dizendo que minha pequena não vai usar rosa, mas que esta sera apenas mais uma cor no seu guarda-roupas. Dos 10 bodies que compramos para o primeiro mês, por exemplo, dois são rosa. Acho que esta de bom tamanho. Quero que ela transite pelo mundo do amarelo, do azul, do cinza e do vermelho, antes de chegar na idade de querer usar apenas rosa porque as coleguinhas da escola so conhecem esta cor. O mesmo vai acontecer com os brinquedos. Carrinhos e bonecas dividirão o mesmo espaço.
Além de preparar o enxoval, outra preocupação que tivemos neste segundo trimestre foi escolher o nome da nossa filha. Se no nosso pais de origem este ja é um grande desafio, imagine como é dificil encontrar um nome que funcione em português, em francês e também em inglês (afinal, não temos planos de ficar na França pro resto da vida). Alguns se parecem na escrita, mas têm pronuncias completamente diferentes. Outros são lindos em francês, mas não funcionam em português.
Depois de muita reflexão, encontramos: Alice.
Uma das poucas personagens de historias infantis que fogem da narrativa da princesa à espera de um principe para salva-la. A Alice, do romance de 1865, é uma garota suficientemente inteligente para resolver enigmas e, ao mesmo tempo, curiosa e corajosa para embarcar em aventuras atras de experiências que farão dela uma pessoa melhor. Ela questiona os valores ultrapassados da sociedade em que vive, usando um vestido azul. Sem falar que nossa Alice realmente vai morar num pais maravilhoso, então acho que acertamos na escolha.
Ja estamos tão focados nela, que o tempo parece se arrastar. Não entendo quem me diz que esta é uma fase maravilhosa. Pra mim parece que não vai terminar nunca, que estou gravida ha 1 ano! A Alice mexe cada vez mais, mas eu continuo tendo uma gravidez tranquila, sem sustos nem dores. Sabemos que neste ultimo trimestre tudo pode mudar, por isso decidimos nos despedir da nossa vida a dois com uma babymoon para a Sardenha (proximo post). Para nos, que adoramos viajar, foi a oportunidade que precisavamos para descansar e nos preparar para a chegada da terceira tripulante.